Palmeiras Empata Derby e Deixa Liderança do Brasileirão Escapar

O Palmeiras entrou em campo pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro com uma oportunidade ímpar de assumir a liderança da competição, após o tropeço de um de seus principais concorrentes. No entanto, o embate contra o arquirrival Corinthians, disputado em Itaquera, resultou em um empate que frustrou as ambições alviverdes. A falta de precisão nas finalizações, combinada com a notável dedicação e o espírito combativo do Timão, impediu que o Verdão convertesse sua superioridade em um triunfo crucial.

Apesar de um volume ofensivo considerável, especialmente no primeiro tempo, o Palmeiras esbarrou na atuação inspirada do goleiro Hugo Souza, que realizou defesas decisivas. Curiosamente, nos momentos em que deteve maior posse de bola no campo adversário, a equipe de Abel Ferreira viu sua capacidade criativa diminuir. O Corinthians, por sua vez, demonstrou adaptabilidade tática ao ajustar seu esquema entre as etapas, garantindo um ponto vital que o afasta da zona de rebaixamento.

Configurações Táticas Iniciais do Derby

As escolhas dos treinadores para o clássico foram determinantes. Dorival Júnior, enfrentando a ausência de Matheuzinho, optou por Charles na lateral-direita, com Angileri preenchendo a vaga de Matheus Bidu na esquerda. Raniele retornou ao meio-campo, e Memphis Depay fez sua estreia como titular após um período lesionado. Do lado palmeirense, Abel Ferreira manteve Khellven na lateral-direita e escalou Aníbal Moreno como primeiro volante, enquanto Giay permaneceu no banco.

A seguir, um resumo das principais mudanças nas escalações:

Primeira Etapa: Domínio Alviverde e Reação Corinthiana

O primeiro tempo do Derby na Neo Química Arena foi marcado por uma intensidade notável. O Palmeiras iniciou com superioridade, sufocando o adversário e abrindo o placar com Vitor Roque. O gol veio após um período de grande pressão, onde a equipe soube explorar os encaixes de marcação e acelerar as jogadas, buscando rapidamente Flaco López e Vitor Roque , que se mostraram incisivos em suas combinações.

Hugo Souza já havia sido acionado antes mesmo do pênalti que originou o primeiro gol. Flaco López foi derrubado por Charles na área, e Vitor Roque , em uma atuação de destaque na etapa inicial, converteu a penalidade com precisão. A performance do camisa 9 foi exemplar, superando adversários como Ramalho e Gustavo Henrique, demonstrando habilidade no pivô e movimentos de ruptura que desestabilizaram a defesa corintiana.

Contudo, o Corinthians reagiu após os 15 minutos. Raniele e Maycon emergiram como peças-chave para a equipe da casa, conseguindo progredir no campo adversário de forma incomum até então. Em uma dessas investidas, Maycon sofreu falta de Flaco López na entrada da área. Garro cobrou a falta com maestria, encontrando a cabeça de Gustavo Henrique , cujo desvio resultou em um gol contra de Piquerez, restabelecendo a igualdade no marcador.

A Resiliência do Timão e o Desempenho Individual

Apesar de o gol de empate ter ocorrido em um momento de predomínio palmeirense, ele foi um justo reconhecimento ao incansável espírito de luta do Corinthians. Gui Negão, em particular, simbolizou essa dedicação, combatendo os zagueiros do Palmeiras na saída de bola e dobrando a marcação com Charles na direita, demonstrando um comprometimento impressionante. O gol incendiou a torcida, que impulsionou o time da casa a aumentar a frequência de suas investidas ofensivas.

Angileri quase virou o jogo ao tabelar com Maycon pela esquerda, evidenciando a crescente ameaça corintiana. Enquanto isso, Hugo Souza continuava a ser o grande destaque do Timão, realizando defesas cruciais, como ao abafar uma finalização de Vitor Roque e, posteriormente, defender um chute de Flaco López , impedindo que o Palmeiras retomasse a vantagem.

Apesar da dupla de ataque do Palmeiras ser um constante tormento para a defesa adversária, a dinâmica no meio-campo alviverde era garantida por Lucas Evangelista. Khellven e Maurício criavam associações pela direita, Piquerez distribuía passes verticais de qualidade, e Felipe Anderson trazia a bola da esquerda para o centro com maestria, evidenciando uma produção ofensiva consistente por parte do Verdão.

Segundo Tempo: Ajustes Táticos e Queda de Ritmo do Palmeiras

Na volta para o segundo tempo, Dorival Júnior promoveu um ajuste tático significativo: Raniele recuou para atuar como um quinto elemento na linha defensiva quando o Corinthians era atacado. Essa mudança concedeu superioridade numérica no setor central contra Vitor Roque e Flaco López , permitindo que os laterais corintianos se desprendessem mais rapidamente para conter os avanços de Piquerez e Khellven.

Ainda assim, o Corinthians enfrentava desafios na marcação das flutuações de Maurício e Felipe Anderson , além de conter a influência de Evangelista no meio-campo palmeirense. Maurício , logo aos 12 minutos, teve uma grande oportunidade de colocar o Verdão à frente, mas chutou em cima de Hugo Souza. O meia, lesionado, acabou sendo substituído por Facundo Torres.

O Palmeiras , então, aumentou seu tempo de posse de bola e passou a trocar passes de forma mais prolongada. Contraditoriamente, essa maior cadência resultou em uma queda na produção ofensiva. Os ataques tornaram-se mais pausados, sem a velocidade e a verticalidade que haviam caracterizado o primeiro tempo, e sem que o rival concedesse os mesmos espaços. Raniele também precisou deixar o campo por problema físico, sendo substituído por João Pedro na linha de zaga.

Desfecho e Impacto na Classificação

Perto dos 30 minutos, Felipe Anderson foi substituído por Ramon Sosa. Dorival Júnior realizou novas alterações apenas na reta final: Cacá entrou no lugar de Charles , e Ryan e Vitinho substituíram Maycon e Garro, que tiveram boas atuações. Já nos acréscimos, o incansável Gui Negão deu lugar a Talles Magno, em um movimento claro para explorar a velocidade em possíveis contragolpes, estratégia que, no entanto, não se concretizou.

Mesmo com apenas 35% de posse de bola no segundo tempo, o Corinthians conseguiu minimizar os riscos em comparação com a etapa inicial. Gustavo Henrique , André Ramalho e João Pedro demonstraram solidez na proteção da área nos momentos decisivos. A postura altamente competitiva de todo o time foi crucial para inibir a criação alviverde.

Com o empate, o Palmeiras não conseguiu capitalizar a oportunidade de assumir a liderança e terminará a rodada na terceira posição do Campeonato Brasileiro. A análise do Derby revela um Palmeiras que, apesar de momentos de superioridade e individualidades em destaque, não conseguiu converter o domínio em vitória, deixando escapar pontos importantes na corrida pelo título.