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Abel Ferreira Vices: Defesa Veemente e Polêmicas de Arbitragem no Palmeiras
Por Redação FutVerdão em 04/12/2025 00:43
Em um desabafo carregado de emoção e firmeza, o técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, retornou ao centro das atenções ao abordar a recente sequência de vice-campeonatos do clube. Sua principal tese ressoa como um escudo contra as críticas: os troféus conquistados sob sua gestão no Alviverde não carregam, em sua visão, "asteriscos" ou ressalvas. A declaração surge em um contexto de profunda frustração, com o Flamengo superando a equipe em competições cruciais, como a Copa Libertadores e o Campeonato Brasileiro.
Ferreira reiterou sua percepção de que certas situações de jogo foram decisivas, citando, por exemplo, a não expulsão de um atleta adversário em um lance que, para ele, espelhava eventos passados, como na final da Libertadores. Ele dirigiu-se diretamente aos torcedores, afirmando:
A mim só engana o que eu quero. Só quero dizer aos meus torcedores o seguinte: o Palmeiras é um clube diferente e especial. Eu, mais do que tudo, sou um treinador de relações. Mas a mim só me engana quem eu quero. Hoje aconteceu um lance dentro do campo exatamente igual ao que aconteceu na final da Libertadores. Os títulos que ganhei no Palmeiras não tem asteriscos. Aos palmeirenses vou dizer o seguinte: a mim só engano quem eu quero. Sim, perdemos. Sim, fomos vice, em quase todas as competições. Mas vocês viram o beijo que eu dei na medalha? Aquilo foi um beijo na medalha e no símbolo do Palmeiras. Não há asteriscos. Ganhamos, perdemos, jogamos mal, mas tenho orgulho de ser do Palmeiras. Não há asteriscos nos nossos títulos.
A Temporada de Vices e as Polêmicas de Arbitragem
A temporada de 2025, de fato, encerrou-se sem grandes taças para o Palmeiras , marcando uma série de segundos lugares. A equipe foi vice-campeã do Paulistão diante do Corinthians, da Copa Libertadores após o confronto com o Flamengo, e confirmou o vice-campeonato do Brasileirão na última rodada. A última glória havia sido o Paulistão de 2024. Apesar dos resultados, Abel Ferreira insiste na dignidade de sua equipe, mesmo diante das adversidades.
O treinador português não hesita em revisitar as controvérsias arbitrais que, em sua visão, moldaram o destino de jogos cruciais. Ele ecoa um sentimento frequentemente expresso pela diretoria e pela torcida: o de jogar "contra tudo e contra todos". A menção a um incidente envolvendo o jogador Fabinho, do Red Bull Bragantino, que encerrou sua temporada após um lance similar, reforça a percepção de tratamento desigual.
Ferreira expressou abertamente seu descontentamento com a arbitragem, citando a situação da final da Libertadores onde um árbitro não teria "visto intensidade" em um lance, enquanto as marcas na perna de um jogador adversário eram evidentes. Ele recorda ainda a "despenalização" de Andreas Pereira por um cartão amarelo, um evento que, em sua leitura, não encontrou paralelo para o Palmeiras .
O Orgulho Ferido e a Fidelidade ao Projeto
A paixão de Abel Ferreira pelo Palmeiras é inegável, e ele faz questão de sublinhá-la a cada oportunidade. A declaração de que não aceitaria um centavo se sentisse que não representava mais o clube à altura de sua grandeza é um testemunho de sua lealdade. O beijo na medalha de vice-campeão, um gesto que muitos interpretaram como resignação, foi, para o técnico, um ato de profundo orgulho pelo clube e seu símbolo.
Mesmo reconhecendo o mérito do Flamengo como um "excelente elenco, um excelente treinador, clube muito organizado", Abel mantém a firmeza em sua defesa. Ele questiona abertamente o impacto de certas decisões arbitrais, como a ausência de uma expulsão, na definição de resultados, sem, no entanto, retirar o mérito do adversário. A direção alviverde, por sua vez, demonstra confiança em Abel, visando sua permanência e acreditando que o atual elenco tem potencial para futuras conquistas.
Sobre a questão de sua renovação contratual, um tema de constante especulação, Abel Ferreira mantém uma postura de discrição e firmeza. Ele reiterou que já havia abordado o assunto em ocasiões anteriores, incluindo após o clássico contra o Corinthians e em reuniões com a presidente do clube. Sua palavra, segundo ele, já foi dada, e o projeto que visa sua continuidade até 2027, conforme o desejo da diretoria, segue em curso. A percepção de que ele é parte fundamental da reformulação da equipe o mantém no cargo.
A Reação em Campo e o Legado Alviverde
A vitória por 3 a 0 sobre o Atlético-MG, embora tardia para o contexto de títulos, serviu como um bálsamo para o "orgulho ferido" da equipe. Abel a descreveu como um jogo onde as "cicatrizes do último jogo" ainda estavam presentes, mas onde a equipe demonstrou seu caráter. Ele distingue a diferença entre "perder" e "ser perdedor", enfatizando que o Palmeiras , apesar das derrotas, não se enquadra na segunda categoria.
O técnico português também destacou o processo de reformulação do elenco , que incluiu a chegada de sete jogadores no início do ano e mais cinco no meio da temporada, além de enfrentar lesões. Apesar das dificuldades, a equipe sempre demonstrou capacidade de competir. A perda da vantagem de três pontos na liderança do Brasileirão é lamentada, mas a resiliência do grupo é exaltada, com a arbitragem voltando a ser mencionada em lances específicos, como o envolvendo Piquerez e a atuação do VAR.
Nesta temporada, o Palmeiras investiu quase R$ 700 milhões em reforços, uma demonstração clara da ambição do clube. Contudo, o retorno em títulos ainda não se materializou, alimentando o debate sobre o desempenho e as expectativas em torno da equipe.
Abel Ferreira e a Visão do Futebol Brasileiro
Ao avaliar seu próprio trabalho e o cenário do futebol brasileiro, Abel Ferreira adota um tom mais reservado, indicando que já "deu murro em ponta de faca" ao longo do tempo. No entanto, ele reitera seu amor pelo Palmeiras e seu desejo de permanecer enquanto sentir a energia e a capacidade de lutar por títulos. Sua saída, caso perceba o fim de um ciclo, seria uma decisão pessoal, sem a necessidade de ser "mandado embora".
Para contextualizar seu legado, o técnico apresenta um balanço de suas passagens pelas diversas competições:
| Competição | Disputas | Títulos | Vices | Finais |
|---|---|---|---|---|
| Paulistão | 5 | 3 | 2 | - |
| Libertadores | 6 | 2 | 1 | 3 |
| Brasileirão | 5 ou 6 | 2 | 3 | - |
| Copa do Brasil | 4 | 1 | 3 | - |
Para os torcedores palmeirenses, a mensagem é de otimismo: "a terra não está arrasada". Abel considera-se um privilegiado por fazer parte do que ele descreve como o ciclo mais vitorioso da história recente do clube, um período de reconhecimento nacional e internacional. A visita de um vice-diretor do Liverpool ao CT do Palmeiras , mencionada por ele, serve como prova da excelência dos processos e da grandeza alcançada pela instituição.
Apesar da frustração pelos vices, o técnico reitera o sacrifício e a dedicação para entregar o melhor de si. A vitória contra o Atlético-MG, justa e clara, é um reflexo desse esforço. No entanto, sua visão sobre o progresso do futebol brasileiro permanece cética, descrevendo-o como um avanço "a passo de caracol".
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