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Abel Ferreira Detalha Rotação e Desafios: Palmeiras Rumo à Libertadores

Por Redação FutVerdão em 21/09/2025 00:11

O Palmeiras conquistou uma vitória expressiva por 4 a 1 sobre o Fortaleza, no último sábado, no Allianz Parque, um resultado que impulsionou a equipe à vice-liderança do Campeonato Brasileiro. Contudo, para o técnico Abel Ferreira, o triunfo teve um sabor especial, não apenas pelos três pontos, mas pela forma como foi construído.

A exiguidade do tempo para recuperação e preparação, sucedendo o embate vitorioso contra o River Plate na Argentina na quarta-feira anterior, motivou Abel Ferreira a promover uma alteração completa no elenco de linha para o confronto contra a equipe cearense. Apenas o goleiro Weverton, entre os habituais titulares, permaneceu em campo por toda a partida, uma decisão que sublinhou a filosofia do treinador em momentos de calendário apertado.

Abel Ferreira expressou seu contentamento com a decisão, afirmando que a rotação bem-sucedida representa um dos tipos de vitória que mais valoriza. O treinador destacou a dedicação e a versatilidade de seus atletas, evidenciando a coesão do grupo.

Vitória das que mais gosto, troco todos, eles mostram dinâmica e vontade de ajudar seja em que situação for. Estamos lutando para ganhar, foi bom para eles e para nós. Todos somos um.

O Desenrolar da Partida e as Escolhas Táticas

O placar foi inaugurado por Raphael Veiga, através de uma penalidade máxima, mas o Palmeiras encerrou a primeira etapa com um empate em 1 a 1. No segundo tempo, a intensidade alviverde aumentou significativamente, gerando diversas chances antes do belíssimo gol de Sosa, que recolocou o Verdão em vantagem.

Em seguida, Abel optou por introduzir Lucas Evangelista, Felipe Anderson, Vitor Roque, Flaco López e Andreas Pereira, buscando renovar o fôlego e a capacidade ofensiva. O Verdão sustentou sua produção ofensiva, consolidando a vitória com dois gols de Andreas Pereira, ambos de notável execução, que selaram o placar final.

O treinador português reiterou a prontidão de seu elenco e a importância da gestão física em um calendário tão denso. Ele sublinhou que todos os 28 jogadores são treinados para estar à disposição, enfatizando a necessidade de adaptação ao contexto, ao gramado e à sequência de jogos. Abel ainda provocou uma reflexão sobre a privação de sono e seu impacto no desempenho dos atletas de alto rendimento.

Todos estão preparados, treino 28 jogadores, um período de adaptação, ao contexto, à relva, e ao que é o calendário, dois dias para preparar o jogo. Perguntem (para especialistas) a importância no rendimento e na performance de atletas de alta competição a privação de sono. Tem muito a ver com isso. Se os jogadores estão aqui são bons, precisam estar preparados, seja quem for. Estas vitórias como treinador fico contente e feliz por reconhecer nosso trabalho diário em jogadores com menos ritmo.

Cenário Atual e o Próximo Desafio na Libertadores

Atualmente, o Palmeiras acumula 49 pontos, posicionando-se na vice-liderança do Campeonato Brasileiro, apenas um ponto atrás do Flamengo. O próximo compromisso será na quarta-feira, novamente no Allianz Parque, para o jogo de volta das quartas de final da Conmebol Libertadores contra o River Plate, após a vitória por 2 a 1 no confronto de ida, em Buenos Aires.

Sobre o iminente reencontro com o River Plate, Abel Ferreira ponderou sobre a natureza imprevisível do futebol, apesar de se tratar do mesmo adversário. Ele enfatizou a necessidade de preparação meticulosa e a ausência de surpresas táticas entre as equipes, citando exemplos de partidas onde o controle total é uma ilusão.

São jogos diferentes, apesar de ser River e Palmeiras outra vez. Não sei como vai ser o jogo, não tenho bola de cristal. Sei como vamos preparar, não há grande surpresa de um lado ou do outro. Olha o Flamengo, a primeira parte poderia ser 4 ou 5 e foi 2-1. Temos de estar preparados para tudo, se vai repetir a história, não sei. Não vivo com passado, são experiências, aprendizados. Eu sei que por muito que queiras controlar o jogo, há momentos em que sai do controle. Citei o Flamengo, o futebol é isto. Temos um objetivo nesta competição e o traçamos desde o início da temporada e não vamos mudar agora. O objetivo é sacar um bom resultado na Argentina para fechar em casa. Não sei como vai ser o jogo, sei o que queremos, estar na próxima fase. É o que vamos tentar do primeiro ao último minuto.

Abel Ferreira: Tática, Adaptação e a Cultura da Vitória

Em sua análise pós-jogo, Abel detalhou sua visão sobre a complexidade do futebol e a importância de reconhecer o mérito do adversário. Ele criticou a "cultura de ter que ganhar sempre e a todo custo", classificando-a como irreal. O técnico explicou as adaptações táticas feitas durante a partida, como a troca de pé dos jogadores para explorar melhor as portas de entrada e os cruzamentos, comparando o jogo a uma "luta" onde é preciso agredir e ser objetivo.

Às vezes parece que jogamos sozinhos, que o adversário não conta. Entendo que vivemos em um país em que a cultura de vencer é o que vale. Eu gosto, de fato o Brasil, São Paulo e o Palmeiras eu considero a minha casa, mas a verdade é que esta cultura de ter que ganhar sempre e a todo custo ela não é verdadeira, nem aqui, nem em lado nenhum. Mas como disseste bem, na primeira parte, mais do que não conseguimos fazer, mérito do adversário de fechar espaços, balançava bem para fechar espaços, com Facundo, Sosa, Veiga e Mauricio na frente. Não faço nada no jogo que não treinemos, dou muito mérito ao adversário. E a estratégia no adversário foi surpreender um pouquinho em trocar o pé direito para o esquerdo, pelas portas de entrada que tínhamos, no cruzamento, chegada à área e arremate. Troquei porque entendia que precisava e funcionou bem, às vezes não funciona. Fizemos poucos ajustes na segunda parte, e às vezes os jogos são como um desporto que não gosto muito, mas que veem muito aqui, as lutas. Às vezes o adversário fecha bem, temos que agredir, ser objetivos, e o adversário com nosso ritmo, não ia aguentar, independente se entraram os jogadores mais ou menos utilizados. Vitória das que mais gosto, troco todos, eles mostram dinâmica e vontade de ajudar seja em que situação for. Estamos lutando para ganhar, foi bom para eles e para nós. Todos somos um.

A Juventude do Elenco e o Tempo de Maturação

Ao analisar a composição do plantel, Abel Ferreira salientou a vantagem de ter todos os jogadores disponíveis e competitivos em suas respectivas posições. Ele destacou a juventude da equipe, notando que o Palmeiras é possivelmente o time mais jovem nesta fase da Libertadores, e ressaltou a importância de cultivar os atletas. O técnico argumentou que a mentalidade de "chegar e vencer" nem sempre se alinha com o tempo de adaptação e reforma necessário para o desenvolvimento dos jogadores, especialmente em um clube com a história vitoriosa do Palmeiras .

Sempre bom ter todos disponíveis, dois por posição bem competitivos. Seguimos com uma equipe muito jovem, talvez sejamos a mais jovem, se tirar o goleiro, nesta fase da Libertadores. Uma equipe jovem, com opções. Vivemos em um país muito especial, e por ser especial às vezes não damos tempo ao que é a troca. Uma coisa é a dinâmica, mentalidade, em um clube como Palmeiras, é chegar e vencer, não é assim. Leva tempo, o clube às vezes tem que cultivar o atleta, o Palmeiras é super vencedor e sua história fala destas conquistas, este período de adaptação, de reforma. É sempre bom ter todos disponíveis. O resto vai acontecer, não sei. Vocês têm sempre certezas de tudo, quanto mais velho fico, mais dúvidas tenho. Preparamos bem o jogo, o jogo mais importante é sempre o seguinte, acabou este agora e vamos pensar no próximo, difícil e decisivo. Contamos com o apoio dos nossos torcedores.

Trabalho, Consistência e a Lidando com a Mídia

Questionado sobre a possibilidade de o momento atual ser um ponto de virada ou o melhor desempenho do ano, o técnico foi enfático em atribuir o sucesso ao "trabalho", desmistificando a ideia de "segredos". Ele ressaltou a necessidade de vontade diária, consistência e dedicação, reconhecendo que uma temporada é marcada por altos e baixos. Abel criticou a polarização da mídia e das redes sociais, onde os profissionais são "carnificinados" ou "idolatrados", defendendo que todos são normais e sujeitos a erros e acertos. A única garantia que oferece é a seriedade e o profissionalismo, destacando a consistência do clube em chegar a decisões nos últimos cinco anos.

Trabalho. Trabalho. Não há segredos. As pessoas que acham que é para ser bom no que faz é preciso um segredo. Não há nenhum. Precisa ter vontade todos os dias, ser consistente e trabalhar. O futebol em uma época inteira não há... já conheço a casa, como funciona, uma época vai ter altos e baixos. No mesmo modo que nos 'carnificinam', nos idolatram. E não gosto disso. Somos todos normais para trabalhar neste nível, umas vezes corre bem, outras corre mal. A única garantia que dou é ser sério no trabalho, profissional, dar o melhor e estar preparado para o jogo seguinte. Sabemos que quando tem um elenco qualificado, quando trabalha e é sério está mais perto de ganhar. É o que fazemos nos últimos cinco anos. Se vamos ganhar não sei, mas chegamos nas decisões, de forma equilibrada. Tenho muitas conversas com jogadores sobre imprensa, mídia e redes sociais. Porque hoje em dia nunca sabemos que está atrás de um telefone, se é um torcedor, se é um torcedor infiltrado, se é para zoar e acreditam no que leem.

A Busca Pelo Equilíbrio e o Valor dos Adversários

Abordando a questão de manter a equipe no ataque e evitar recuar, Abel foi categórico sobre a irrealidade de um domínio constante por 90 minutos. Ele criticou a "cultura" de pensar que o time é superior a todos por conquistas passadas, enfatizando que há equipes com menos recursos, mas com grande determinação. O técnico lembrou que o Palmeiras nunca venceu o River Plate na Argentina e que, no futebol moderno, não existem jogos fáceis, citando exemplos como as dificuldades do PSG e Manchester United em competições europeias e derrotas históricas da seleção brasileira.

Qual consegue ficar assim 90 minutos? Basta ver o futebol de forma geral, impossível acontecer. Depois quando a equipe sofre um ou dois, vai reagir. Uma equipe só domina a outra completamente quando é muito mais fraca. A cultura daqui, acharmos que somos melhores do que todos, porque somos penta, esqueça isso. Há equipes com menos recursos, mas com facas nos dentes. Vamos jogar contra o River, quantas vezes o Palmeiras ganhou lá na história no River? Nenhuma. Não há problema nenhum. Não jogamos sozinhos. O adversário tem mérito, não jogamos sozinho. Tem outro treinador com tanta vontade quanto eu, que estuda tanto quanto eu, e jogadores que querem como os nossos. Tem jogos que vamos ganhar e outros vamos perder. Dois mais dois não existe. Quanto tempo levou o PSG para ganhar uma liga dos campeões? Dez anos? E o United? Que está passando por um período de reforma. E o Guardiola agora é fraco, antes era top. Meu sonho é ter a bola o jogo inteiro, mas isto não existe. Peço a compreensão de vocês, não jogamos sozinhos, o adversário reage quando sofre, há sempre uma reação do outro lado, sem falar do valor do adversário. Quantas vezes o Brasil perdeu na história para a Bolívia? Difícil. Nos dias de hoje, não há jogos fáceis. E as equipes usam os recursos que podem. Não há jogos fáceis hoje em dia, em nenhum futebol. Entendo, porque o jogo estava 2 e não foi 3? Sabe quantos torcedores tinham, o ambiente que estava? Era intimidatório a forma que o adversário puxava, agora espero que a gente faça o mesmo.

A Adaptação dos Atletas e a Liderança com Cuidado

Finalizando a coletiva, Abel abordou a atuação de Sosa, que "finalizou acho que sete vezes", e a adaptação de novos atletas ao clube, à cidade e até ao gramado, um processo que ele chama de "aculturação". Ele usou o exemplo de Andreas Pereira, que se adaptou rapidamente por já conhecer o contexto, e de Facundo, que ainda está em processo. O técnico também mencionou o tempo que Raphael Veiga levou para atingir seu status atual, enfatizando que "o tempo não é amigo de ninguém" e que o Palmeiras , como clube organizado, luta por títulos e toma decisões. Abel reiterou sua filosofia de "carinho e cuidar" com os jogadores, especialmente os mais jovens, contrastando com a tendência de parte da mídia de "idolatrar" ou "pisotear" os atletas, que, para ele, são apenas profissionais com uma função específica.

Finalizou acho que sete vezes, eu estive a contar. Na sequência do que falei ao seu colega, os que chegaram ao clube e tem que se aculturar ao clube. Este jogador vinha da Inglaterra, em um clube onde jogava para não descer eventualmente. Requer uma aculturação da exigência do clube, da torcida, o próprio gramado que é diferente. Não tenho que dizer tudo, eu digo aqui o que eu quero. Disse que o Bruno Rodrigues ia jogar para janeiro, não acreditem em tudo que eu digo. Aqui sou um personagem e depois tem um em casa. Sou aqui o que eu quero. A aculturação dos jogadores, ao clube, à cidade, às vezes é rápido. Por que o Andreas chegou e parece que é rápido? Ele conhece, não vou ensinar nada. O próprio Facundo, que vai fazer um ano aqui. Calma. Falei o exemplo do Veiga, mas ninguém quer ouvir. O tempo que o Veiga levou para chegar no estatuto que chegou. O tempo não é amigo de ninguém. O impacto da privação do sono, sabemos o que fazemos no CT, sabemos onde queremos chegar, estamos em um período de transição. Palmeiras é isso, organizado, vai lutar por títulos, toma decisões. E o Ramón vocês veem o Vitor Roque. O que mudou? Já ouviram falar em carinho e cuidar? As pessoas têm um exemplo totalmente errado na minha forma de liderar. Eu cuido dos que são meus. Porque sei que fora vão torna-los ídolos, como se fossem deuses, e não são. Deus só há um. É um com função específica de jogar futebol. E fazem o contrário, pisam. Isto não existe, é 8 ou 80. Cuidar dos jovens, os mais velhos estão habituados. E termino como comecei. O Brasil é um país especial.

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Leonardo

Leonardo

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Comentado em 21/09/2025 04:30 Parabéns ao Abel pela coragem e planejamento! Isso que é elenco forte, todo mundo preparado pra Champions aqui, blz.
Gustavo

Gustavo

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Comentado em 21/09/2025 02:20 Mano, Abel sacando a rotatividade assim é coisa de gênio, time jogou solto e ganhou fácil, suave demais kkk
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