Leila Pereira Responde Bap: Vasco e Netflix Longe dos Planos do Palmeiras

A recente troca de farpas entre a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, e Luiz Eduardo Baptista, o Bap, figura proeminente do Flamengo, adiciona um novo capítulo à já intensa rivalidade entre os clubes. A discussão, que teve como ponto central o suposto interesse de Leila na aquisição da SAF do Vasco, rapidamente escalou, revelando as tensões subjacentes à Liga do Futebol Brasileiro (Libra).

A provocação partiu de Bap durante uma reunião do Conselho Deliberativo do Flamengo. Ele questionou publicamente o empréstimo de R$ 80 milhões da Crefisa ao Vasco, uma operação que prevê a transferência de 10% das ações da SAF cruzmaltina para a empresa, caso as condições do acordo não sejam cumpridas. A insinuação era clara: haveria uma "agenda" por trás da movimentação financeira.

Em uma resposta incisiva, Leila Pereira refutou categoricamente as acusações. A presidente alviverde não apenas negou qualquer intenção de adquirir o clube carioca, mas também utilizou de ironia para desqualificar a fala de seu opositor, mencionando a Netflix em um paralelo com declarações passadas de Bap.

"Quanto à insinuação do presidente Bap sobre o boato de que eu estou comprando o Vasco, ele pode ficar tranquilo. Eu não estou comprando o Vasco. Aliás, não estou comprando nem o Vasco nem a Netflix"

A Essência da Disputa: Libra e Verbas Televisivas

Bap, por sua vez, havia articulado sua crítica com uma visão de que existia uma "agenda muito clara" por parte de Leila Pereira. Ele ligou diretamente o empréstimo da Crefisa ao Vasco à problemática da Libra, insinuando uma articulação estratégica.

"Não tenho dúvida nenhuma de que existe uma agenda muito clara. A gente está falando desse problema da Libra e a empresa que ela preside emprestou dinheiro para a SAF do Vasco"

A presidente do Palmeiras , no entanto, inverteu a narrativa. Ela afirmou ter, de fato, uma "agenda clara", mas que esta se resume à defesa intransigente dos interesses do Palmeiras , sem recorrer a táticas que visam "asfixiar" clubes adversários. Leila reforçou seu compromisso com o desenvolvimento do futebol nacional e com a honra dos acordos contratuais.

"O presidente Bap tem razão quando diz que eu tenho uma agenda muita clara. Afinal, todos sabem que defendo os interesses do Palmeiras sem tentar asfixiar os meus adversários, que eu trabalho arduamente pelo crescimento do futebol brasileiro e que honro todos os contratos assinados pelo clube, incluindo os das gestões anteriores"

O Pano de Fundo: Flamengo Contra a Libra

A troca de farpas entre Leila e Bap não é um evento isolado, mas sim um reflexo da crescente tensão entre Palmeiras e Flamengo. A rivalidade foi intensificada após a decisão do Flamengo de obter uma liminar judicial para bloquear o repasse de R$ 77 milhões destinados aos membros da Libra, incluindo o Palmeiras .

A percepção do Palmeiras é que a manobra do clube carioca constitui uma tentativa deliberada de "asfixiar" financeiramente os demais integrantes da Libra. O objetivo seria forçar uma renegociação desfavorável na divisão das cotas de pay-per-view, verbas que são o cerne do contrato em questão.

A postura do Flamengo gerou uma onda de descontentamento e oposição por parte de diversas outras potências do futebol brasileiro. Clubes como São Paulo, Santos, Atlético-MG e Grêmio manifestaram publicamente sua contrariedade à estratégia adotada pelo Rubro-Negro.

O Embate Jurídico e os Argumentos em Campo

O Flamengo, por sua vez, argumenta que foi prejudicado pelas regras estabelecidas para a distribuição desses recursos. O clube busca a revisão do acordo que foi selado em 2024 e tem vigência prevista até 2029, alegando disparidades na divisão.

O processo judicial segue em sigilo de Justiça. Embora a liminar tenha sido inicialmente negada em primeira instância, o Tribunal do Rio de Janeiro acatou o pedido em segunda instância, adicionando mais complexidade ao cenário e mantendo os R$ 77 milhões em disputa.