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Abel Ferreira Rebate Críticas: Valor do Palmeiras e Pressão no Futebol
Por Redação FutVerdão em 24/07/2025 12:32
A recente vitória do Palmeiras por 2 a 1 sobre o Fluminense, conquistada no Maracanã, serviu de palco não apenas para a consolidação de mais três pontos no Campeonato Brasileiro, mas também para uma manifestação contundente do técnico Abel Ferreira. O treinador português, em sua coletiva pós-jogo, não se furtou a rebater as incessantes críticas dirigidas à equipe, reafirmando a capacidade do elenco tanto para o momento atual quanto para o desenvolvimento futuro.
Em um tom de desabafo que beirava a indignação, Abel Ferreira mencionou diretamente as acusações que rotulam o comando técnico alviverde de ineficaz ou repetitivo. "Tem gente que diz que o treinador do Palmeiras não serve, é fraco, faz sempre a mesma coisa. Cada um tem sua opinião, mas há quem fale de propósito, porque convém ou por influência. Temos um elenco jovem, com margem para evoluir", declarou o técnico, sublinhando o potencial de crescimento de seus comandados e o valor do trabalho já consolidado.
O comandante palmeirense fez questão de ressaltar a imperativa necessidade de resiliência frente a uma maré de críticas que, em sua percepção, transcende a esfera da análise construtiva para adentrar o campo da ofensa gratuita. "Vamos ganhar e perder. Dirão que somos bons ou ruins. O que não pode é duvidar do nosso valor, do nosso trabalho e da coragem que temos. Há críticas que passam do limite. A liberdade termina quando se invade o espaço do outro", sentenciou, traçando uma linha clara entre a avaliação legítima e o ataque pessoal.
A Defesa Inabalável de Abel Ferreira
Ainda na esteira de sua análise sobre a cultura do futebol nacional, Abel Ferreira teceu considerações sobre a volátil percepção pública, que oscila entre a exaltação desmedida e a condenação sumária. Ele destacou o fenômeno do "tudo ou nada", onde um atleta ou equipe pode ser elevado ao Olimpo em um dia e, no outro, ser rebaixado ao mais baixo patamar. "Aqui é tudo 8 ou 80. Agora vão dizer que ele é o Pelé, mas ele é o mesmo Vitor Roque, com qualidades e defeitos. O gol dá confiança, mas é preciso manter os pés no chão. Nosso trabalho é coletivo", pontuou, ressaltando a efemeridade dos julgamentos. Essa mesma memória curta, que tanto afeta a avaliação de jogadores, também se manifesta na relação com os clubes. O técnico expressou seu descontentamento ao presenciar as vaias direcionadas ao Fluminense, no próprio Maracanã, uma equipe que há pouquíssimo tempo representava o Brasil na semifinal do Mundial de Clubes. "Fico triste em ver uma equipe que representou tão bem o futebol brasileiro ser vaiada. Há menos de um mês estavam na semifinal do Mundial. Isso mostra como a memória é curta. Se fosse no Palmeiras , eu falaria o mesmo", lamentou, evidenciando a hipocrisia de um sistema que esquece rapidamente os méritos.
A Pressão Insustentável sobre Jovens Talentos
Em um ponto sensível de sua explanação, Abel Ferreira abordou a delicada situação do atacante Vitor Roque , que recentemente encerrou um jejum de gols de mais de dois meses. O treinador fez questão de salientar a brutalidade da pressão imposta sobre jovens atletas no cenário futebolístico brasileiro. "Para ser jogador neste país, tem que aguentar críticas selvagens. Chamam jogador de 20 anos de 'bagre', colocam ódio. Isso deixa marcas emocionais. Precisamos acolher, apoiar. Quando estamos mal, não podemos fingir que está tudo bem, mas também não podemos destruir o ser humano", asseverou, clamando por maior empatia e suporte a esses talentos em formação, que são frequentemente alvo de ataques desproporcionais.
O Calendário Insano e a Busca por Coerência
Por fim, Abel Ferreira não deixou de criticar um dos pilares mais problemáticos do futebol nacional: o calendário excessivamente denso e seus impactos diretos no desempenho e na saúde dos atletas. Ele usou o exemplo do próprio Fluminense, que, além de ter seu principal jogador (Arias) lesionado, sofre com a sequência extenuante de jogos. "Eles (Fluminense) perderam seu principal jogador (Arias), e ainda enfrentam um calendário insano. Hoje perdemos mais um jogador por lesão, o Renato (Gaúcho) também. Jogar a cada dois dias é absurdo. Ninguém quer saber se o time está inteiro ou com desfalques, só querem saber se ganhou ou perdeu", concluiu o técnico, evidenciando a dissonância entre a exigência de resultados e as condições de trabalho oferecidas aos profissionais.
Apesar de todas as complexidades e desafios apontados pelo treinador, a performance do Palmeiras no Campeonato Brasileiro segue robusta. A vitória recente impulsionou a equipe à terceira colocação da tabela, demonstrando a resiliência do elenco em meio a um ambiente de cobranças. O próximo desafio está agendado para o Allianz Parque, onde o Verdão enfrentará o Grêmio.
Estatística | Valor |
---|---|
Pontos no Brasileirão | 29 |
Jogos Disputados | 14 |
Posição na Tabela | 3ª |
Próximo Adversário | Grêmio |
Local e Data | Allianz Parque, Sábado, 21h |
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