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Palmeiras Pós-Santos: Pênalti, Estratégia e Performance Sob o Olhar Crítico
Por Redação FutVerdão em 17/11/2025 11:40
A derrota do Palmeiras para o Santos, ocorrida na Vila Belmiro em partida válida pelo Brasileirão, não apenas resultou em pontos perdidos, mas também reacendeu um debate acalorado sobre a arbitragem e, mais profundamente, sobre as decisões estratégicas e o desempenho do próprio clube alviverde. O lance de um possível pênalti não assinalado gerou controvérsia, dividindo opiniões e levantando questionamentos que vão muito além dos 90 minutos de jogo.
No programa "Posse de Bola" do Canal UOL, um painel de comentaristas renomados, incluindo Juca Kfouri, José Trajano, Mauro Cezar Pereira, Arnaldo Ribeiro e Danilo Lavieri, mergulhou na discussão, revelando a falta de consenso sobre a marcação do suposto pênalti e, consequentemente, sobre a justiça do resultado.
A Controvérsia Arbitral na Vila: Pênalti ou Não?
A dúvida sobre a penalidade máxima foi o epicentro da discussão. Danilo Lavieri, ao analisar o lance, expressou sua convicção de que a infração deveria ter sido marcada. Ele ressaltou a inconsistência do juízo arbitral no futebol nacional, afirmando que já presenciou situações menos evidentes serem punidas da mesma forma:
Eu já vi pênaltis bem menos escandalosos serem marcados assim, nessa mesma área, o do Arrascaeta, pra mim, esse daí foi mais. Mas é o que acontece no Brasil, a gente não tem critério, não sabe o que acontece.
Arnaldo Ribeiro, por sua vez, alinhou-se à percepção de que houve pênalti, mesmo se autodenominando um cético em relação a marcações de penalidades:
Eu sou antipênalti, mas eu achei pênalti.
Contrariando essa visão, Mauro Cezar Pereira apresentou uma perspectiva divergente, indicando que a própria "Central do Apito", referência em análise de arbitragem, não identificou a infração:
Nem o que sobrou da Central do Apito achou que isso foi pênalti.
Juca Kfouri trouxe um elemento adicional à discussão, ponderando sobre as implicações de uma eventual marcação no contexto inflamado do clássico. Para ele, a decisão de não assinalar o pênalti pode ter sido uma forma de evitar uma escalada ainda maior de tensão:
Eu achei que não foi pênalti e digo mais: dado o clima em relação a arbitragens, STJDs e tudo mais, se marca esse pênalti, a Vila Belmiro vem abaixo, o jogo não termina.
José Trajano, embora concorde com a marcação do pênalti, reconheceu a complexidade e a subjetividade da interpretação, aceitando as diferentes opiniões:
Eu achei que foi também, mas tem gente que acha que não foi, então pronto.
A síntese das opiniões dos comentaristas sobre o lance controverso pode ser visualizada na tabela a seguir:
| Comentarista | Pênalti? | Observação |
|---|---|---|
| Danilo Lavieri | Sim | Vistos lances menos escandalosos serem marcados; falta de critério. |
| Arnaldo Ribeiro | Sim | Apesar de ser "antipênalti". |
| Mauro Cezar Pereira | Não | Nem a Central do Apito considerou. |
| Juca Kfouri | Não | Marcar geraria protestos extremos na Vila Belmiro, inviabilizando o jogo. |
| José Trajano | Sim | Reconhece opiniões divergentes. |
Decisões Estratégicas: O Preço da Pausa Alviverde
Para além da polêmica arbitral, a análise crítica se estende às escolhas estratégicas do Palmeiras . Mauro Cezar Pereira apontou um erro de planejamento por parte do clube em relação à gestão do calendário após o Mundial de Clubes. Ele destacou que a decisão de estender o período de folga, em vez de retornar rapidamente aos jogos, teve consequências diretas:
A opção por um período de descanso mais longo, elogiada inclusive por Palmeiras e São Paulo, contrastou com a postura do Flamengo, que protestou contra a alteração. Segundo Mauro Cezar, o Palmeiras "pagaria caro por isso", sendo obrigado a enfrentar o Santos com um elenco desfalcado e mobilizado. A CBF, por sua vez, teria tido um "álibi" para as datas, já que o clube optou por não utilizá-las imediatamente após o Mundial.
Queda de Rendimento e o Fator Campo nos Jogos Decisivos
A performance em campo também foi alvo de escrutínio. Arnaldo Ribeiro trouxe à tona a questão do desempenho do Palmeiras em momentos cruciais, lembrando a derrota para o Mirassol, onde o time estava completo, sem desfalques de titulares:
Ele enfatizou que a questão não se resume apenas aos bastidores ou às decisões estratégicas, mas também à qualidade do futebol apresentado. O Palmeiras , em jogos determinantes, não conseguiu entregar um bom desempenho nos primeiros tempos, o que sugere uma mudança na dinâmica dos confrontos.
Mauro Cezar complementou essa análise, descrevendo o primeiro tempo contra o Sport como "nojento" e "abjeto", uma atuação inaceitável mesmo considerando a presença de apenas três titulares absolutos e a ausência de outros. Ele notou que a Arena Pernambuco, com um Sport agressivo e atuando como "franco atirador", pode ter influenciado. Em tais cenários, jogadores de times que lutam contra o rebaixamento frequentemente buscam se destacar, cientes de que estão sendo observados por outros clubes, o que eleva a intensidade do confronto.
Em suma, a derrota para o Santos expôs uma série de desafios para o Palmeiras . A controvérsia do pênalti é apenas um dos fatores. As decisões estratégicas no planejamento da temporada e a oscilação no rendimento em campo, especialmente em jogos de alta importância, apontam para uma necessidade de reflexão profunda sobre o caminho que o clube está trilhando.
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