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Exclusivo: Áudios do VAR de São Paulo x Palmeiras Revelam Detalhes da Polêmica Arbitragem

Por Redação FutVerdão em 09/10/2025 12:02

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) trouxe à tona, na última quinta-feira (9), as gravações do Árbitro de Vídeo (VAR) referentes aos episódios de maior contestação no clássico entre São Paulo e Palmeiras. O confronto, ocorrido no domingo anterior (5) pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro, culminou em uma vitória alviverde por 3 a 2. Esta liberação de material, que contou com a anuência da FIFA, não veio sem consequências diretas, uma vez que o árbitro principal, Ramon Abatti Abel, e o responsável pela cabine do VAR, Ilbert Estevam da Silva, foram temporariamente afastados de suas funções. A entidade máxima do futebol nacional justificou a medida como parte de um processo contínuo de ?treinamento, aprimoramento e avaliação interna? dos profissionais, uma explicação que, por si só, já lança luz sobre a natureza das decisões tomadas em campo e na cabine.

Os diálogos revelados proporcionam uma janela para a dinâmica de comunicação entre os dois oficiais, expondo as trocas de informações que fundamentaram as decisões cruciais do jogo. A análise desses áudios é fundamental para compreender a linha de raciocínio que prevaleceu em lances que poderiam ter alterado o desfecho da partida e que, de fato, inflamaram o debate sobre a qualidade da arbitragem no país.

O Lance Central da Controvérsia: Allan e Tapia

Dentre os momentos mais intensos sob análise, o suposto pênalti envolvendo Allan, do Palmeiras , e Tapia, do São Paulo, emergiu como o ponto nevrálgico da discussão. As gravações divulgadas pela CBF expõem os árbitros convergindo na interpretação de que o incidente não configurou uma infração. A justificativa central reside em um alegado escorregão acidental do jogador palmeirense, descartando qualquer intenção ou disputa de bola que justificasse a marcação da penalidade.

?Escorregou, escorregou. O jogador escorrega e os dois estão olhando para bola, pode seguir?, proferiu Ramon Abatti Abel, o árbitro de campo.

A confirmação da decisão de campo veio rapidamente da cabine do VAR, solidificando a perspectiva de que o contato foi involuntário e sem dolo. A voz do VAR reiterou a análise:

?Temos um jogador do Palmeiras que escorrega, e ele tem o contato com o adversário, totalmente acidental?.

Ilbert Estevam da Silva , o VAR da partida, reforçou a concordância durante a revisão:

?Ramon, é justamente isso que você narra. O atleta do Palmeiras escorrega e o contato é acidental?.

Essa unanimidade na interpretação, apesar da clareza dos áudios, não dissipou as dúvidas e a insatisfação de parte da torcida e da imprensa. A natureza ?acidental? do contato, quando vista em câmera lenta, muitas vezes se mistura com a busca por vantagem, levantando questionamentos sobre a linha tênue que separa o mero infortúnio de uma ação que impacta diretamente a jogada.

Outros Episódios sob o Escrutínio do VAR

Além do lance capital envolvendo Allan e Tapia, a CBF também tornou públicos os áudios referentes a outras três ocorrências que geraram debate durante o clássico. Em todos esses casos, a tecnologia de vídeo atuou como validadora das decisões já tomadas pelo árbitro em campo, optando por não recomendar qualquer revisão no monitor, o que sinaliza uma consistência (ou talvez uma complacência) na avaliação dos lances.

Para facilitar a compreensão dos demais momentos analisados, apresentamos um resumo:

Lance Jogadores Envolvidos Decisão do VAR Observação
Pisão Gustavo Gómez (Palmeiras) em Tapia (São Paulo) Endossou decisão de campo Não houve recomendação de revisão.
Entrada Dura Andreas Pereira em Marcos Antônio Endossou decisão de campo Considerada sem necessidade de intervenção do VAR.
Cotovelada Gustavo Gómez (Palmeiras) em Tapia (São Paulo) Endossou decisão de campo Avaliada como não passível de revisão no monitor.

A uniformidade nas decisões do VAR em não intervir nesses episódios adicionais pode ser interpretada de diferentes maneiras. Para alguns, representa a correta aplicação do protocolo, que reserva a intervenção para erros claros e óbvios. Para outros, contudo, levanta a questão da subjetividade e da tolerância em lances de contato físico mais ríspidos, especialmente quando se trata de jogadores já advertidos ou com histórico de intensidade em suas ações. O afastamento posterior dos árbitros, mesmo com o VAR validando suas decisões na maioria dos lances, sugere que a "avaliação interna" da CBF pode ter uma régua mais rigorosa do que a aplicada em campo e na cabine de vídeo durante a partida.

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