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Leila Pereira e a SAF: O Futuro do Futebol e a Posição do Palmeiras
Por Redação FutVerdão em 11/08/2025 11:41
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, em recente intervenção antes de um evento da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) focado no fair play financeiro, apresentou uma visão contundente sobre o destino do futebol nacional. Para a dirigente, a conversão dos clubes em Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) representa o "futuro" inegável para todas as agremiações do país, incluindo o próprio Alviverde.
Sua argumentação central reside na premissa de que a existência de um proprietário direto nos clubes imporia uma fiscalização financeira mais rigorosa. A responsabilidade pessoal do dono, em contraste com a transitoriedade de gestões associativas, seria a chave para mitigar calotes e atrasos, males que, segundo ela, persistem no modelo atual. "Verbalmente todo mundo fala que está de acordo (com fair play financeiro) porque ninguém tem coragem de dizer que está correto comprar e não pagar, é óbvio. Todos os clubes dizem que sim, que estão de acordo, mas na prática... Eu quero saber não na teoria, eu quero saber na prática. Na prática eles não implementam o que eles acham que é correto. O que é correto é: comprar e pagar. O Palmeiras compra e paga. O Palmeiras contrata atletas e paga os atletas", pontuou a presidente com veemência.
Pereira não poupou críticas ao modelo associativo predominante. Ela sustentou que a rotatividade de presidentes, que ocupam o cargo por períodos curtos, fomenta uma cultura de irresponsabilidade fiscal. "Eu vou falar uma coisa para vocês: eu acho que a grande solução dos clubes é virar SAF. Porque, com o dono, a responsabilidade é do dono. E esses clubes que são associativos, o presidente fica dois, três anos, eles querem ganhar todos os campeonatos e fazem a festa não pagando absolutamente ninguém, porque sabem que daqui a três anos ele vai sair e vai largar a 'bucha' para outro presidente", disparou. Ela reiterou: "E, quando você é dono do clube, a responsabilidade é sua. Isso é um próximo assunto. Hoje vamos tratar de fair play financeiro. Eu acho que o futuro do futebol brasileiro é os clubes virarem SAF."
O Futuro do Futebol Brasileiro: A Visão da SAF
Embora defenda a SAF como solução geral, Leila Pereira esclareceu que tal transformação não ocorrerá com o Palmeiras sob sua administração, que se estende até o final de 2027. Contudo, ela manifestou a convicção de que o Alviverde, em algum momento futuro, seguirá esse caminho e passará a ter um proprietário. "Também (acho que Palmeiras pode virar SAF), mas não na minha gestão porque eu jamais proporia esse tipo de modificação no estatuto do Palmeiras . Aliás, eu já falei lá com os nossos conselheiros que na minha gestão - são dois anos e meio que eu tenho pela frente - eu não gostaria de alterar, de fazer nenhuma alteração no estatuto do Palmeiras ", argumentou, traçando um limite temporal para sua influência sobre o tema.
A presidente reforçou sua tese de que o formato associativo está "completamente ultrapassado", precisamente por não impor responsabilidade significativa aos seus gestores. "O próximo presidente, se achar que deva, faz essa alteração. Mas eu acho que sim. Acredito que para que os clubes brasileiros tenham futuro, esse modelos associativo está completamente ultrapassado, porque não gera responsabilidade nenhuma para o seu gestor", frisou. Ela ainda observou a ausência de penalidades efetivas para presidentes de clubes associativos, mesmo diante de "aberrações" financeiras. "Eu nunca vi presidentes de clubes associativos serem penalizados, condenados. E olha que vocês veem por aí cada aberração e não acontece absolutamente nada, não respondem com o seu patrimônio. Pelo menos, quando é dono, responde com o seu patrimônio", salientou.

Palmeiras e a Transição Necessária: Quando e Como?
Questionada sobre a possibilidade de ela mesma investir em uma futura SAF do Palmeiras , assumindo a posição de proprietária, Leila Pereira negou veementemente qualquer intenção. "Não, nunca. Não. Se o Palmeiras algum dia, que eu não acredito... Gente, eu vou falar mais uma vez aqui, para ficar bem claro: eu acho que isso é um sonho, que todos os clubes do Brasil se transformassem em SAF, mas eu não acredito que, vou falar no Palmeiras , que o Palmeiras se transforme em SAF", bradou a empresária.
A razão para sua descrença, de acordo com ela, reside na resistência interna: "Porque muitas pessoas que estão no Palmeiras se acham donos do clube, e aí perderiam essa posição. Mas enquanto eu for presidente do Palmeiras , que é uma associação, eu sempre vou lutar com unhas e dentes para o melhor para o clube, sempre pagando em dia as nossas obrigações", concluiu, demarcando sua atuação atual como gestora e não como potencial proprietária.
Por Que Leila Pereira Não Será Dona do Palmeiras SAF?
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