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Palmeiras 2025: Retrospectiva do Ano sem Títulos de Abel Ferreira
Por Redação FutVerdão em 24/12/2025 08:12
O encerramento do ciclo de 2025 para o Palmeiras deixa um gosto amargo e uma reflexão profunda sobre a relação entre investimento financeiro e sucesso esportivo. Pela primeira vez desde que Abel Ferreira assumiu o comando técnico, a Academia de Futebol não celebrou uma conquista sequer. O desfecho é irônico, visto que o clube protagonizou sua maior movimentação financeira na história para reforçar o elenco, desembolsando valores superiores a R$ 600 milhões.
Apesar da ausência de troféus, a diretoria optou pela continuidade, garantindo a permanência de Abel Ferreira até o final de 2027. Entretanto, o clima político nos bastidores esquentou. Durante uma reunião do conselho, a presidente Leila Pereira foi cobrada de forma incisiva pela falta de resultados práticos após o alto investimento. O embate entre a mandatária e um conselheiro foi marcado por tons elevados, evidenciando que a paciência interna é inversamente proporcional ao volume de dinheiro gasto.
Para 2026, o planejamento já dá seus primeiros passos com a manutenção do zagueiro Bruno Fuchs. Em contrapartida, o elenco deve sofrer novas baixas, como a provável saída de Aníbal Moreno para o River Plate. O ano que termina serve como um alerta de que nomes de peso, por si só, não garantem a manutenção da hegemonia construída nos últimos anos.
Reformulação do Elenco e Contratações Milionárias
O projeto para 2025 visava uma oxigenação total do grupo. O Palmeiras foi agressivo no mercado, trazendo peças como Ramón Sosa, Facundo Torres, Emiliano Martínez, Lucas Evangelista e Micael. A cereja do bolo foi Paulinho, ex-Atlético-MG, que chegou com o status de uma das transferências mais caras da história alviverde. No meio do ano, o clube ainda buscou Jefté, Khellven, o goleiro Carlos Miguel e o meia Andreas Pereira, que assumiu a regência do setor criativo.
Para viabilizar essas chegadas, o Verdão abriu mão de ídolos e jogadores consolidados. Nomes como Dudu, Rony, Zé Rafael, Mayke, Vitor Reis e Caio Paulista deixaram a Academia. Além deles, as joias Estêvão e Richard Ríos partiram para o futebol europeu, deixando lacunas técnicas que os novos reforços, apesar do talento, demoraram a preencher plenamente.
| Principais Reforços 2025 | Saídas Relevantes |
|---|---|
| Vitor Roque (Barcelona/Bétis) | Estêvão (Chelsea) |
| Paulinho (Atlético-MG) | Dudu |
| Andreas Pereira (Fulham) | Richard Ríos (Benfica) |
| Carlos Miguel (Nottingham Forest) | Rony |
Dores Continentais: Libertadores e Mundial de Clubes
Na Copa Libertadores, o Palmeiras flertou com a glória, mas sucumbiu no momento decisivo. Após uma fase de grupos impecável, com 100% de aproveitamento e goleadas como o 6 a 0 sobre o Sporting Cristal, o time superou o Universitário e o River Plate no mata-mata. A semifinal contra a LDU foi um teste de nervos: após perder por 3 a 0 na altitude, o Verdão aplicou um histórico 4 a 0 no Allianz Parque para avançar.
Contudo, a final em Lima contra o Flamengo foi um balde de água fria. Em uma partida onde o ataque palmeirense foi nulo, o rival carioca venceu por 1 a 0 com gol de Danilo. Já no Mundial de Clubes da FIFA, o desempenho foi digno, mas insuficiente. O Palmeiras passou pela fase de grupos com empates contra Porto e Inter Miami, e vitória sobre o Al-Ahly. Nas oitavas, eliminou o Botafogo, mas acabou derrotado pelo Chelsea por 2 a 1 nas quartas de final, jogo que marcou a despedida de Estêvão .
Decepções no Cenário Nacional e o Fator Arbitragem
O Campeonato Brasileiro foi uma montanha-russa de emoções. O Palmeiras chegou a liderar e aplicar goleadas sonoras contra rivais como Vasco, Juventude e RB Bragantino. No entanto, uma oscilação fatal na reta final, com cinco jogos sem vitória, tirou o título das mãos de Abel Ferreira. O vice-campeonato foi selado com uma vitória sobre o Ceará na última rodada, mas o sentimento era de que o troféu escapou por erros próprios e decisões externas.
A arbitragem foi um tema central nas críticas de Abel Ferreira. O treinador afirmou que a visão dos juízes mudou após o clássico polêmico contra o São Paulo, vencido pelo Verdão por 3 a 2. Na ocasião, o Palmeiras teria sido beneficiado por não ter Andreas Pereira expulso e por um pênalti não marcado para o adversário. Posteriormente, o clube reclamou de penalidades ignoradas em jogos cruciais contra o Flamengo e o próprio São Paulo.
Quedas Precoces e o Trauma contra o Corinthians
Se o Brasileirão foi decidido nos detalhes, as competições de mata-mata domésticas foram marcadas por derrotas para o maior rival. No Paulistão, o Palmeiras avançou com dificuldades na fase de grupos, mas chegou à final contra o Corinthians. Após perder o primeiro jogo por 1 a 0, o Verdão não saiu do zero na volta, vendo Raphael Veiga desperdiçar um pênalti decisivo defendido por Hugo Souza.
O roteiro se repetiu na Copa do Brasil. Nas oitavas de final, o sorteio colocou novamente o Corinthians no caminho alviverde. Duas derrotas (1 a 0 e 2 a 0) selaram a eliminação precoce. A expulsão de Aníbal Moreno no jogo de volta foi o símbolo de uma equipe que, nos momentos de maior pressão local, perdeu o equilíbrio emocional que outrora era sua maior virtude sob o comando de Abel Ferreira.
"A penalidade não deveria ter sido marcada."
A frase acima, proferida por Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da FPF, sobre um lance na semifinal do Paulista contra o São Paulo, exemplifica como o ano foi cercado de controvérsias que minaram a estabilidade do ambiente palmeirense em 2025.
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