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Palmeiras x Ceni: Barros Expõe Contradição Ética Sobre Gramados e Estilo de Jogo
Por Redação FutVerdão em 29/09/2025 12:51
O diretor de futebol do Palmeiras, Anderson Barros, não hesitou em classificar as recentes declarações do técnico Rogério Ceni, do Bahia, sobre o estilo de jogo de Abel Ferreira, como uma "questão ética complicada". A controvérsia surgiu após o confronto entre as equipes, onde o gramado da Arena Fonte Nova se tornou o epicentro de uma acalorada discussão.
No último domingo, após a vitória de seu time sobre o Alviverde, Ceni sugeriu que as reclamações de Abel Ferreira a respeito do estado do campo não possuíam fundamento. Em sua análise, um gramado em condições precárias seria, paradoxalmente, vantajoso para o Palmeiras , dada a suposta preferência do time por jogadas de ligação direta, envolvendo o goleiro Weverton e os atacantes Flaco López e Vitor Roque.
Em resposta contundente, Anderson Barros rebateu a crítica, defendendo a trajetória vitoriosa da comissão técnica palmeirense. "Quanto à crítica do treinador do Bahia sobre a forma como supostamente o Palmeiras joga, não vale perder tempo. Os títulos que o clube conquistou sob o comando da comissão técnica do Abel demonstram a excelência do trabalho desenvolvido. A declaração do senhor Rogério Ceni entra em uma questão ética complicada e eu acho que ele deveria repensá-la", declarou Barros ao ge.
O Debate Aprofundado Sobre a Qualidade dos Gramados
A condição do piso da Arena Fonte Nova foi, de fato, um dos pontos mais debatidos do embate. Durante a primeira etapa do jogo, o Palmeiras viu-se obrigado a substituir Lucas Evangelista e Piquerez, ambos com dores, e prontamente apontou o terreno de jogo como um dos fatores preponderantes para as lesões de seus atletas.
Diante do cenário, a diretoria do Verdão anunciou sua intenção de formalizar uma queixa junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Barros esclareceu que as reclamações do clube não visam justificativas, mas sim a evolução do esporte nacional.
"Sempre que o Palmeiras faz uma reclamação, é pelo bem do futebol. É para tentar fazer com que o futebol brasileiro evolua. Em momento algum, nós culpamos o campo ruim da Fonte Nova pelo resultado de ontem. Tanto que nós já falamos sobre a qualidade do gramado antes mesmo de a partida começar. O Abel falou a respeito na entrevista pré-jogo e eu informei alguns repórteres que estavam no estádio que faríamos uma queixa formal à CBF", afirmou o diretor.
A Contradição de Rogério Ceni em Evidência
Barros enfatizou que a preocupação com a qualidade dos gramados transcende interesses clubísticos, afetando a integridade do futebol como um todo. "Não podemos permitir que um jogo de Série A seja disputado em um campo como o da Fonte Nova. Ele não é ruim para o Palmeiras . Ele é ruim para o Bahia, é ruim para os demais clubes, é ruim para os atletas, é ruim para o nosso futebol", completou, reforçando a necessidade de padrões mínimos para as competições de elite.
A discussão ganhou um novo matiz quando o diretor palmeirense trouxe à tona um episódio ocorrido em julho de 2024. Naquela ocasião, após uma derrota do próprio Bahia, o técnico Rogério Ceni havia criticado veementemente as condições de um gramado, chegando a declarar que "é preferível ter um gramado sintético do que jogar neste gramado aqui".
Essa declaração pretérita foi utilizada por Barros para evidenciar uma aparente inconsistência no discurso do treinador baiano. "O próprio treinador do Bahia, que ontem saiu em defesa do campo da Fonte Nova, disse um ano atrás, se não me engano, que era preferível ter um campo sintético a jogar em um gramado sem a mínima condição como o da Fonte Nova. Não fui eu quem falei isso, foi o treinador do Bahia, o senhor Rogério Ceni, que aparentemente se esqueceu do que falou em 2024", pontuou Barros, sublinhando a mudança de postura de Ceni.
Allianz Parque: Uma Solução pela Integridade dos Atletas
O diretor aproveitou a oportunidade para contextualizar a decisão do Palmeiras de instalar o gramado sintético no Allianz Parque. Contrariando percepções populares, Barros explicou que a escolha não foi motivada por vantagens competitivas ou facilitação de eventos, mas sim pela necessidade de garantir a segurança e a saúde dos jogadores.
"Muita gente diz que o Palmeiras colocou o campo sintético no Allianz Parque para ter ganho esportivo ou para ajudar na recuperação após os shows, mas isso não é verdade. O Palmeiras decidiu instalar o piso artificial porque o gramado do Allianz Parque até 2019 era ruim. Não podíamos continuar a oferecer um campo em más condições para os atletas, sejam do Palmeiras , sejam dos nossos adversários. A integridade física dos jogadores está sempre em primeiro lugar. Não é por acaso que, desde 2020, quando implementamos o gramado sintético em nossa casa, o Palmeiras é um dos clubes do Brasil com menor número de lesões", concluiu Anderson Barros, defendendo a abordagem proativa do clube em relação à infraestrutura esportiva.
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