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Abel Ferreira Expõe 'Narrativas Hipócritas' e Desequilíbrio de Mídia no Futebol Brasileiro

Por Redação FutVerdão em 27/10/2025 00:31

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, concedeu um extenso e contundente depoimento após o empate sem gols contra o Cruzeiro, em jogo do Campeonato Brasileiro no Allianz Parque. O comandante português abordou os desafios da arbitragem no futebol nacional, denunciando o que ele classificou como "narrativas hipócritas" sobre um suposto favorecimento ao Alviverde. Ele afirmou que o clube "não tem a mesma força de mídia" em comparação com outros, sem citar nomes.

A retórica de que o Palmeiras seria um clube constantemente beneficiado pelos apitos foi veementemente rechaçada pelo treinador. Abel questionou a validade de atribuir a uma única equipe o papel de "vítima" ou "beneficiada", argumentando que a realidade é mais complexa e generalizada.

Conforme a visão do comandante, "Já fomos beneficiados e prejudicados. O Flamengo também tem a mesma razão. Cruzeiro, São Paulo... todos têm. Se fizermos as contas, veremos um denominado comum. Não adianta fazer uma vítima só. Não criem narrativas hipócritas de que o Palmeiras é o beneficiado. Todo mundo percebeu que não adianta criar essa narrativa hipócrita. Torcedores: preparem-se, porque o Palmeiras não tem a mesma força de mídia que outros clubes têm. Quando se cria uma narrativa hipócrita em cima só do Palmeiras , fica como: 'vamos arranjar um patinho feio porque eles estão na frente no campeonato'. Isso foi feito muito antes do jogo contra o nosso adversário. Vocês viram. Todos os times reclamam sobre arbitragem, não é só o Palmeiras ." Essa declaração sublinha a percepção de que o clube é alvo de uma campanha midiática desproporcional.

Abel Ferreira e a Desigualdade da Força Midiática no Futebol

Diante do cenário de inconsistências, Abel Ferreira propôs medidas concretas para aprimorar o sistema de arbitragem. Ele defende a necessidade de uma entidade arbitral desvinculada da CBF, visando a uniformização de critérios e a eliminação de distinções.

O técnico salientou que "No momento certo, é preciso ter uma arbitragem independente da CBF para que não existam critérios diferentes. Não me preocupam os erros, mas não podemos fechar os olhos, e temos que assumir. Mas dizer que há uma arbitragem segura? Não brinquem com isso. Precisamos de mais árbitros para que eles descansem. Eles são os que mais precisam tomar decisões. Será que eles descansam? Tem gente para substituir? Será que não é melhor criarmos uma comissão de arbitragem independente e pagar salários condizentes com o que ganham os profissionais do futebol brasileiro? Não seria melhor criar um núcleo mais largo? É possível fazer, porque em ligas menos competitivas, isso é feito. É o desafio que temos agora." A sugestão abrange desde a remuneração adequada até um quadro de profissionais mais amplo, capaz de garantir o descanso e a qualidade das atuações.

Ainda sobre a partida contra o Cruzeiro, o técnico expressou seu descontentamento com a performance do árbitro. Em sua avaliação, "O árbitro, hoje, até pensamentos apitava. Não houve 45 minutos de tempo útil. Eu, se fosse torcedor, ficaria triste por pagar meu ingresso e ver um árbitro apitar até pensamentos." Essa crítica evidencia a frustração com a interrupção excessiva do jogo e o prejuízo ao espetáculo.

A Demanda por uma Arbitragem Independente e Profissional

A discussão sobre a qualidade da arbitragem e as condições do futebol brasileiro não é nova para Abel. Ele relembrou a recente manifestação de seu compatriota, Leonardo Jardim, que abordou questões semelhantes. Abel afirmou: "Vivo em dilema desde que cheguei ao Brasil. Estava ouvindo meu conterrâneo. Ele falou de forma dura sobre a arbitragem, sindicato de jogadores, gramado e calendário. Quero dizer a ele que isto é algo que faço desde o primeiro dia que cheguei. Disse mais que uma vez que estava aqui para valorizar o Palmeiras e o futebol brasileiro. Está no livro. Ele realmente falou coisas corretas, mas não depende dos treinadores, depende de quem decide." Isso reforça a tese de que a luta por melhorias é contínua e compartilhada por outros profissionais.

A falta de uniformidade nos critérios de julgamento é outro ponto de preocupação para o técnico. Ele observou que "Não é possível ter um conjunto de amadores. Não é por responsabilidade deles. Não sei se é só torná-los profissionais, mas é algo profundo. Mesmo a CBF tem critérios diferentes. Para o Ramon Abatti Abel e para o Wilton Pereira Sampaio, há critérios diferentes. Um foi para a geladeira e o outro continua apitando. Desde que cheguei aqui, parece que durante os cinco anos, eu andava em uma luta sozinho." A disparidade no tratamento de diferentes árbitros, com um sendo afastado e outro mantido em atividade, ilustra a inconsistência da gestão.

O impacto do calendário exaustivo nos atletas foi um tópico central da coletiva. Abel descreveu a maratona de jogos como um "dilema muito grande", especialmente ao comparar a condição física de sua equipe com a dos adversários. "Sabíamos que o jogo seria extremamente difícil. Se eu estou cansado, imagina os jogadores. Não dormimos, viemos de noite, e nosso adversário teve uma semana para preparar o jogo. Lutamos pelos mesmos objetivos, mas..." A evidente desvantagem na preparação física e estratégica é um obstáculo significativo.

Desgaste Físico e os Desafios do Calendário Brasileiro

O técnico detalhou o cenário de cansaço extremo que afeta a equipe. "O Cruzeiro é uma equipe recheada de um grande treinador e de grandes jogadores. É um time que pressiona muito bem a fase de construção do adversário. Eles sabiam perfeitamente do desgaste que tínhamos e, sabendo disso, teve uma semana inteira para preparar. Eu só preparei o jogo hoje de manhã. Não sei se é certo ou errado, mas é assim. Pedi algo para dormir ao doutor. Fui ao quarto, depois pedi desculpa, mas nem na ação de treino fui. Dormi. Se eu estava assim, imaginem os jogadores." O relato pessoal de Abel, que precisou dormir durante o dia para se recuperar, ilustra a gravidade da situação.

Apesar das adversidades, o foco se volta para o próximo desafio crucial: a Libertadores. Abel Ferreira convocou a torcida para um apoio incondicional. "Vamos ter três dias, e 90 minutos é muito tempo na quinta-feira. Preparem-se para uma noite mágica. Convoco nossos torcedores para que, do primeiro ao último segundo, que não parem de cantar. Somos a equipe da virada e do amor, e precisamos da ajuda deles. Tenho fé que algo mágico vai acontecer na quinta-feira. Não me perguntem como, mas é o que acredito." A mensagem é de confiança e união, buscando a força da arquibancada para superar o oponente.

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