Abel Ferreira Questiona Repercussão de Eliminações e Defende Palmeiras

Em um cenário de recuperação, o Palmeiras obteve uma vitória por 2 a 1 sobre o Ceará no Allianz Parque, um resultado que serviu para aliviar, ainda que minimamente, a pressão decorrente da recente eliminação na Copa do Brasil diante do Corinthians. Contudo, a coletiva de imprensa após o confronto de domingo (10) trouxe à tona a veia crítica de Abel Ferreira, que não hesitou em tecer comentários incisivos sobre a percepção externa do desempenho de sua equipe.

O treinador português, sem nomear diretamente os envolvidos, colocou em xeque a desproporção na repercussão da eliminação palmeirense em comparação a outros episódios similares no futebol nacional. Sua indagação foi direta, visando compreender o critério que molda a narrativa midiática e a reação do público diante de reveses de grandes clubes.

A Repercussão Seletiva das Eliminações

Abel Ferreira manifestou sua perplexidade diante da disparidade na cobertura e na intensidade das críticas. "Porque é que outros clubes foram eliminados por clubes da segunda divisão e não teve esta repercussão? Talvez vocês possam me ajudar. Eu estou no Brasil há cinco anos e vocês podem me ajudar a tentar entender este fenômeno", questionou o técnico. A fala, embora genérica, pareceu uma clara referência à eliminação do São Paulo, que, assim como o Palmeiras , deu adeus à Copa do Brasil nas oitavas de final após ser superado pelo Athletico-PR nos pênaltis.

A despeito de sua observação sobre a mídia, o foco imediato de Abel permanece no campo. Ele ressaltou a importância de uma abordagem pragmática, voltada para o próximo desafio. "É um jogo de cada vez. Analisar os jogadores que estão melhores, jogadores que conseguem aguentar este ritmo de dois em dois dias, três em três dias e a cada jogo escolher aqueles que podem iniciar e logicamente os outros que estão no banco podem ajudar durante o durante o jogo", afirmou, destacando a gestão de elenco como prioridade.

A Defesa da Consistência Alviverde

Questionado sobre se a atual fase de turbulência seria reflexo da reformulação do elenco , Abel Ferreira prontamente rebateu, evocando a trajetória de consistência do Palmeiras sob sua gestão nos últimos anos. Ele fez questão de recordar os feitos recentes do clube, que, segundo ele, são frequentemente subestimados ou distorcidos por narrativas externas.

Eu tenho que lembrar que quando jogamos aqui contra o Flamengo, podíamos ter ficado sete pontos à frente e não conseguimos. Tem que lembrar que fizemos a Libertadores e ficamos em primeiro, mesmo fazendo essa reformulação. Tem que lembrar que chegamos mais uma vez ao final do Paulista. É claro que quando pega depois do Mundial, começaram a criar uma narrativa que o Palmeiras fez um Mundial péssimo, que jogou contra o pior Chelsea da história. Nem eu entendo. E basta perceber agora numa eliminatória que claro que não é normal. Claro que ninguém gosta de perder, mas se cria um caos total e absoluto. Há coisas que ainda tenho que perceber. Estamos na Libertadores, Vamos passar ou não? Não sei. Estamos lutando pelo título brasileiro nos últimos três, quatro anos. Esteve sempre ali nos últimos três, quatro anos. Umas vezes foi campeão, outras vezes foi vice, mas foi a equipe que mais consistência teve. E é porque agora não estamos tão bem que se cria outras narrativas. As pessoas acham que é só chegar aqui, vestir a camisa e está tudo resolvido. Mas assim como há dois, três meses estava tudo bem, hoje também não está tudo mal. A palavra que eu diria é consistência.

A palavra-chave para o técnico é "consistência". Para Abel, o Palmeiras tem demonstrado uma regularidade notável em diversas competições, sendo um protagonista constante na luta por títulos. Ele sugere que a atual fase, embora menos brilhante, não anula o histórico de sucesso e que a percepção de um "caos total e absoluto" é exagerada, desconsiderando a resiliência e a competitividade que o Verdão tem exibido ao longo dos anos.