Felipe Anderson no Palmeiras: Entenda a Ausência Chocante no Mundial

A expectativa era imensa quando Felipe Anderson desembarcou em solo palmeirense, visto como uma peça-chave para elevar o patamar ofensivo da equipe, especialmente para o aguardado Mundial de Clubes. Contudo, o cenário que se desenha para o talentoso meia-atacante, outrora um dos nomes mais badalados do mercado, é de um surpreendente ostracismo. Após figurar no onze inicial na abertura da competição contra o Porto, o camisa 7 viu seu protagonismo evaporar, permanecendo no banco de reservas sem sequer ser acionado nos confrontos subsequentes contra Al-Ahly e Inter Miami.

A contratação de Felipe Anderson , concretizada no meio da temporada passada, foi alardeada como um golpe de mestre da diretoria alviverde, projetando-o como um diferencial para a campanha mundialista. Seu histórico recente na Lazio, onde se destacou como um exímio jogador pelo flanco direito, justificava a empolgação. Paradoxalmente, é justamente na sua posição de ofício, a ponta direita, que o atleta encontra o maior dos obstáculos: a consolidação de Estêvão como uma força incontestável no esquema tático de Abel Ferreira, inviabilizando sua titularidade.

As Escolhas Táticas de Abel Ferreira no Mundial

Na primeira aparição do Verdão no torneio, frente ao Porto, Felipe Anderson foi escalado na ponta direita, enquanto o jovem Estêvão ocupava uma faixa mais central do campo. No decorrer daquela partida, o treinador português promoveu ajustes, deslocando Estêvão para a esquerda e introduzindo Maurício no miolo do meio-campo. Contudo, a posição do veterano permaneceu inalterada. No segundo tempo, em uma substituição que se mostraria profética, Felipe Anderson foi sacado para a entrada de Allan, marcando sua última participação em campo no Mundial.

A ausência de novas oportunidades para o camisa 7 é um reflexo das constantes experimentações táticas de Abel Ferreira. Embora o técnico tenha, em momentos posteriores, retomado a preferência por um ponta direita, justamente a área de conforto de Felipe Anderson , a vaga não foi preenchida por ele. Facundo Torres foi visto atuando pela esquerda, e Raphael Veiga solidificou sua presença no setor central. O comandante seguiu promovendo diversas modificações no setor ofensivo, buscando a melhor configuração, mas, notavelmente, sem conceder mais minutos ao jogador que chegou com tanto alarde.

A Visão do Treinador e o Cenário Futuro

Questionado sobre a gestão do elenco e a utilização dos atletas, o próprio Abel Ferreira expressou seu dilema após o confronto contra o Inter Miami:

"Todos querem jogar e tenho pena de ainda não colocar todos os jogadores a jogar. Se pudermos, gostaria de colocar todos para não ficar só com a sensação de que ficaram para fora. Eles trabalham, se dedicam, e se eu puder colocar todos gostaria"

. A fala do treinador, embora empática, sublinha a complexidade de suas escolhas e a inevitabilidade de deixar grandes nomes no banco.

É crucial reiterar que a marginalização de Felipe Anderson no time titular é uma decisão puramente técnica, desprovida de qualquer impedimento físico ou lesão. Sua condição física é plena. Desta forma, a tendência é que o meia-atacante continue como opção no banco de reservas para o próximo compromisso do Palmeiras, o embate contra o Botafogo, agendado para este sábado (28), válido pelas oitavas de final da competição.