Palmeiras Lidera Ação Antiviolência no Allianz Parque: Impacto e Detalhes

O Allianz Parque, notório palco de grandes confrontos esportivos e espetáculos culturais, converte-se em epicentro de uma série de mobilizações alinhadas ao "Agosto Lilás", uma campanha nacional dedicada ao enfrentamento da violência contra a mulher. Esta empreitada é fruto de uma colaboração estratégica entre o Palmeiras, a WTorre ? empresa responsável pela gestão da arena ?, a Prefeitura de São Paulo, por intermédio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), e o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), tudo dentro do pacto denominado "Não se Cale".

A espinha dorsal desta iniciativa reside na Unidade Móvel de Atendimento às Mulheres, um recurso crucial especialmente preparado para proporcionar acolhimento especializado, orientação jurídica e psicossocial, além de encaminhamento a vítimas de violência. A equipe multidisciplinar que opera nesta unidade é composta por profissionais capacitados em atendimento psicossocial, jurídico e assistencial, garantindo um suporte integral e humanizado.

As atividades de apoio e conscientização não se restringem a um único evento. A campanha, que engloba tanto atendimentos diretos quanto ações educativas e um protocolo de proteção, terá a van de atendimento disponível em momentos de grande afluxo público no Allianz Parque. Isso inclui o embate entre Palmeiras e Sport, válido pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro, agendado para esta segunda-feira, às 19 horas (de Brasília), e também no dia 30 de agosto, durante a realização do festival "I Wanna Be Tour".

Allianz Parque: Um Espaço de Escuta e Transformação

Adriana Martins de Oliveira, gerente de sustentabilidade do Allianz Parque, sublinha a dimensão social e o engajamento cívico da arena com esta iniciativa. Sua perspectiva ressalta a responsabilidade que um espaço de tal magnitude assume perante a sociedade.

"Mais do que palco de grandes eventos, o Allianz Parque é um espaço de escuta e transformação. Receber a campanha 'Não se Cale', abrir espaço para a Unidade Móvel e colaborar com essa rede de proteção às mulheres é uma forma concreta de agir pela dignidade, pelo respeito e pela equidade. É um compromisso que assumimos com orgulho e responsabilidade."

Para além do atendimento direto oferecido pela unidade móvel, as ações abrangem a distribuição de materiais informativos, a orientação do público presente e a condução de atividades educativas. Estas últimas são coordenadas pela Coordenação de Políticas para Mulheres da SMDHC e visam primordialmente a conscientização acerca das diversas manifestações da violência de gênero, as metodologias de denúncia e os canais de acolhimento disponíveis para as vítimas.

O Protocolo "Não se Cale": Ampliando a Rede de Proteção

Regina Santana, secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, enfatizou a relevância capital desta iniciativa, destacando o alcance e a capilaridade da Unidade Móvel.

"A Van de Mulheres leva orientação jurídica, psicológica e social diretamente aos territórios, garantindo acesso a quem mais precisa. É uma forma de ampliar nossa rede de proteção e promover cidadania e inclusão. Também reforçamos o 'Protocolo Não se Cale', que combate o assédio. Nosso compromisso é estar presente onde as mulheres estão e não deixar nenhuma silenciada."

Toda a mobilização insere-se no âmbito do Protocolo "Não se Cale", uma legislação instituída pela Lei Municipal nº 17.951/2023. Esta norma estabelece a obrigatoriedade para bares, casas noturnas, arenas esportivas e outros espaços de entretenimento de atuarem proativamente na prevenção e combate à violência contra a mulher. O protocolo exige, por exemplo, a capacitação de funcionários por meio de cursos oferecidos pela SMDHC, com o objetivo de prepará-los para identificar situações de risco, oferecer acolhimento imediato às vítimas e encaminhá-las à rede pública de apoio.

Os estabelecimentos que concluem com sucesso a formação recebem o Selo "Não se Cale", uma certificação que atesta seu compromisso com a criação de ambientes mais seguros e acolhedores. Essa medida representa uma transformação significativa, convertendo espaços de lazer e cultura em agentes ativos de proteção, alinhados às diretrizes nacionais e internacionais de direitos humanos.