Leila Pereira Rebate Flamengo Sobre Gramados: "Tenho Estádio" e Desmente Alegações

A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, reagiu de forma incisiva à iniciativa do Flamengo, que protocolou nesta segunda-feira (8) uma proposta junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para a padronização dos campos de jogo no país. Entre as sugestões do clube carioca, destaca-se o pedido pelo fim dos gramados sintéticos, como o que equipa o Allianz Parque, casa do Verdão.

A dirigente alviverde não mediu palavras ao contestar a proposta, apontando para o que considera uma motivação clubística por trás da iniciativa rubro-negra. Sua resposta, carregada de críticas, defendeu a segurança e a eficácia dos pisos artificiais, baseando-se na experiência do próprio Palmeiras .

A Polêmica dos Gramados: Proposta Rubro-Negra e a Resposta Alviverde

O Flamengo, em seu documento enviado à CBF, argumentou que "gramados artificiais não oferecem condições adequadas para um futebol de alto rendimento". O clube carioca ainda alegou possuir estudos que comprovariam o "risco à saúde, aumentando o número de lesões e causando demais problemas pelo contato com o plástico". Esta posição gerou uma imediata e forte retrucada da presidente palmeirense.

Leila Pereira foi categórica ao desqualificar as alegações do clube rival. "Em relação a essa discussão sobre a qualidade dos gramados do Brasil, infelizmente, é algo que vem sendo pautado pelo clubismo. O fato é que não há qualquer evidência científica de que os campos sintéticos ofereçam maior risco de lesão aos atletas", declarou a presidente do Palmeiras , questionando a base factual da proposta flamenguista.

Foto: (Fabio Giannelli/AGIF)

Desvendando as Alegações: Ciência vs. "Fake News"

A discussão sobre os gramados sintéticos, segundo Leila Pereira, carece de embasamento científico que justifique a preocupação levantada pelo Flamengo. Ela reforçou que as acusações de risco de lesões são infundadas, citando o próprio histórico do Palmeiras como prova. "Inclusive, desde que implementou o gramado artificial no Allianz Parque, em 2020, o Palmeiras é um dos clubes da Série A com menor número de jogadores lesionados. Portanto, as alegações feitas pela atual gestão do Flamengo não passam de fake news", completou a presidente do clube, transformando a discussão em um embate de fatos e narrativas.

Os dados apresentados pela dirigente do Palmeiras visam desconstruir a percepção de que os gramados sintéticos são inherentemente perigosos, sugerindo que a posição do Flamengo estaria mais alinhada a interesses específicos do que a uma preocupação genuína com a integridade física dos atletas ou com a qualidade geral do futebol brasileiro.

O Silêncio do Passado e a Súbita Preocupação do Flamengo

A presidente do Palmeiras aproveitou a oportunidade para criticar o histórico de omissão do Flamengo em discussões importantes sobre o futebol nacional. "Antes de mais nada, eu fico contente que a atual gestão do Flamengo demonstre, enfim, algum interesse em contribuir com a melhora do futebol brasileiro. Durante este ano, eu participei de vários debates com presidentes de outros grandes clubes, nos âmbitos da CBF e da LIBRA, e o Flamengo sempre se omitiu. Portanto, é até louvável que o Flamengo apresente uma proposta supostamente em benefício do futebol brasileiro, e não somente em benefício dele próprio", ironizou Leila.

Essa observação sugere que a súbita preocupação do clube carioca com a qualidade dos gramados seria motivada por um interesse particular, e não por uma visão abrangente de melhoria para o esporte no país. A fala de Leila Pereira implica que o Flamengo estaria agindo de forma oportunista, buscando vantagens para si sob o pretexto de um bem comum.

Maracanã em Foco: A Ironia do Estádio Próprio

A crítica mais contundente de Leila Pereira ao Flamengo veio ao abordar a questão dos estádios e a qualidade dos gramados. Ela questionou a autoridade do clube carioca para debater o tema, dada a situação do próprio Maracanã. "Se a atual gestão do Flamengo, comandada pelo presidente Bap, estivesse realmente preocupada com a qualidade dos gramados do Brasil, o campo do Maracanã não seria tão ruim quanto é", disparou.

A dirigente alviverde finalizou com uma provocação direta sobre a posse de estádios. "Aliás, o Flamengo, no dia em que tiver um estádio próprio, pode instalar nele o tipo de gramado que quiser. O Palmeiras tem estádio próprio e optou por colocar um gramado artificial. Eu também tenho um estádio, a Arena Crefisa Barueri, e decidi pela implementação do piso sintético. O mais importante é respeitarmos as regras da FIFA e a integridade física dos atletas, sem clubismo e sem fake news", concluiu a presidente, reiterando a autonomia do Palmeiras em suas escolhas e a importância de se ater aos fatos e às normativas oficiais.