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Abel Ferreira Sem Rodeios: Desempenho do Palmeiras Pós-Mirassol e Desafios Futuros
Por Redação FutVerdão em 09/11/2025 23:41
A recente derrota do Palmeiras para o Mirassol, pelo placar de 2 a 1, neste domingo (9), provocou uma reação incomum no técnico Abel Ferreira. O comandante português expressou profunda insatisfação com a performance de sua equipe, admitindo que o adversário do interior paulista demonstrou superioridade em diversos aspectos do jogo. A análise de Abel, carregada de franqueza, revela uma preocupação com a postura alviverde em campo.
Em sua avaliação pós-jogo, Abel Ferreira foi categórico ao afirmar que qualquer tentativa de justificar o revés seria inútil. "Falar qualquer coisa hoje é querer arranjar desculpas. Parte técnica, física, estratégia. É muito fácil falar isso. O Mirassol, hoje, foi muito melhor que o Palmeiras , em todos os níveis", declarou o treinador em entrevista coletiva, sublinhando a clareza de sua percepção sobre a atuação da equipe.
Apesar da decepção com o resultado, o treinador palmeirense não demonstrou menor intensidade em relação a outras partidas do Campeonato Brasileiro. Para Abel, todos os confrontos da competição possuem o mesmo valor: os três pontos. Essa filosofia foi reiterada ao ser questionado sobre a relevância de enfrentar times de menor expressão.
A Superioridade do Mirassol e o Peso dos Três Pontos
O técnico do Palmeiras fez questão de desmistificar a ideia de que apenas duelos contra equipes do topo da tabela merecem atenção especial. "Só jogamos contra o G-6? O que me incomoda é a forma como jogamos hoje, vendo o adversário ser melhor em todos os níveis. Parabéns ao Mirassol que foi melhor. No resto, nós não jogamos só contra o G-6, G-7, G-20, G-30", ponderou, antes de complementar sua visão sobre o torneio.
"Jogamos no modelo que temos aqui. É uma prova de regularidade, ganha quem fizer mais pontos e vamos ver quem termina com mais pontos. Para mim, é tudo igual, os três pontos que ganhamos contra o G-6, G-7 é igual"
A declaração de Abel reforça a importância da constância e da seriedade em cada rodada, independentemente do oponente. A derrota para o Mirassol, nesse contexto, não é apenas um tropeço, mas um alerta sobre a necessidade de manter o alto nível de desempenho em todas as circunstâncias do campeonato.
O calendário apertado reserva ao Palmeiras um novo compromisso já no dia 15 de novembro, uma quarta-feira. Em plena Data Fifa, o clube enfrentará o Santos na Vila Belmiro, em partida atrasada do Brasileirão, com a bola rolando às 21h (de Brasília). O desafio será ainda maior, pois Abel Ferreira terá que lidar com desfalques importantes devido às convocações de jogadores para suas respectivas seleções.
Data Fifa: Um Dilema para o Treinador Alviverde
A questão da Data Fifa e seus impactos no planejamento das equipes é um ponto recorrente de debate. Abel Ferreira expressou seu descontentamento com a situação, destacando o ônus para os clubes que cedem seus atletas.
"Olha, eu como treinador não é muito agradável saber que tenho tantos convocados. Todos querem estar na seleção e ninguém quer se machucar, se magoar, quer disputar os títulos. Faz parte do jogo. Nós temos uma equipe recheada de bons jogadores, os selecionadores são responsáveis nisso, a Data Fifa é oficial. Quem paga os salários somos nós, quem precisa deles somos nós. Mas o futebol é assim e temos que nos adaptar, a direção já sabia o que iria acontecer"
Apesar de reconhecer a legitimidade das convocações, o português ressalta a complexidade de gerir um elenco com ausências significativas em momentos cruciais da temporada. A adaptação a essas condições se torna, portanto, uma prova da capacidade de resiliência e profundidade do elenco alviverde.
Abel Ferreira também aproveitou a oportunidade para contestar a narrativa de que o Campeonato Brasileiro seria uma disputa entre apenas duas equipes. Ele enfatizou a competitividade da liga, ressaltando que muitos clubes possuem qualidade, ainda que não consigam manter a mesma regularidade de times como Palmeiras e Flamengo.
A Leveza do Mirassol e o Peso da Camisa Palmeirense
O técnico português traçou um paralelo interessante entre a pressão de atuar em um clube de grande porte como o Palmeiras e a "leveza" de jogar em uma equipe como o Mirassol. Ele citou o exemplo de jogadores que, após passagens por grandes clubes como São Paulo e Grêmio, encontram no Mirassol um ambiente com menor cobrança, permitindo-lhes atuar com mais liberdade.
"Não sei, vocês dizem que só tem duas equipes competindo nesta competição. Eu acho que tem muitas equipes boas competindo aqui. A diferença é que não conseguem ser tão regulares como Palmeiras, Flamengo, Cruzeiro e o próprio Mirassol. Vocês viram, um dos melhores jogadores do Mirassol foi dispensado do São Paulo, dispensado do Grêmio. Eles vem jogar aqui 'levinhos', a camisa não pesa, parece um jovem de 23 anos. Aqui parece que não pesa, é mais leve. A responsabilidade de jogar num clube como o Palmeiras é completamente diferente do peso de jogar no Mirassol."
O treinador fez questão de parabenizar o Mirassol pela campanha, descrevendo-o como um "outsider" que supera as expectativas. Ele inclusive vislumbra a equipe do interior com potencial para alcançar uma vaga na Libertadores, dada a qualidade e organização demonstradas em campo. "O Mirassol é essa equipe neste ano, tem tudo para ir à Libertadores e jogar essa competição também. Agora está deixando de ser novidade, estão olhando mais," analisou.
A análise tática de Abel sobre o adversário foi detalhada: "Uma equipe física, que joga bom futebol, tem uma zaga experiente, dois centroavantes de um metro e noventa, os meias caindo para todos os lados. É uma desorganização organizada que cria muitas dificuldades aos adversários. Eles se expõem um pouco nas transições, mas, hoje, o Mirassol foi muito melhor que o Palmeiras ."
A menor pressão sobre o Mirassol, que já havia cumprido seus objetivos na temporada, permite aos seus jogadores uma performance mais descontraída. Abel exemplificou com o jovem Negueba, destacando como atletas "desacreditados" em outros lugares encontram um novo fôlego em um time bem treinado. "Vou pegar os gols deles para analisar o que não gosto. Não é difícil de perceber que temos que fazer melhor como equipe," concluiu o técnico, apontando para a necessidade de correção de falhas em sua própria formação.
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