- FutVerdão
- Fê Palermo: Análise da Transição de Estilos na Seleção Feminina de Futebol com Arthur Elias e Pia Sundhage
Fê Palermo: Análise da Transição de Estilos na Seleção Feminina de Futebol com Arthur Elias e Pia Sundhage
Por Redação FutVerdão em 11/06/2025 20:03
A jornada no futebol, por vezes, se assemelha a um roteiro predestinado para alguns talentos. É o caso de Fê Palermo, lateral do Palmeiras, cuja paixão pela bola, segundo ela, manifestou-se desde a mais tenra idade. Nascida em Campinas, no interior paulista, sua incursão no cenário profissional teve início aos dezessete anos, quando vestiu a camisa do Avaí/Kindermann, marcando o primeiro capítulo de uma carreira promissora.
Ao longo de sua trajetória, Palermo acumulou experiências significativas em clubes de destaque no cenário nacional, incluindo passagens por equipes como Flamengo, Santos e São Paulo. Atualmente defendendo o Palmeiras , a atleta celebrou recentemente a conquista do Campeonato Paulista de 2024, um testemunho de sua capacidade e relevância no futebol de clubes.
Sua dedicação e talento não se limitaram aos gramados nacionais. Fê Palermo também trilhou o caminho das categorias de base da Seleção Brasileira, onde obteve conquistas expressivas, como o Sul-Americano Sub-20 Feminino em 2015. Essas experiências iniciais foram cruciais para a moldagem de sua postura e técnica, elementos essenciais para o desenvolvimento de qualquer atleta de alto rendimento.
A Trajetória de Dedicação ao Futebol Nacional
Apesar de não ter tido uma influência direta de sua família para ingressar no esporte, Fê Palermo afirma que sua vocação para o futebol era inata. "Não é que tive uma influência dentro de casa para jogar bola, acho que já nasci destinada. Desde pequena tenho essa paixão pela bola", reflete a jogadora sobre sua conexão primordial com a modalidade.
O percurso de formação, no entanto, não se deu sem desafios e momentos de autoconhecimento. Em um ponto crucial de sua carreira, a lateral recebeu um feedback que mudaria sua abordagem em campo. "No início da carreira, não jogava e recebi um feedback de um preparador físico, que eu era muito boazinha em campo. Até era mais técnica, tinha uma leitura tática melhor, mas por ser molezinha, não jogava. Comecei a mudar minha atitude, foi quando comecei a ter espaço", revela Palermo, evidenciando a necessidade de temperar a habilidade técnica com uma dose de assertividade competitiva.
Essa capacidade de adaptação e aprimoramento contínuo pavimentaram o caminho para suas primeiras oportunidades na equipe principal da Seleção Brasileira, inicialmente sob o comando da técnica sueca Pia Sundhage. A transição entre os níveis do esporte, das categorias de base à elite, é um marco para qualquer atleta, e Palermo soube capitalizar essas chances.
O Reconhecimento e a Experiência da Convocação
A recente convocação de Fê Palermo pelo técnico Arthur Elias para a Copa América Feminina, que será realizada no Equador entre 12 de julho e 2 de agosto, representa um novo capítulo em sua jornada com a camisa da Seleção. Esta será sua segunda participação na competição, reforçando sua presença constante no cenário internacional desde a edição de 2022, na Colômbia.
Um aspecto peculiar da personalidade de Fê Palermo é sua abordagem diante do momento da convocação. Apesar de sua presença recorrente nas listas de Arthur Elias e de sua atuação regular em campo, a jogadora optou por não acompanhar a divulgação ao vivo. A notícia de sua inclusão na equipe veio de forma mais orgânica, através de uma mensagem de uma amiga, enquanto estava em casa com sua mãe.
"Nem quis ligar na convocação, não gosto de criar expectativa. Por mais que estivesse presente nas convocações, sabemos que é competitivo e o Arthur surpreende. Deixo o celular ali, se tiver uma vibração, sei que fui convocada", compartilha a lateral sobre seu método para gerenciar a ansiedade. Para ela, cada chamado à Seleção é motivo de profundo orgulho e a realização de um sonho que a acompanha desde a infância. "Sempre motivo de muito orgulho. Desde pequena, sonho em viver momentos com a Seleção e conquistei esse momento na minha carreira. Passa um filme e me sinto orgulhosa", expressa a emoção de vestir a camisa amarela.
A Visão de uma Atleta Experiente: A Transição de Comando na Seleção
Fê Palermo integra um seleto grupo de apenas nove atletas que permaneceram na Seleção Brasileira desde a última edição da Copa América. Essa continuidade lhe confere uma perspectiva única sobre as mudanças e evoluções táticas e culturais que o time nacional tem vivenciado. Tendo trabalhado tanto com Pia Sundhage quanto com Arthur Elias, a lateral oferece uma análise perspicaz sobre as filosofias de comando.
"A Pia foi importante na minha carreira, comecei a ter oportunidade na Seleção com ela. Mas acredito que a diferença para o Arthur é uma questão cultural, temos que saber o estilo brasileiro e ela trazia muita coisa de fora", disse ao ge.
"O Arthur tem muita experiência aqui, no Brasil. Conhece as meninas e é multicampeão, tem a questão da mentalidade. Há um objetivo em cada convocação, sempre pensando em vencer todos os jogos. Temos um ambiente super tranquilo, sem julgamento e cooperação."
A fala de Palermo sublinha uma diferença fundamental na abordagem. Enquanto Pia Sundhage, com sua formação internacional, introduziu métodos e conceitos estrangeiros, Arthur Elias, por sua vasta experiência no futebol brasileiro, compreende e valoriza o "estilo brasileiro" de jogar. Essa mudança cultural, aliada à mentalidade vencedora e ao conhecimento profundo das atletas nacionais, parece ter criado um ambiente de maior coesão e objetivos claros dentro do grupo.
O Desafio da Copa América Feminina 2025
O Brasil fará sua estreia na Copa América Feminina de 2025 em 13 de julho, enfrentando a Venezuela. A Seleção Brasileira está inserida no Grupo B do torneio, que promete confrontos desafiadores contra adversárias de diferentes estilos de jogo. A composição do grupo, com equipes tradicionais e outras em ascensão, exigirá da equipe brasileira uma performance consistente desde o início.
Grupo B ? Copa América Feminina 2025 |
---|
Brasil |
Bolívia |
Colômbia |
Paraguai |
Venezuela (Primeiro Jogo) |
A presença de Fê Palermo, com sua experiência e a capacidade de adaptação que demonstrou ao longo de sua carreira, será um trunfo valioso para o técnico Arthur Elias. Sua perspectiva sobre a evolução da Seleção e a transição de mentalidades reflete não apenas o crescimento individual da atleta, mas também a busca contínua do futebol feminino brasileiro por uma identidade tática e cultural que o leve a novos patamares de sucesso.
Curtiu esse post?
Participe e suba no rank de membros