Palmeiras: Allianz Parque Deixa de Ser Fortim? Abel Ferreira Admite Problema em Casa

O Palmeiras retornou à disputa do Campeonato Brasileiro após a pausa para o Mundial de Clubes em um cenário que, historicamente, deveria representar uma vantagem: o Allianz Parque. Contudo, o confronto contra o Mirassol, na última quarta-feira, culminou em um empate por 1 a 1, adicionando mais um resultado insatisfatório à sequência de partidas sem vitória do Alviverde em seus domínios nesta edição da Série A.

A performance aquém do esperado em casa tem sido um ponto de preocupação evidente, e o próprio técnico Abel Ferreira não hesitou em abordar a questão de forma contundente em sua avaliação pós-jogo. A fala do treinador português sublinha a gravidade da situação interna do clube no torneio nacional:

No Brasileirão, nosso problema está em casa. Os pontos perdidos aqui são muitos.

Ferreira, entretanto, buscou contrastar a dificuldade em casa com o desempenho da equipe fora de seus domínios, sugerindo um otimismo cauteloso para o futuro do time na competição:

Fora estamos bem, portanto posso dizer que vamos melhorar, temos margem para isso e vamos melhorar.

O Calcanhar de Aquiles Alviverde no Brasileirão

A análise do desempenho do Palmeiras como mandante no Brasileirão 2025 revela um padrão preocupante. O Allianz Parque, antes um verdadeiro caldeirão e sinônimo de vitórias, tem sido palco de tropeços. Até o momento, o time acumulou duas derrotas e dois empates em seu estádio principal.

É crucial notar que as únicas vitórias do Palmeiras como mandante em clássicos, contra Corinthians e São Paulo, não ocorreram no Allianz Parque, mas sim na Arena Barueri, o que reforça a tese de uma dificuldade específica em seu principal palco.

A tabela a seguir detalha o retrospecto do Palmeiras em seus jogos como mandante no Campeonato Brasileiro de 2025:

Análise Tática: A Ineficiência Contra o Bloqueio Adversário

No confronto contra o Mirassol, o Palmeiras demonstrou um volume ofensivo considerável, registrando 15 finalizações, em contraste com apenas três do adversário. Contudo, a efetividade foi um problema, com apenas três desses arremates palmeirenses indo na direção do gol.

Mesmo após abrir o placar aos nove minutos do segundo tempo, com Facundo Torres, em uma jogada bem construída por Ríos e Veiga, o Verdão não conseguiu sustentar a vantagem. O Mirassol empatou aos 26 minutos, e o placar permaneceu inalterado até o apito final.

A avaliação de Abel Ferreira sobre o desempenho da equipe foi de profundo descontentamento. O treinador destacou a falta de inspiração e a dificuldade em romper a defesa adversária:

Tivemos um jogo pouco inspirado, nem sempre bem jogado. Uma equipe que se fecha bem, entrou bem no primeiro tempo, não conseguimos colocar pressão no adversário, sobretudo aqui em casa.

Ainda sobre a partida, o comandante palmeirense foi autocrítico quanto à posse de bola e à dificuldade de finalização, ressaltando a discrepância entre o número de chances criadas e a concretização em gols:

Não podemos aqui deixar o adversário ter tanto a bola. Sabemos como é difícil fazer os gols. Precisamos de sete finalizações para fazer um gol. O nosso adversário teve uma no gol. O futebol é feito de erros e acertos, mas sinceramente não posso fugir, foi um jogo mal jogado da nossa parte.

O Caminho para a Recuperação e o Desafio da Torcida

Com o resultado, o Palmeiras permanece na quinta posição do Brasileirão, somando 23 pontos, fora do G-4, mas com a ressalva de ter duas partidas a menos a disputar, contra Santos e Juventude, válidas pela 13ª e 12ª rodadas, respectivamente.

Ao deixar o campo do Allianz Parque, a equipe foi alvo de tímidas vaias por parte da torcida presente, um sinal claro de insatisfação com a performance em casa. Abel Ferreira, no entanto, demonstrou compreensão em relação à reação dos torcedores:

Não fico chateado ou melindrado com o descontentamento do torcedor, porque ele quer jogar. Já falei de algumas soluções que precisamos ter para fazer gols.

O técnico reiterou o compromisso de buscar soluções para reverter o cenário e restaurar a força do Palmeiras em seu próprio estádio. A intenção é que o time retome a intensidade e a pressão sobre os adversários que marcaram o sucesso recente da equipe:

Precisamos voltar a ser aquela equipe forte em casa que não deixa o time adversário respirar. Precisamos entrar forte, pressionando, e não estamos conseguindo. Vamos analisar os jogos, os jogadores. Nem tudo está mal, jogadores voltaram bem e vamos melhorar, tenham certeza.

A busca por aprimoramento, especialmente nos jogos em casa, é vista como prioridade máxima pela comissão técnica, que promete uma análise aprofundada para superar o que o próprio treinador descreve como um "calcanhar de Aquiles":

Vamos analisar os jogadores para voltar a fazer o que sempre fiz no Palmeiras: achar soluções, ao menos em casa, para melhorar. É nosso calcanhar de Aquiles. Fora está muito bem, se não me engano é a que tem mais ponto fora, mas dentro de casa isso não pode acontecer.