Conmebol Libera Festas para Palmeiras e Flamengo na Final da Libertadores

A Conmebol, em um movimento que sinaliza uma tentativa de mitigar as barreiras geográficas impostas por suas próprias decisões, autorizou Flamengo e Palmeiras a organizarem eventos de exibição pública para a final da Libertadores. Esta medida surge como uma resposta direta à distância que separa o palco da decisão continental dos corações das torcidas, buscando, assim, uma aproximação que, de outra forma, seria inviável para muitos.

A entidade sul-americana, consciente do desafio logístico e financeiro que recai sobre os torcedores, detalhou sua motivação. Em comunicado oficial, a Conmebol expressou que a iniciativa visa estender o alcance da festa do futebol, declarando:

"Com propósito de aproximar a festa do futebol sul-americano a cada um dos países do continente, a Conmebol informa que está autorizada a exibição pública dos seguintes encontros (finais da Libertadores e Sul-Americana) nas sedes de cada um dos clubes finalistas"

. Essa permissão, portanto, permite que as celebrações e a experiência do jogo sejam vivenciadas nas cidades-sede de cada um dos finalistas.

A Proximidade Desejada em Meio à Distância

A decisão de sediar a final da Libertadores em Lima, no Peru, marcada para o dia 29 de outubro, às 18h (horário de Brasília), reaviva memórias recentes. A capital peruana foi, em 2019, o cenário da consagração do Flamengo, que ali levantou o troféu continental em uma memorável partida contra o River Plate, da Argentina. Contudo, a escolha de um palco internacional, embora com seu glamour, impõe um ônus considerável aos aficionados.

É inegável que uma viagem transnacional representa um custo elevado, um luxo inacessível para a vasta maioria dos torcedores. Passagens aéreas, hospedagem e despesas adicionais formam um pacote que impede a presença de um grande número de apaixonados nas arquibancadas. A Conmebol, ao autorizar as exibições públicas, reconhece implicitamente essa realidade, oferecendo um paliativo para a ausência física.

Para o torcedor palmeirense e flamenguista, esta será a segunda ocasião em que seus clubes se enfrentarão diretamente pelo título máximo do continente. A primeira, em 2021, viu o Alviverde superar o rival em uma final eletrizante, consolidando sua hegemonia recente na competição.

O Custo da Glória Longe de Casa

A política de exibição pública não se restringe apenas à Libertadores. O Atlético, por exemplo, também será beneficiado na final da Sul-Americana, onde enfrentará o Lanús, da Argentina. O confronto está agendado para o dia 22 de outubro, às 17h (horário de Brasília), no Estádio Defensores del Chaco, em Assunção, no Paraguai. Esse precedente reforça a percepção de que a Conmebol busca uma solução padronizada para o dilema de finais disputadas em territórios neutros e distantes.

A medida, embora bem-vinda, levanta questões sobre a própria filosofia de sediar jogos tão cruciais fora do alcance direto das massas que os sustentam. A festa, afinal, é do futebol sul-americano, mas sua celebração plena é, muitas vezes, fragmentada pela geografia e pela economia, cabendo à exibição pública tentar recompor parte dessa experiência.