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Leila Pereira, Florentino Pérez e o Dilema do Terceiro Mandato no Palmeiras
Por Redação FutVerdão em 20/12/2025 10:12
Nesta semana, o universo palmeirense voltou suas atenções para um nome inusitado, vindo diretamente do cenário europeu: Florentino Pérez, o renomado presidente do Real Madrid. A menção surgiu da própria presidente do Verdão, Leila Pereira, que, em meio ao acalorado debate político sobre um possível terceiro mandato em sua gestão, citou o dirigente espanhol como um paradigma de longevidade e sucesso.
Leila Pereira, em uma declaração que reverberou intensamente, defendeu a permanência de líderes capazes independentemente da alternância de poder. "A alternância de poder não acontece no Real Madrid, onde o presidente está lá há 20 anos. Mas o Real Madrid é um clube pequeno, sabe (irônico) e não é nem um pouco vitorioso. É uma questão de capacidade, amigos. Não é questão de alternância. Se é uma pessoa capaz, tem que ficar. Senão, tem que sair?, afirmou a presidente, em uma clara provocação aos críticos de sua potencial continuidade.
A trajetória de Florentino Pérez, contudo, possui nuances dignas de análise. Ele comandou o clube que mais vezes ergueu a taça da Champions League em dois períodos distintos: inicialmente entre os anos 2000 e 2006, e, após um hiato de dois anos (2007-2008), retornou à cadeira presidencial em 2009, permanecendo nela ininterruptamente até os dias atuais, com seu mandato vigente estendendo-se até 2029. Essa permanência prolongada é um contraste direto com a realidade estatutária do Palmeiras, que limita a reeleição presidencial a apenas uma vez, enquanto o Real Madrid não impõe restrições a mandatos consecutivos.
A Longevidade de Florentino Pérez e o Cenário Palemirense
Florentino Pérez, ao longo de sua gestão, acumulou cinco reeleições seguidas no gigante espanhol. Em duas dessas ocasiões, especificamente em 2012 e no início deste ano, sua vitória ocorreu sem a presença de concorrentes, ou seja, como candidato único. Curiosamente, essa mesma situação se repetiu com Leila Pereira em 2021, quando ela não enfrentou oposição em sua primeira eleição para a presidência do Palmeiras .
Sob a batuta firme de Florentino, um engenheiro civil que construiu sua fortuna no setor da construção, o Real Madrid vivenciou uma verdadeira revolução desde o início do século XXI. Desde a era dos "Galácticos" originais, com ícones como Zidane, Figo, Beckham e Ronaldo, até a chegada de Cristiano Ronaldo, o dirigente foi o arquiteto de uma estratégia que fortaleceu exponencialmente a marca do clube. Seus investimentos em infraestrutura, a profissionalização de diversas áreas e a rigorosa definição de processos transformaram o Real Madrid no clube mais valioso do mundo.
A gestão de Florentino Pérez se destaca também pela sua adaptabilidade e ousadia na modificação dos estatutos do clube, sempre com o que ele considera ser o melhor interesse do Real Madrid, uma entidade associativa, em mente. Um exemplo recente dessa postura é a discussão iniciada em 2025 sobre uma alteração estatutária que abriria caminho para a aquisição de uma participação minoritária por investidores externos.
A Visão Estratégica que Molda o Real Madrid
Após a Assembleia Geral Ordinária de Sócios Representantes do clube, realizada em novembro, o presidente do Real Madrid explicou a proposta: "Continuaremos sendo um clube de sócios, mas devemos criar uma subsidiária em que os 100 mil sócios do Real Madrid mantenham sempre o controle absoluto. Com essa base, essa subsidiária poderia incorporar apenas uma participação minoritária, por exemplo, de 5%, nunca superior a 10%?. Essa iniciativa demonstra a busca por novas fontes de receita e a capacidade de Florentino de antecipar e moldar o futuro financeiro do clube.
Consciente de liderar a instituição futebolística mais rica do planeta, Florentino Pérez frequentemente aborda os sócios sobre a necessidade de proteger o "patrimônio" do clube contra "ataques externos e internos". Ele enfatiza a importância de blindar a entidade e de reforçar seu valor para que todos tenham clareza sobre o "tesouro que está nas mãos dos sócios".
A influência do dirigente transcende os limites do Santiago Bernabéu, estendendo-se aos bastidores do futebol mundial. Em 2021, ele foi um dos principais articuladores da polêmica Superliga europeia, uma ideia que, embora tenha perdido força rapidamente, revelou sua ambição e poder de mobilização. Foi também sob sua gestão que o Santiago Bernabéu passou por uma profunda modernização, transformando-se em uma fonte de receita ainda mais robusta para o Real. Atualmente em seu sétimo mandato presidencial, Pérez continua a cumprir rigorosamente os requisitos estabelecidos pelo clube para a candidatura ao cargo.
O Debate da Sucessão no Palmeiras: Regras e Perspectivas Futuras
Enquanto isso, no Palmeiras , as regras para a candidatura à presidência são específicas: é necessário ser brasileiro, ter no mínimo 30 anos de idade e comprovar quatro anos de mandato efetivo no Conselho Deliberativo do clube. A seguir, uma tabela comparativa entre os requisitos e características das presidências dos dois clubes:
| Característica | Real Madrid | Palmeiras |
|---|---|---|
| Reeleições Presidenciais | Permite reeleições consecutivas, sem limite estatutário. | Permite apenas uma reeleição. |
| Voto para Presidente | Realizado pelos sócios do clube. | Realizado pelos sócios do clube. |
| Candidato Único | Ocorreu em múltiplas eleições (e.g., Florentino em 2012 e 2021). | Ocorreu na primeira eleição de Leila Pereira em 2021. |
| Requisitos para Presidência | (Não detalhado no conteúdo original, apenas que os requisitos são cumpridos). | Brasileiro, maior de 30 anos, 4 anos de mandato efetivo no Conselho Deliberativo. |
A discussão sobre a possibilidade de um terceiro mandato para Leila Pereira no Palmeiras está longe de ser concluída e promete ganhar novos e intensos capítulos nos próximos meses, à medida que sua gestão se aproxima do fim em 2027. A comparação com Florentino Pérez, portanto, serve não apenas como um argumento, mas como um convite à reflexão sobre os modelos de gestão, a longevidade no poder e as implicações estatutárias que moldam o futuro de duas das maiores instituições do futebol mundial.
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