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Palmeiras: Abel Ferreira e o Protagonismo Midiático dos Técnicos em Debate

Por Redação FutVerdão em 05/08/2025 09:11

Uma nova controvérsia envolvendo Abel Ferreira agitou o ambiente palmeirense. O término abrupto de sua coletiva de imprensa, após o empate do Palmeiras com o Vitória em Salvador, repercutiu inclusive em Portugal. O comandante alviverde, contudo, não é uma exceção em sua categoria profissional, que frequentemente acumula episódios controversos em interações com a mídia após as partidas.

É inegável a importância de escutar os treinadores de futebol, afinal, são eles os estrategistas e líderes das equipes. Contudo, torna-se cada vez mais evidente que a frequência com que eles se pronunciam publicamente é excessiva, especialmente quando comparada àqueles que deveriam ser os verdadeiros protagonistas do esporte: os próprios jogadores. Essa superexposição também contrasta com a discrição de presidentes de clubes e CEOs, que, via de regra, só se manifestam em momentos de prosperidade.

No cenário futebolístico brasileiro, a presença do técnico nas entrevistas pós-jogo é uma constante. Se considerarmos que uma equipe pode disputar até 70 partidas em um ano, e cada coletiva durar aproximadamente 15 minutos, o tempo dedicado exclusivamente a essas aparições públicas pode ultrapassar 17 horas e meia. Os dados podem ser visualizados na tabela a seguir:

Tipo de Evento Duração Média Frequência Anual (Estimada) Tempo Total (Estimado)
Coletiva Pós-Jogo 15 minutos 70 jogos 17,5 horas

A Superexposição dos Comandantes Técnicos

Além das coletivas tradicionais, compromissos contratuais com as empresas detentoras dos direitos de transmissão agora impõem a obrigatoriedade de declarações breves dos treinadores antes mesmo do início das partidas, na chegada aos estádios.

Paradoxalmente, enquanto os treinadores ampliam sua presença midiática, o acesso de torcedores e jornalistas às vozes dos jogadores é cada vez mais restrito. Na maioria dos clubes, é comum que apenas três ou quatro atletas sejam disponibilizados para entrevistas após os confrontos, e essa seleção é meticulosamente realizada pelas assessorias de imprensa.

Em torneios organizados pela FIFA e Conmebol, embora o "craque do jogo" seja conduzido à sala de coletivas, ele é limitado a responder apenas três perguntas, enquanto os treinadores desfrutam de minutos extensos para suas explanações.

O Silêncio dos Atletas: Uma Lacuna na Comunicação

Com raras exceções, como a notável presença dos presidentes na dupla Gre-Nal, os líderes máximos dos clubes e os CEOs, frequentemente bem remunerados, mantêm-se em segundo plano, aparecendo para prestar contas de seus trabalhos apenas em cenários positivos.

A razão para a proliferação de declarações dos treinadores reside no protagonismo desproporcional que lhes foi atribuído no universo do futebol. Vitórias e derrotas são, com frequência, creditadas ou debitadas de forma exclusiva às suas ações e decisões táticas.

O Equilíbrio Necessário na Narrativa Esportiva

Uma estratégia eficaz para mitigar situações indesejáveis, como a vivenciada por Abel Ferreira em Salvador, seria a redistribuição dos microfones, permitindo que os verdadeiros atores do espetáculo ? os jogadores ? e os gestores administrativos tenham maior espaço para se manifestar.

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Anderson

Anderson

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Comentado em 05/08/2025 13:31 Tem que dar voz pro elenco também, blz!
Fernando

Fernando

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Comentado em 05/08/2025 11:20 Abel é brabo, mas fala demais kkkkk, jogo é dos mlks em campo, tem que dar espaço!
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