Mundial de Clubes: Palmeiras Favorito Contra Botafogo? Analistas Divergem!

A iminente colisão entre Palmeiras e Botafogo nas oitavas de final do Mundial de Clubes, agendada para amanhã (28), às 13h (de Brasília), no Lincoln Financial Field, na Filadélfia, tem provocado uma intensa polarização entre os analistas do futebol nacional. A grande questão que paira no ar é: existe um franco favorito neste embate de gigantes brasileiros?

No programa "Posse de Bola", uma mesa de debate composta por figuras proeminentes como o âncora Eduardo Tironi e os colunistas Mauro Cezar Pereira, Arnaldo Ribeiro e Danilo Lavieri, a discussão sobre o tema não apenas divergiu, mas também elevou a temperatura do debate a níveis altíssimos, refletindo a paixão e a rivalidade que envolvem os dois clubes.

Otimismo Alviverde: Uma Questão de Convicção?

O debate foi aceso pela convicção de Eduardo Tironi, que prontamente declarou sua percepção sobre as chances do time alviverde. "Eu acho que o Palmeiras tem mais chance de avançar do que o Botafogo", afirmou o âncora, sem hesitação. A afirmação, contudo, foi imediatamente confrontada pela perspicácia de Mauro Cezar Pereira, que questionou a base de tal prognóstico. "Com base em quê?", indagou Mauro, buscando fundamentação lógica para a aposta de Tironi.

A resposta de Tironi, "Na minha crença", provocou uma réplica incisiva de Mauro Cezar, que sublinhou a necessidade de análise objetiva em um programa esportivo. "Pô, crença não, isso não é um programa religioso", pontuou o colunista, reforçando a expectativa por argumentos sólidos e não por meras suposições.

Tironi, então, buscou solidificar sua posição, argumentando que o confronto entre equipes nacionais, que se conhecem profundamente por se enfrentarem constantemente, é inerentemente imprevisível. Ele reconheceu a fase de grupos aquém do esperado do Palmeiras , mas defendeu a qualidade intrínseca do elenco. "O Palmeiras fez uma primeira fase ruim, mas acho que é um time muito bom, tem mais banco do que o Botafogo, pode fazer trocas mais interessantes que o Botafogo. E nós estamos focados no Botafogo porque ele foi heróico, porque ganhou do PSG", explicou Tironi, sugerindo que a superioridade do banco de reservas palmeirense poderia ser um diferencial crucial. Ele também mencionou a exaltação em torno do Botafogo, muito em função de sua vitória memorável contra o Paris Saint-Germain.

Ceticismo e Realismo: A Visão Crítica Sobre o Verdão

Mauro Cezar, no entanto, não se deixou convencer pela argumentação de Tironi, trazendo à tona o retrospecto recente do Glorioso contra o próprio Palmeiras , além da performance aquém do esperado do Verdão. "Ganhou do PSG e ganhou do Palmeiras ano passado na Libertadores e ganhou na decisão do Brasileiro. O Palmeiras não jogou nada até agora. Isso não é questão de boa ou má vontade com ninguém, até porque aqui ninguém tem que ter boa nem má vontade, tem que ser realista. O Palmeiras jogou nada até agora no Mundial e já vinha jogando mal no Brasileiro", enfatizou Mauro, destacando a sequência de resultados negativos do Palmeiras e a incapacidade de apresentar um futebol convincente tanto no Mundial quanto na reta final do Campeonato Brasileiro.

Rebatendo a tese de Tironi sobre a imprevisibilidade do confronto direto e a capacidade do Palmeiras de se reinventar, Mauro Cezar questionou a recorrência do "coelho na cartola" que Tironi atribuiu aos cinco anos de Abel Ferreira. "Achou coelho na cartola nas últimas Libertadores, nas últimas Copas do Brasil, no último Brasileiro e no Campeonato Paulista? No último Brasileiro ele perdeu um título que estava na mão dele", provocou Mauro, minando a ideia de que o Palmeiras sempre encontra soluções em momentos de adversidade, citando a perda do título brasileiro que parecia garantido.

Arnaldo Ribeiro corroborou a visão cética, expressando que a "crença" no ressurgimento do Palmeiras em jogos importantes tem sido uma expectativa não concretizada há tempos. "Essa crença em um jogo importante do Palmeiras existe há algum tempo e ele não vem. É uma crença que alguma hora o Abel volte a ser Abel, o Estêvão volte a ser Estêvão , o Veiga volte a ser Veiga, o Vitor Roque faça o gol, o Paulinho não sinta a dor. A gente tem uma crença, é uma expectativa", explicou Arnaldo, revelando que a confiança no Verdão parece se basear mais na esperança de que jogadores-chave e o técnico recuperem suas melhores formas do que em um desempenho consistente.

O Confronto dos Extremos: Melhor vs. Pior Brasileiro no Mundial?

Danilo Lavieri trouxe uma perspectiva que, embora concordando com a dívida de desempenho do Palmeiras , ofereceu um matiz interessante à discussão. "Eu concordo com o que o Arnaldo falou ? o Palmeiras está devendo há um tempo. A gente fica na expectativa de que o Palmeiras vai fazer algum grande jogo", iniciou Lavieri, alinhando-se à percepção de que o Verdão tem deixado a desejar. Contudo, divergiu levemente de Mauro Cezar ao reconhecer um ponto positivo na campanha palmeirense no Mundial.

"Ao contrário do Mauro, acho que o Palmeiras fez um jogo bom contra o Porto, faltou pôr a bola para dentro. Então, tem um joguinho bom nesse Mundial e mais nada, embora não tenha colocado a bola para dentro", ponderou Lavieri, indicando que, apesar da falta de gols, houve um vislumbre de boa atuação. No entanto, sua conclusão foi contundente: "Para mim, Botafogo e Palmeiras é o confronto do melhor brasileiro nesse Mundial contra o pior brasileiro nesse Mundial, especialmente se a gente colocar lado a lado a capacidade do Palmeiras . Nesse caso, eu votaria no Botafogo com a maior chance ? o Botafogo é favorito, por pouco, pelo que produziu no Mundial."

Apesar de inclinar-se para o favoritismo do Botafogo, Lavieri ressaltou a imprevisibilidade inerente ao futebol e a capacidade do Palmeiras de surpreender. "Mas no Palmeiras a gente tem essa expectativa: alguém vai achar um absurdo se o Palmeiras faz o jogo do ano e elimina o Botafogo? Tenho certeza que não, por isso esse jogo é muito interessante", finalizou, encapsulando a tensão e a antecipação que cercam este duelo de oitavas de final, onde a lógica da fase de grupos pode ser subvertida pela história e pela pressão de um mata-mata.