- FutVerdão
- Abel Ferreira: A Ferida Aberta e o Lado Obscuro da Torcida Alviverde
Abel Ferreira: A Ferida Aberta e o Lado Obscuro da Torcida Alviverde
Por Redação FutVerdão em 25/09/2025 01:00
A recente conquista da vaga nas semifinais da Copa Libertadores, sacramentada com uma vitória convincente sobre o River Plate, proporcionou ao técnico Abel Ferreira não apenas a celebração de um avanço significativo, mas também uma plataforma para expressar reflexões contundentes. Em sua coletiva pós-jogo, o comandante português, apesar da euforia da classificação, fez questão de abordar um episódio marcante de hostilidade sofrida no Allianz Parque, durante um clássico contra o Corinthians pela Copa do Brasil. Este momento, vivido em meio a um período de críticas intensas, ressoou em suas palavras.
O Palmeiras assegurou sua passagem à próxima fase da Libertadores ao derrotar o River Plate por 3 a 1, nesta quarta-feira (24), no Allianz Parque, ampliando a vantagem obtida no primeiro confronto, que havia terminado em 2 a 1. O jogo teve momentos de tensão, com o River Plate abrindo o placar com Salas nos instantes iniciais. A reação alviverde veio no segundo tempo, com Vitor Roque igualando o marcador, seguido pela virada de Flaco López, que converteu um pênalti e, na sequência, anotou um golaço. A expulsão do lateral-esquerdo Acuña, após cometer a infração que gerou a penalidade sobre Facundo Torres, foi um ponto crucial da partida.
Abel Ferreira: A Dicotomia da Paixão Alviverde
Abel Ferreira utilizou o cenário da vitória sobre os argentinos para ilustrar a peculiar cultura do futebol brasileiro, que ele define como um ciclo de "8 ou 80". Em suas palavras, o técnico aludiu diretamente ao período de questionamentos que antecedeu a atual fase de reascensão do Verdão, que agora disputa os títulos do Campeonato Brasileiro e da própria Libertadores, após a eliminação no torneio nacional contra o arquirrival.
Ainda com o peso das memórias recentes, o treinador fez um desabafo carregado de emoção: "O Brasil é um país especial, mas não pode ser 8 ou 80. Sabem o que a torcida fez comigo, e eu sou exatamente o mesmo. Mas não esqueço do que me chamaram. A mim e aos jogadores. Está marcado no meu coração, isso sangra por dentro." Essa declaração revela a profundidade da marca deixada pela reprovação de parte da torcida, evidenciando que, mesmo diante do sucesso, certas feridas permanecem abertas.
A Ressonância da Memória e a Força da União
Contudo, o discurso de Abel não se limitou à recordação dos percalços. Ele fez questão de enaltecer a energia vibrante da torcida palmeirense durante a decisiva eliminatória contra o River Plate. Com mais de 40 mil torcedores presentes, o apoio incondicional no Allianz Parque foi um fator determinante para a equipe alcançar a classificação para as semifinais da competição continental.
O comandante expressou claramente a importância desse elo: "É fácil perceber quando os torcedores estão conosco, sentimos na pele, às vezes cantam o nome dos jogadores, às vezes não. Quando essa energia, quando estão conosco, quando nossa direção acredita no que o treinador faz, e o treinador acredita nos jogadores? quando todos estão no mesmo sentido, estamos mais próximos de fazer jogos como esse. Chiqueiro pega fogo. Isso arrepia, nos ajuda imensamente. Precisamos deles.? A fala sublinha a catarse coletiva que ocorre quando todos os elementos ? comissão técnica, jogadores e torcida ? convergem em um único propósito, transformando a atmosfera do estádio em um verdadeiro caldeirão de apoio.
Com a vaga assegurada, o Palmeiras aguarda seu próximo adversário nas semifinais da Libertadores. O confronto será contra o vencedor do embate entre São Paulo e LDU, do Equador. As equipes se enfrentarão nesta quinta-feira (25) no Morumbis, com os equatorianos detendo uma vantagem de 2 a 0 construída no primeiro jogo.
Curtiu esse post?
Participe e suba no rank de membros