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Leila Pereira x Bap: A Alfinetada da Netflix que Abalou o Futebol Brasileiro
Por Redação FutVerdão em 09/10/2025 04:22
Em um cenário de efervescente rivalidade e disputas financeiras complexas, a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, reverberou intensamente ao confrontar Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap, mandatário do Flamengo. A assertiva de Leila, que incluiu uma menção inusitada à gigante do streaming Netflix, adicionou uma camada de perspicácia e ironia ao embate que agita os bastidores do futebol brasileiro.
A troca de farpas se insere em um contexto maior de tensionamento entre Flamengo e Palmeiras , que protagonizam um contencioso por questões relacionadas aos repasses financeiros da Liga do Futebol Brasileiro (Libra). Este pano de fundo financeiro é o que alimenta a retórica acirrada entre os dirigentes.
A Afiada Resposta de Leila Pereira a Bap
A origem imediata da controvérsia reside nas declarações de Bap na última terça-feira, 7 de maio. O presidente do Flamengo questionou publicamente um empréstimo de R$ 80 milhões concedido pela Crefisa, empresa de Leila Pereira, ao Vasco. A garantia para essa operação financeira estipula que a instituição pode adquirir 10% das ações da SAF do clube carioca, caso as condições do empréstimo não sejam integralmente cumpridas.
Em sua crítica, o dirigente flamenguista insinuou que o objetivo final de Leila seria a aquisição da SAF do Vasco, afirmando que "existe uma agenda muito clara" por parte da presidente alviverde. A resposta de Leila Pereira não tardou, e veio carregada de um tom incisivo e direto.
"Quanto à insinuação do presidente Bap sobre o boato de que eu estou comprando o Vasco, ele pode ficar tranquilo. Eu não estou comprando o Vasco. Aliás, não estou comprando nem o Vasco nem a Netflix", declarou a presidente do Palmeiras.
O Gesto Subtil: Por Que a Netflix?
A menção à Netflix, aparentemente deslocada, revela-se uma referência estratégica e bem-humorada às experiências passadas de Luiz Eduardo Baptista. Bap atuou como presidente da DirecTV e CEO da Sky, uma renomada operadora de TV, por mais de uma década. Em 2014, quando a Netflix começava a consolidar sua presença no mercado brasileiro, o dirigente do Flamengo expressou opiniões acerca da concorrência.
Naquela época, Bap minimizou o impacto da Netflix, argumentando que Sky e a plataforma de streaming não eram, de fato, concorrentes. Chegou a sugerir que sua empresa poderia, inclusive, adquirir a companhia no Brasil.
"Não somos concorrentes. Mas, daqui a pouco, se começarem a nos incomodar, podemos comprar esses caras no Brasil", afirmou Bap em 2014.
Contudo, a realidade do mercado se desdobrou de forma distinta. A gigante do entretenimento "on demand" não apenas se estabeleceu, mas ascendeu à posição de maior empresa de streaming tanto no Brasil quanto globalmente. Sua lucratividade é notória: em 2024, obteve um lucro de 10,4 bilhões de dólares e receitas totais que atingiram 33,7 bilhões de dólares, conforme dados divulgados pelo portal especializado "Hollywood Reporter".
A hegemonia da plataforma é corroborada pelo guia internacional de streaming JustWatch, que aponta a Netflix com uma fatia de 25% do mercado brasileiro atualmente, superando todos os seus concorrentes e liderando o número de assinantes em escala global.
| Indicador (2024) | Valor | Fonte |
|---|---|---|
| Lucro Total | 10,4 bilhões de dólares | Hollywood Reporter |
| Receitas Totais | 33,7 bilhões de dólares | Hollywood Reporter |
| Fatia de Mercado Brasil | 25% | JustWatch |
| Liderança | Global em assinantes | JustWatch |
O Cenário de Tensão Financeira entre Clubes
As hostilidades verbais entre Leila Pereira e Bap intensificaram-se após o Flamengo obter uma liminar que bloqueou o repasse de R$ 77 milhões destinados aos integrantes da Libra, incluindo o Palmeiras . Este movimento gerou um profundo descontentamento entre os clubes afetados.
A perspectiva do Palmeiras é clara: a estratégia do Flamengo visa "asfixiar" financeiramente os clubes da Libra, com o objetivo de forçar uma renegociação da divisão das verbas provenientes da audiência via pay-per-view. Os valores bloqueados são diretamente relacionados a essa vertente contratual. Diversas equipes que compõem o bloco, como São Paulo, Santos, Atlético-MG e Grêmio, manifestaram publicamente sua oposição à postura adotada pelo clube carioca.
Por sua vez, o Flamengo justifica sua ação alegando ter sido prejudicado pelas regras de distribuição financeira e busca ativamente a revisão do acordo firmado em 2024, que possui validade até 2029. O processo legal segue sob segredo de Justiça, e embora a liminar tenha sido inicialmente negada em primeira instância, o pedido foi acatado em segunda instância pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, adicionando mais um capítulo a este intrincado litígio no futebol nacional.
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