Palmeiras: As Apostas de Abel Ferreira que Custaram a Libertadores

O apito final ressoou como um lamento para o Palmeiras, selando a perda da Copa Libertadores e expondo as fragilidades de uma equipe que não conseguiu se impor no momento mais decisivo. A derrota para o Flamengo não foi apenas um revés no placar; foi um espelho das escolhas estratégicas de Abel Ferreira e da performance aquém do esperado de seus comandados, que agora enfrentam um escrutínio rigoroso.

O lance que definiu o título, o gol do Flamengo, teve como pano de fundo decisões táticas que se mostraram questionáveis. A opção por Bruno Fuchs na zaga titular, preterindo o argentino Aníbal Moreno, um jogador de maior regularidade, foi um ponto nevrálgico. No momento crucial da cobrança de escanteio, Fuchs limitou-se a acompanhar a ascensão de Danilo, que, sem oposição, cabeceou para o fundo das redes e sacramentou a conquista do adversário.

Adicionalmente, a manutenção de Khellven na lateral direita, apesar de uma sequência de atuações irregulares na reta final da temporada, também pesou. O defensor teve participação direta na sequência que gerou o gol flamenguista: sua incapacidade de evitar a saída da bola em escanteio criou a oportunidade fatal para o adversário. Tais escolhas, infelizmente, contribuíram para a vulnerabilidade defensiva no instante mais crítico da partida.

As Apostas de Abel e o Preço da Decisão

Para além das escolhas individuais, o desempenho coletivo do Palmeiras revelou uma preocupante ausência de poderio ofensivo. Jogadores como Flaco López e Vitor Roque, que em outros momentos foram cruciais para as viradas de chave da equipe, estiveram praticamente isolados, sem o devido suporte para criar oportunidades.

O Alviverde encerrou a partida sem sequer registrar um chute a gol, um dado estarrecedor para uma final continental. Em 90 minutos, foram apenas cinco finalizações no total, nenhuma delas com a direção da meta defendida por Rossi. A inabilidade de levar perigo real ao adversário foi uma constante, persistindo inclusive antes que o Flamengo obtivesse a vantagem no placar, evidenciando uma equipe sem soluções criativas.

Para contextualizar a anêmica produção ofensiva da equipe, os números falam por si:

A Estéril Ofensiva Alviverde na Final

As peças que vieram do banco de reservas tampouco conseguiram reverter o cenário. Maurício, Giay, Sosa, Facundo Torres e Felipe Anderson foram acionados, mas o Palmeiras já se encontrava em um estado de desespero após a desvantagem no placar. A situação de Felipe Anderson , que ingressou na partida e foi substituído após apenas 15 minutos em campo, é um símbolo da falta de um plano B eficaz ou da dificuldade de adaptação da equipe às adversidades.

Banco de Reservas: Sem Respostas Urgentes

Com a derrota na final da Libertadores, o ano do Palmeiras caminha para um desfecho sem grandes conquistas, um cenário de profunda frustração para seus torcedores. A temporada foi pontuada por uma série de desapontamentos, que se iniciaram com a perda do Campeonato Paulista para o Corinthians, em uma dolorosa derrota no Allianz Parque.

A eliminação nas oitavas de final da competição continental, com reveses nos dois confrontos, somada ao notável "derretimento" na reta final do Campeonato Brasileiro, pinta um quadro de um ciclo que, apesar das expectativas, não conseguiu materializar o sucesso esperado. A Copa Libertadores perdida é, portanto, o ápice de uma trajetória recente marcada por reveses e a ausência de um título de peso.

Um Ano de Frustrações e o Peso do Vazio