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Esquema de Manipulação Revelado: STJD Aponta Envolvimento em Partida do Patrocinense
Por Redação FutVerdão em 02/01/2025 16:30
Investigação Detalha Envolvimento em Manipulação de Resultados
Um relatório do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) acusa seis indivíduos de envolvimento em um esquema de manipulação de resultados, visando favorecer apostadores em partidas do Patrocinense durante a Série D do Campeonato Brasileiro de 2024. A Polícia Federal já havia indiciado todos os suspeitos, e agora o STJD detalha a participação de cada um no esquema.
O ponto de partida para as investigações foi a partida entre Inter de Limeira e Patrocinense, em junho do ano passado, que terminou com a vitória do time paulista por 3 a 0. Os três gols foram marcados no primeiro tempo, levantando suspeitas de irregularidades. As investigações da Polícia Federal culminaram no relatório do auditor Rodrigo Aiache Cordeiro, que aponta a autoria do esquema.
Nomes Citados no Esquema
Entre os nomes mencionados no relatório, destaca-se o técnico Estevam Soares, que já foi quarto colocado no Brasileirão de 2004 com o Palmeiras. Ele comandava o Patrocinense na partida sob investigação. Além dele, foram citados:
- Richard Sant Clair Silva (Richard Bala), ex-zagueiro do Patrocinense.
- Felipe Gama Chaves, ex-goleiro do Patrocinense, atualmente no Darmstadt, da Alemanha.
- Rodolfo Santos de Abreu (Dodô), auxiliar técnico do Patrocinense na época.
- Anderson Ibrahin Rocha, dirigente que assumiu a gestão do futebol do clube na época.
- Marcos Vinicius da Conceição, apontado como possível investidor.
A reportagem do ge tenta contato com a defesa dos citados no relatório para obter um posicionamento sobre as acusações.
Punições e Artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva
O auditor do STJD classificou as ações de Richard, Felipe, Estevam, Rodolfo e Anderson como infração ao artigo 242 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que penaliza "atuar, deliberadamente, de modo prejudicial à equipe que defende". As punições previstas incluem multa de R$ 100 a R$ 100 mil e suspensão de 180 a 360 dias.
Anderson e Marcos Vinicius também são acusados de infringir o artigo 243, que proíbe "dar ou prometer vantagem indevida a membro de entidade desportiva, dirigente, técnico, atleta ou qualquer pessoa natural, para que, de qualquer modo, influencie o resultado de partida". A pena para este artigo é similar, com multa de R$ 100 a R$ 100 mil.
O processo foi encaminhado para a Procuradoria de Justiça Desportiva, onde o relatório será analisado. Os envolvidos deverão ser denunciados e julgados com base no CBJD.
Apostas e Manipulação: O Mecanismo do Esquema
De acordo com o auditor Rodrigo Aiache Cordeiro, Anderson Ibrahin Rocha, da empresa Air Golden, "cooptava jogadores a atuar na manipulação de partidas". A Polícia Federal coletou conversas em aplicativos de mensagens que confirmam a atuação de Anderson. Richard Bala e Felipe Gama, que jogaram contra a Inter de Limeira, são acusados de facilitar os gols adversários, com Richard marcando um gol contra.
O técnico Estevam Soares teria escalado Richard Bala a pedido de Anderson Ibrahin, demonstrando conhecimento do esquema. O auxiliar Dodô teria ameaçado um atleta do Patrocinense para que colaborasse com a manipulação. Marcos Vinicius da Conceição, apontado como um dos investidores, teria dado um smartphone e R$ 5 mil a Richard Bala como recompensa.
Investidores e Prejuízos
A investigação revelou que apostadores investiram R$ 250 mil no Patrocinense para manipular resultados. O esquema foi descoberto, causando prejuízos aos investidores e levando a suspeitas de que atletas aliciados traíram o grupo.
Posicionamento do Clube Atlético Patrocinense
O Clube Atlético Patrocinense (CAP) divulgou um comunicado esclarecendo que foi "VÍTIMA de um esquema criminoso conduzido pela empresa AIR GOLDEN". Segundo o clube, a empresa ofereceu um contrato de gestão esportiva, comprometendo-se a pagar salários e despesas em troca da indicação de atletas. O clube relata que identificou comportamentos suspeitos durante o campeonato e acionou a CBF.
O CAP rescindiu o contrato com a Air Golden e tem colaborado com as autoridades, fornecendo informações e participando de audiências. O clube também enfrenta ações trabalhistas devido à inadimplência da empresa em relação ao pagamento dos salários dos atletas e funcionários.
O Clube Atlético Patrocinense reafirma seu compromisso com a transparência e aguarda a conclusão das investigações, esperando que os responsáveis sejam punidos.

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