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Luan Garcia Revela Segredos da Pressão no Palmeiras e Brilha no México
Por Redação FutVerdão em 18/07/2025 05:11
A carreira de Luan Garcia no Palmeiras foi marcada por uma montanha-russa de emoções e resultados. O defensor experimentou tanto o ápice de ser um elemento crucial nas conquistas de duas Copas Libertadores quanto o peso das críticas, especialmente após o pênalti na decisão do Mundial de Clubes contra o Chelsea. Essa relação, forjada ao longo de oito temporadas no Allianz Parque, foi, sem dúvida, intensa. Atualmente com 32 anos, o zagueiro desfruta de uma fase singular em sua trajetória profissional, consolidando-se como uma figura de destaque no Toluca, do México, apesar de relutar em aceitar o rótulo de ídolo.
Apesar da nova história que se desenha em terras mexicanas, o zagueiro não esquece os dias vividos na equipe alviverde. Curiosamente, ele enxerga um aspecto positivo até mesmo nas críticas que recebeu. Em período de férias, por exemplo, demonstrou seu vínculo ao viajar aos Estados Unidos para acompanhar a estreia do ex-clube contra o Porto, de Portugal, na Copa do Mundo de Clubes, evidenciando um carinho que transcende a distância e o tempo.
Luan , agora camisa 13 do Toluca, reflete sobre a maneira como passou a encarar as cobranças, transformando-as em um sinal da grandeza do clube que defendeu por tanto tempo:
?A pressão, com o tempo, a gente vai entendendo que é um privilégio da grandeza do clube, da exigência do clube. Eu lidava muito bem. Entendi que o torcedor é paixão, eles estão ali todos os dias, fazem esforços, não medem esforços para apoiar o clube. A gente tem que dar o nosso melhor, entendendo que nem sempre a gente vai conseguir ganhar. Só que, para mim, depois de um tempo, a pressão passou a ser um privilégio.?
A Virada de Chave: A Decisão de Deixar o Brasil
Dada a profunda afeição pelo Palmeiras , a escolha de deixar o clube não foi simples. Há pouco mais de um ano, em junho de 2024, a aspiração de residir fora do Brasil e imergir em outras culturas prevaleceu sobre a estabilidade que desfrutava. Essa motivação pessoal foi o motor para a sua mudança.
O jogador detalha os fatores que o levaram a essa importante transição em sua vida e carreira:
?Os meus filhos aprenderem outra língua, sair um pouco da zona de conforto. Minha decisão foi muito baseada nisso. Eu era muito feliz no Palmeiras, muito feliz no Brasil, mas tinha essa vontade de viver fora. Tive proposta de outro clube mexicano também. Antes, tive outras propostas, mas a do Toluca foi a que se concretizou e, de verdade, era a melhor para mim.?
Essa inclinação por novas experiências se estende aos seus planos futuros no universo do futebol. Luan já vislumbra um caminho além das quatro linhas, tanto que obteve a Licença B da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), credencial voltada para o trabalho com categorias de base.
Sucesso no Toluca e a Recusa do Status de Ídolo
A curiosidade cultural, no entanto, trouxe consigo alguns desafios, especialmente no que tange ao paladar. Luan compartilha com bom humor as particularidades da culinária local:
?Eles gostam muito de comida picante. Você chega para comer no restaurante e pergunta: ?Pica??, e eles dizem que ?pica pouco?. Mas, para nós, que não estávamos acostumados, pica muito. No início, algumas vezes passamos de chegar no restaurante, pedir comida, estar com muita pimenta e não conseguir comer. É cultural deles. Agora, até como um pouquinho de pimenta. Já estou me adaptando, sou quase mexicano.?
Em campo, o ponto alto de Luan no México foi o gol que assegurou o título do Campeonato Mexicano ao Toluca, encerrando um jejum de 15 anos. Para os torcedores, o brasileiro já alcançou o status de ídolo. Contudo, o próprio jogador demonstra humildade e reluta em abraçar essa alcunha, preferindo focar na continuidade de seu trabalho.
?Falta muito para ser ídolo. O Toluca é um clube grandioso, com muitos títulos mexicanos e passaram muitos jogadores que são ídolos do clube. A gente ganhou o último torneio depois de 15 anos. Acho que por isso que o torcedor tem nos tratado com muito carinho. Mas me falta muito para ser ídolo. Tenho um ano aqui ainda e quero construir minha trajetória de uma maneira vitoriosa, mas também com muito respeito como ser humano. Meu papel aqui é ajudar os companheiros a crescer, evoluir, como sempre foi nos clubes que passei, e performar da melhor maneira possível para ajudar o clube a ganhar.?
O reconhecimento não se restringe apenas aos torcedores dos Diablos Rojos. Na atual temporada, o zagueiro foi selecionado para representar o time do Campeonato Mexicano no confronto contra os melhores jogadores da MLS, no All Star Game, um testemunho de sua performance em alto nível.
?Quando saiu a lista fiquei muito feliz, acho que é um reconhecimento do seu trabalho, de tudo que você faz no dia a dia, do que eu fiz nos últimos torneios aqui. Estou muito feliz e ansioso já na próxima semana e espero que sejam dias para desfrutar com companheiros que, na verdade, são meus adversários e que a gente possa fazer o melhor pelo país.?
Futuro no Futebol e Ambições Pessoais
O formato do All Star Game agradou tanto a Luan que ele vê com bons olhos uma potencial edição brasileira, mesmo ciente dos desafios impostos pelo calendário. Para ele, esse tipo de jogo é benéfico por proporcionar reconhecimento e a oportunidade de conviver com adversários da temporada regular.
Apesar de estar prestes a atuar ao lado de nomes como Sérgio Ramos, do Monterrey, o jogador, nascido no Rio de Janeiro, prefere não tecer comentários sobre suas próprias atuações. Contudo, ele reconhece um notável amadurecimento, tanto como atleta quanto como indivíduo, desde sua chegada ao México.
Desde que se uniu ao Toluca, o defensor brasileiro acumula 42 partidas, com a marca de quatro gols e um desempenho defensivo que conquistou a admiração dos torcedores mexicanos. Luan se sente feliz, realizado e plenamente adaptado à sua escolha pelo Toluca, onde, de fato, se sente em casa.
?Tenho vontade de ser treinador de futebol. Tenho estudado e vou estudar para isso. Quando eu pensar em parar, quero estar preparado para os novos desafios, mas, sim, com certeza vai ser algo atrelado ao futebol, porque é a minha paixão, é o que eu tenho de desejo dentro de mim.?
Para prosseguir na carreira técnica, o zagueiro pretende discutir os próximos passos com sua família, considerando os sacrifícios inerentes à profissão:
?Nós, jogadores de futebol, somos um pouco ausentes, muitas viagens. Eu quero passar mais tempo com eles e ver o desenvolvimento dos meus filhos.?
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