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Palmeiras e a CBF: Abstenção no Manifesto e Impacto no Futebol Brasileiro
Por Redação FutVerdão em 20/05/2025 11:20
Palmeiras Adota Postura Independente em Meio a Demandas por Reformas na CBF
Em um cenário de intensos debates sobre a necessidade de modernização e transparência na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o Palmeiras optou por trilhar um caminho distinto. Enquanto diversos clubes se uniram em um manifesto divulgado pela Liga Forte Futebol (LFU), o alviverde paulista manteve-se à margem, abstendo-se de endossar as exigências ali apresentadas.
O manifesto, tornado público na última segunda-feira, congrega uma série de pleitos por parte dos clubes, incluindo a revisão do estatuto da CBF, a implementação de regras de Fair Play financeiro e a formalização da criação de uma liga independente. Tais demandas refletem um anseio crescente por maior profissionalização e democratização na gestão do futebol nacional.
Apoio Estratégico à Candidatura de Samir Xaud
A decisão do Palmeiras de não aderir ao movimento liderado pela LFU encontra justificativa em seu apoio à candidatura de Samir Xaud à presidência da CBF. Leila Pereira, presidente do clube, é uma das principais figuras a defender a eleição de Xaud, que, apesar de contar com o respaldo de apenas 10 dos 40 clubes que compõem o colégio eleitoral, obteve o apoio majoritário das federações estaduais.
A postura do Palmeiras , divulgada inicialmente pelo "Uol" e posteriormente confirmada pelo ge, reflete uma estratégia de priorizar a estabilidade e a colaboração com a futura gestão da CBF. O clube entende que o momento exige uma abordagem mais conciliatória, visando a facilitar o trabalho de Xaud à frente da entidade.
As Demandas Ignoradas: O Que Pedia o Manifesto?
O manifesto da LFU, que não contou com a adesão do Palmeiras , elencava uma série de exigências consideradas cruciais para o futuro do futebol brasileiro:
- Alteração do processo eleitoral, especialmente no que se refere ao peso dos votos;
- Obrigatoriedade da participação dos Clubes em todas as Assembleias Gerais da CBF
- Compromisso de criação da Liga e reconhecimento de que as propriedades comerciais das Séries A e B pertencem aos Clubes
- Alteração das regras de governança, dando efetivamente poder executivo à Comissão Nacional de Clubes
- Profissionalização da arbitragem garantindo dedicação exclusiva dos árbitros das séries A e B, e investimento em treinamento permanente
- O calendário do ciclo 2026-2030 precisa ser aprovado por Libra e LFU em conjunto com CBF
- Fomento e apoio financeiro especialmente direcionado às Séries B, C e D assim como ao Futebol Feminino
- Estabelecimento de regras de Fair Play Financeiro
Tais reivindicações visam a equilibrar o poder de decisão entre clubes e federações, promover a transparência na gestão e garantir a sustentabilidade financeira das equipes, especialmente aquelas que não integram a elite do futebol nacional.
O Peso Desproporcional das Federações na Eleição da CBF
Um dos pontos centrais de discórdia reside na ponderação dos votos no processo eleitoral da CBF. Atualmente, as federações estaduais detêm um peso significativamente maior do que os clubes, tanto na inscrição de chapas quanto na votação propriamente dita. Para se candidatar à presidência, é necessário o apoio de pelo menos oito entidades estaduais e cinco clubes. Na eleição, os times da Série A têm peso 2, os da Série B, peso 1, enquanto as federações desfrutam de um peso triplicado.
Essa disparidade de poder tem sido alvo de críticas por parte de diversos setores do futebol brasileiro, que defendem uma revisão do sistema eleitoral, a fim de garantir uma representação mais equitativa dos interesses dos clubes, que são os principais protagonistas do espetáculo.
O Futuro da CBF e os Desafios da Gestão Xaud
Com a eleição de Samir Xaud praticamente assegurada, a expectativa é que a nova gestão da CBF promova as reformas necessárias para modernizar a entidade e fortalecer o futebol brasileiro. No entanto, o caminho não será fácil. Xaud terá de lidar com as demandas dos clubes, as pressões das federações e os desafios de um cenário esportivo em constante transformação.
Resta saber se o apoio do Palmeiras à candidatura de Xaud se traduzirá em uma influência positiva na gestão da CBF e em um futuro mais promissor para o futebol nacional. Como observou o colunista Mansur no "Troca de Passes", "Não é saudável que a CBF não tenha uma disputa eleitoral há 40 anos". A esperança é que a nova gestão marque o início de uma nova era, pautada pela transparência, pela profissionalização e pela valorização dos clubes.
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