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Guerra dos Gramados: CEO da Soccer Grass Desafia Flamengo e Maracanã em Polêmica Nacional
Por Redação FutVerdão em 15/12/2025 05:43
O cenário do futebol brasileiro assiste a uma contenda cada vez mais acalorada em torno da utilização de gramados sintéticos. Recentemente, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) recebeu um formal requerimento do Clube de Regatas do Flamengo, datado da última segunda-feira (8), solicitando a erradicação dos campos artificiais em competições nacionais. A iniciativa rubro-negra visa, conforme declarado, a "padronização e o alto nível" dos confrontos no país, buscando uma uniformidade que, em sua visão, eleve a qualidade técnica e a segurança dos atletas.
A preocupação do clube carioca intensifica-se diante da projeção de que, na próxima edição do Campeonato Brasileiro, cinco das vinte equipes participantes serão anfitriãs em estádios com superfícies sintéticas. Esta lista inclui o Athletico-PR (Arena da Baixada), a Chapecoense (Arena Condá), recém-promovidos da Série B, além de Palmeiras (Allianz Parque), Botafogo (Nilton Santos) e Atlético-MG (Arena MRV), o que representa um quarto dos competidores utilizando essa modalidade de campo.
Alex Rangel, consultor estratégico do Flamengo, detalhou a ambição por trás da proposta, revelando a entrega de um extenso "documento de 25 páginas para estabelecer esse novo padrão de gramados naturais e híbridos." O objetivo primordial, segundo Rangel, é "levar todos os gramados da Série A e B, em um período de dois, três anos, ao melhor padrão de gramado que existe hoje no Brasil: Neo Química Arena, Morumbis e Beira-Rio. É nesse patamar que queremos levar o futebol brasileiro." O clube carioca, inclusive, dedicou um programa em seu canal oficial, a Flamengo TV, para elucidar os fundamentos de sua campanha pela erradicação dos pisos artificiais no país.
O Ultimato Rubro-Negro: Flamengo Pressiona CBF por Padrão de Gramados
Em resposta à ofensiva do clube carioca, Alessandro Oliveira, CEO da Soccer Grass ? empresa incumbida da instalação e manutenção dos gramados sintéticos de clubes como Palmeiras e Chapecoense ? lançou um desafio direto ao Flamengo e à administração do Maracanã. Oliveira propôs que ambos se submetessem aos rigorosos testes anuais conduzidos pela FIFA em gramados sintéticos no Brasil, com o intuito de "aferir à luz da ciência" a real condição dos campos, em um debate que se transformou em uma verdadeira disputa entre Palmeiras e Flamengo.
"Se existisse o problema de jogadores com lesão, o próprio Palmeiras estaria contra e não renovaria seu sintético. Está claro que lesão, segurança e performance do futebol está consolidado pela troca que o Palmeiras decidiu fazer agora. O clube tem profissionais responsáveis, e eles fizeram isso pela segurança e beneficio. Hoje jogar no Allianz é extremamente seguro, e não sou eu que digo, é a Fifa com os testes que fazem de performance e segurança. Isso não se aplica aos gramados naturais porque, se passassem por isso, poucos passariam nos testes," declarou Alessandro Oliveira em entrevista ao UOL.
Oliveira não hesitou em classificar a investida do Flamengo como "puro clubismo," sugerindo que o tempo e a energia despendidos na crítica aos sintéticos poderiam ser melhor aproveitados na elevação da qualidade dos gramados naturais no Brasil, incluindo o próprio Maracanã, que, em sua avaliação, carece de condições adequadas. O CEO da Soccer Grass estendeu uma proposta irrecusável: "Eu me coloco à disposição do pessoal do Flamengo para fazer testes no Maracanã com a Fifa. Sem custo nenhum, eu pago. Até para ver os parâmetros, se precisa melhorar o sintético ou os naturais, para aferir isso à luz da ciência. Sem achismo e clubismo, em prol do futebol."
Desafio Científico: Fabricante de Sintético Convoca Fla e Maracanã para Testes FIFA
Em contrapartida à posição inflamada do Flamengo, o Palmeiras , por sua vez, tornou públicos dados internos compilados por seu Núcleo de Saúde e Performance, visando refutar a premissa de que os gramados sintéticos elevam o risco de lesões. As estatísticas divulgadas pelo Alviverde indicam que a média anual de lesões em sua equipe, que atua regularmente no sintético, é inferior à de times que competem em gramados naturais.
Conforme os dados internos do clube, referentes a 2025, o Palmeiras apresenta uma média de lesões significativamente menor do que a média europeia, tanto em jogos quanto em treinamentos:
| Contexto | Palmeiras (Sintético) | Média Europeia (Natural) |
|---|---|---|
| Lesões por 100 horas de exposição (Jogos) | 3,35 | 4,5 |
| Lesões por 100 horas de exposição (Treinos) | 0,78 | 1,5 |
Esses números, fornecidos pelo próprio Palmeiras , reforçam o argumento de que a escolha pelo gramado artificial, longe de ser um risco, representa um benefício em termos de segurança e performance, sustentado por uma análise criteriosa de seus profissionais responsáveis.
Palmeiras e a Segurança do Sintético: Dados Desafiam Narrativa de Lesões
Em contato com a imprensa, o Flamengo fez questão de esclarecer que o cerne de sua argumentação não reside na qualidade intrínseca do gramado sintético do Allianz Parque. A discussão, segundo o clube, transcende a análise de uma instalação específica, focando na erradicação completa do piso artificial no futebol nacional. A justificativa para tal postura é reforçada pelo fato de que a própria FIFA, em suas principais competições, não adota o gramado artificial, um ponto crucial na defesa rubro-negra.
A visão do Flamengo, portanto, é mais abrangente, buscando uma transformação estrutural que alinhe o futebol brasileiro aos mais elevados padrões internacionais de campos de jogo. A intenção é consolidar gramados naturais e híbridos como a norma, elevando o patamar de todas as arenas da Série A e B a referências como a Neo Química Arena, o Morumbis e o Beira-Rio, em um prazo de dois a três anos.
Além do Allianz: Flamengo Busca Revolução nos Gramados Nacionais
Até o momento, a assessoria de imprensa do Maracanã, contatada para se pronunciar sobre o desafio de Alessandro Oliveira e a polêmica que envolve a condição de seu próprio gramado natural, não emitiu qualquer resposta. A ausência de posicionamento por parte do icônico estádio adiciona uma camada de expectativa à complexa e multifacetada discussão que agita os bastidores do futebol brasileiro.
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