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John Textor Enfrenta Julgamento no STJD por Acusações de Manipulação no Brasileirão

Por Redação FutVerdão em 13/12/2024 05:52

Em uma saga que se estende por todo o ano, John Textor, proprietário da SAF do Botafogo, comparecerá perante o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) nesta sexta-feira (13) para julgamento. O processo se desenrola em função de suas alegações de que houve manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro de 2022 e 2023, favorecendo, segundo ele, o Palmeiras. Essa acusação desencadeou uma série de implicações, envolvendo a CBF, São Paulo, Fortaleza e o árbitro Raphael Traci.

Acusações e Possíveis Punições a John Textor

As acusações imputadas a Textor são de duas naturezas: a primeira, por ofender a honra de terceiros em relação a eventos desportivos; e a segunda, por provocar, devido a erro crasso ou motivação pessoal, a abertura de inquérito ou processo na Justiça Desportiva. As penalidades podem ser severas. A soma de todas as possíveis punições pode resultar em uma suspensão de até 810 dias e uma multa de R$ 500 mil.

Um ponto crucial na defesa de Textor é que ele não foi o responsável por divulgar os nomes dos jogadores que apresentaram "comportamento deficiente" nas partidas em questão. O caso retorna à pauta da 5ª Comissão Disciplinar, mantendo-se ainda em primeira instância. Caso haja um julgamento, ainda caberá recurso ao Pleno.

O Papel da Good Game nas Acusações

Relatórios elaborados pela empresa Good Game foram o ponto de partida para que Textor acusasse publicamente a existência de manipulação no Brasileirão. Esses documentos apontam supostos comportamentos irregulares de jogadores, como no confronto Palmeiras 5 x 0 São Paulo. A Good Game, através de vídeos de seu fundador, Pierre Sallet, e do CEO, Thierry Hassanaly, tenta explicar a metodologia utilizada, chegando a exemplificar com um dos gols do clássico paulista. Textor também alega manipulação por parte do árbitro de vídeo (VAR), Raphael Traci, no jogo Botafogo 3 x 4 Palmeiras , do ano passado.

As análises da Good Game, que embasam as alegações de Textor, são focadas no comportamento dos jogadores, sem nenhuma ligação com o mercado de apostas. Textor argumenta que seu objetivo era compelir o STJD a investigar os fatos com base nos relatórios e partidas que ele considera "manipuladas".

Segundo Textor, "Os relatórios da Good Game se baseiam em mais de 10 anos de experiência como especialista líder e respeitada na detecção de manipulação de jogos, e acredito que as conclusões que chegaram em relação a jogos reais envolvendo o Palmeiras seriam suficientes para justificar uma investigação em qualquer foro europeu."

Defesa de Textor e Questionamentos do STJD

Diante da morosidade do processo, Textor foi solicitado a responder por escrito a uma série de perguntas formuladas pelo relator do caso no STJD. Em sua manifestação, ele expressou que "Algumas delas (perguntas) acabaram por me transformar no verdadeiro investigado, quando, desde o início, eu estava apenas tentando fazer com que o STJD iniciasse uma investigação sobre possíveis manipulações".

A resposta de Textor ao STJD apresenta um tom menos contundente se comparada com suas declarações em seu site, onde ele alegou que as partidas Palmeiras x São Paulo de 2023 e Palmeiras x Fortaleza de 2022 foram "manipuladas". O STJD questionou Textor sobre a apresentação de evidências sólidas além dos relatórios da Good Game. Em resposta, Textor afirmou: "Acredito que a questão continua a minimizar as provas da Good Game, pois o STJD ainda não permitiu a apresentação das provas. Além disso, essas perguntas foram claramente preparadas por partes que buscam desacreditar a Good Game, provavelmente por motivos competitivos".

Textor ainda ressaltou que a Good Game se dispõe a apresentar sua metodologia diretamente ao STJD. No entanto, Pierre Sallet, fundador da empresa, alegou não ter condições de responder no prazo estipulado devido ao volume de trabalho, o que levou Textor a solicitar uma prorrogação do prazo, sem sucesso. O que consta nos autos da Good Game é um documento com perguntas frequentes (FAQ), já traduzido.

Alegações sobre o VAR e Posição de Textor

Em outro momento, Textor foi questionado se sua reação após a derrota para o Palmeiras influenciou sua alegação de manipulação. Ele respondeu: "Não, a manipulação da reprodução do VAR me inspirou a alegar manipulação", alfinetando o ex-auditor Mauro Marcelo de Lima, palmeirense declarado, sem mencionar seu nome.

Após um inquérito no primeiro semestre, a procuradoria do STJD denunciou Textor por infringir o artigo 243-F, que pune ofensas à honra em contexto desportivo, por cinco vezes. As vítimas seriam Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, Palmeiras , São Paulo, Fortaleza e o árbitro Bráulio da Silva Machado. As penas para essa infração podem somar 450 dias de suspensão e R$ 500 mil de multa. Textor também foi enquadrado no artigo 221, por gerar denúncia caluniosa e abertura de inquérito no STJD ao alegar manipulação.

A tensão entre Textor, CBF e Leila Pereira, presidente do Palmeiras , diminuiu, mas o processo movido pelo clube contra o norte-americano na Justiça comum segue em segredo. O desfecho dessa questão no STJD é aguardado com grande expectativa.

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