Dudu Condenado: O Veredito que Ab abala o Futebol e a Resposta de Leila Pereira

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) proferiu, nesta sexta-feira (18), uma decisão significativa que impacta diretamente o atacante Dudu, atualmente vinculado ao Atlético-MG. O jogador foi sentenciado a uma suspensão de seis partidas e uma multa pecuniária de R$ 90 mil. A penalidade decorre de ofensas direcionadas à presidente do Palmeiras, Leila Pereira, veiculadas em suas plataformas de mídia social em janeiro deste ano. A determinação, unânime entre os auditores da corte esportiva, entra em vigor de imediato, impossibilitando a participação do atleta no confronto de domingo (20) contra o próprio Palmeiras , válido pelo Campeonato Brasileiro, agendado para as 17h30 (horário de Brasília).

Este incidente representa mais um capítulo na já intrincada e tensa relação entre Dudu e a dirigente palmeirense. Ex-jogador do Cruzeiro, o atacante encerrou sua passagem pelo clube alviverde ao término do Brasileirão de 2024. Sua trajetória subsequente foi marcada por uma reviravolta notável: após ser anunciado como novo reforço do Atlético-MG, o atleta surpreendentemente recuou da transferência, gerando um imbróglio considerável. À época, a presidente Leila Pereira havia expressado publicamente que o jogador deveria "cumprir a palavra". A relação, já fragilizada, deteriorou-se irremediavelmente após manifestações agressivas de Dudu nas redes sociais, que incluíam expressões como "me esquece" e "VTNC", culminando na iniciativa do processo por parte da dirigente.

O Veredito do STJD e as Consequências Imediatas

A condenação imposta pelo STJD não apenas pune o ato de desrespeito, mas também envia uma mensagem clara sobre a conduta de atletas em espaços públicos e virtuais. A imediata validade da suspensão impede Dudu de enfrentar seu ex-clube, um detalhe que adiciona um tempero extra ao confronto e à narrativa de sua saída.

Durante o julgamento, que ocorreu no Rio de Janeiro, Leila Pereira optou por estar presente fisicamente, uma atitude que sublinhou a seriedade com que encarava a situação. Sua presença contrastou visivelmente com a ausência de Dudu , que optou por enviar um vídeo gravado como sua forma de defesa. A presidente do Palmeiras não hesitou em tecer críticas contundentes à falta de comparecimento do jogador, afirmando-se vítima de agressões verbais de cunho machista e enfatizando a urgência de uma postura firme contra tal comportamento no cenário esportivo.

"Esse atleta me agrediu, me ofendeu, e cadê ele? Gravou um videozinho, que deve ter lido no TP (teleprompter). Deve ter repetido 500 vezes para ver se estava mais bonitinho", asseverou Leila Pereira diante dos auditores.

O Embate no Tribunal: Acusações e Justificativas

A dirigente prosseguiu seu pronunciamento, questionando a postura do jogador:

"Deveria estar aqui. Vem encarar uma mulher. Mas não, é muito mais confortável ler no TP. Eles são covardes, gostam de agredir no privado, na rede social, que está protegida pela distância. Na hora de olhar no olho, eles não aparecem, então a gente tem que denunciar e expor esses agressores".

Em sua gravação apresentada durante a sessão, Dudu buscou justificar sua ausência e expressou arrependimento.

"Queria esclarecer o motivo do meu não comparecimento no tribunal, que eu respeito muito, por motivo de eu estar trabalhando pela minha profissão. E também venho pedir desculpa para todas as mulheres que se sentiram ofendidas pela minha fala",

declarou o atacante.

A Luta Contra o Machismo no Esporte

A presidente do Palmeiras reiterou, ademais, ter sido alvo de críticas consideradas machistas por parte do público ao tornar o caso público, e reforçou que o episódio demanda uma resposta incisiva.

"Ouvi críticas machistas, dizendo que era frescura. Nós, mulheres, sofremos diariamente. Temos que dar um basta."

Sua fala ressalta a dimensão social do incidente, elevando-o de uma mera disputa esportiva para um debate mais amplo sobre respeito e igualdade de gênero no ambiente do futebol e na sociedade como um todo.