- FutVerdão
- Abel Ferreira Palmeiras: Gestão de Elenco, Rotação e o Lema Sem Vaidade
Abel Ferreira Palmeiras: Gestão de Elenco, Rotação e o Lema Sem Vaidade
Por Redação FutVerdão em 04/05/2025 08:11
Nos bastidores do Palmeiras, uma máxima parece nortear a conduta do grupo: a primazia do coletivo sobre as ambições individuais. Essa filosofia, insistentemente propagada pelo técnico Abel Ferreira, emerge como o pilar central na administração do elenco, especialmente diante de um calendário esportivo implacável e a necessidade de manter o nível de performance em múltiplas frentes.
O discurso de colocar o interesse da equipe acima do protagonismo pessoal tem calado fundo entre os jogadores. Aparentemente, a mensagem de desapego à vaidade encontrou eco no vestiário, facilitando a adesão a um modelo de gestão que frequentemente exige sacrifícios individuais em prol do todo.
A Filosofia por Trás da Gestão
Um dos expoentes dessa mentalidade é o meio-campista Lucas Evangelista, que divide a titularidade com Richard Ríos. Ele aponta diretamente para a influência do comandante português como fator determinante para a coesão do plantel.
"Uma fala do Abel marcou muito, de que não podemos focar em ser protagonistas, temos que pensar em prol da equipe. Aqui não tem vaidade ? explicou Lucas Evangelista , que tem revezado a titularidade com Richard Ríos no meio de campo.

A Adesão dos Atletas
A percepção de que o grupo está unido em torno de um ideal maior também é compartilhada por outros atletas. Richard Ríos, ao comentar sobre a disputa por posição, reforçou a ideia de que não existe um quadro fixo de titulares, mas sim um elenco à disposição do técnico.
"Acho que já falei que não tinha titular, você falar que eu perdi a vaga é feio. Abel é nosso treinador e estaremos com ele até o final. Enquanto ele estiver aqui vamos trabalhar com ele. Somos uma equipe unida ? justificou o colombiano.
Essa ausência de apego a um status de "titular absoluto" permite que a rotação de jogadores ocorra de forma mais fluida e natural, sem gerar grandes atritos internos, algo crucial para a manutenção da competitividade ao longo de uma temporada extensa.
Evolução da Estratégia de Rotação
A implementação prática dessa filosofia passou por ajustes. Inicialmente, no começo do Campeonato Paulista, Abel Ferreira adotou um rodízio mais acentuado, utilizando formações substancialmente diferentes em cada partida. Embora essa abordagem tenha gerado alguns momentos de tensão e a classificação só tenha vindo nas rodadas finais, ela cumpriu o objetivo de dar ritmo de jogo a diversos atletas, como o meia-atacante Allan e o zagueiro Benedetti, e minimizou a incidência de lesões musculares, preparando o terreno para os desafios futuros.
Agora, a estratégia evoluiu para mudanças mais cirúrgicas na escalação a cada compromisso. Esse ajuste fino garante que o desgaste seja gerenciado de forma mais eficiente, sem comprometer o padrão técnico da equipe, essencial para disputar os títulos do Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores em pé de igualdade com os adversários.
A Rotação em Prática
A rotatividade não se restringe a poucas posições. Observa-se um revezamento contínuo em várias duplas ou trios de jogadores, evidenciando a profundidade do plantel e a confiança do treinador em diferentes peças. Exemplos notórios incluem Piquerez e Vanderlan na lateral esquerda, Emi Martínez e Aníbal Moreno na contenção do meio-campo, e a disputa sadia entre Vitor Roque e Flaco López na referência do ataque.
O Coletivo Acima do Individual
A lógica por trás dessa gestão é clara e pragmática. A maratona de jogos que caracteriza o futebol brasileiro torna humanamente impossível que um mesmo grupo de atletas suporte a carga física e mental de todas as partidas em alto nível. O rodízio, portanto, não é uma opção, mas uma necessidade estratégica.
Lucas Evangelista reitera a importância dessa visão de longo prazo e a prioridade dada ao desempenho coletivo:
"O ano é muito longo, é impossível jogar os 75, 80 jogos. Sabemos que o rodízio é importante. Uma hora ou outra alguém sempre se destaca mais, mas a gente sabe que o mais importante no final é o coletivo destacar e atingirmos nossos objetivos ? reforça Evangelista.
O próximo teste para essa estratégia será neste domingo, às 16h, no Mané Garrincha, em Brasília, quando o Palmeiras enfrenta o Vasco pela sétima rodada do Campeonato Brasileiro. A expectativa é de mais um movimento tático de Abel, com alterações pontuais na formação, buscando manter o time em seu melhor momento na temporada.
Uma possível configuração para o confronto aponta para: Weverton; Giay, Bruno Fuchs (Murilo), Gómez e Piquerez ; Aníbal Moreno , Richard Ríos e Felipe Anderson (Maurício); Estêvão, Facundo Torres (Paulinho) e Flaco López (Vitor Roque).

Curtiu esse post?
Participe e suba no rank de membros