Palmeiras: Conselheiro Vitalício Enfrenta Julgamento por Assédio a Menores no Clube

Um episódio de inegável gravidade está prestes a escrever um capítulo inédito na trajetória do Palmeiras. Na próxima segunda-feira, o Conselho Deliberativo do clube alviverde se reunirá para uma votação crucial, que definirá o futuro de Celso Bellini, um de seus conselheiros vitalícios. Este encontro não é rotineiro; ele se debruçará sobre um relatório contundente, elaborado por uma comissão de sindicância, que recomenda o afastamento de Bellini por um período de um ano. A razão para tal medida é a acusação de assédio sexual envolvendo menores de idade nas dependências da sede social do clube, um assunto que exige a máxima seriedade e transparência.

A situação que levou a este julgamento sem precedentes é o resultado de uma denúncia formalizada no segundo semestre do ano anterior. As alegações apontam para um incidente de assédio sexual que teria vitimado um grupo de cinco jovens do sexo feminino. A repercussão interna foi imediata, levando à instauração de um processo investigativo rigoroso para apurar os fatos e garantir a integridade dos associados, especialmente os mais vulneráveis.

Detalhes Perturbadores da Acusação

De acordo com os relatos que fundamentam a denúncia, o conselheiro em questão teria abordado um grupo de sete jovens ? cinco meninas e dois meninos ? no interior de um elevador, localizado na sede social do Palmeiras . Foi nesse contexto que o assédio verbal se manifestou, com o conselheiro proferindo a seguinte frase às jovens: "elas bem que poderiam fazer uma brincadeirinha". A natureza explícita e desrespeitosa da fala gerou um mal-estar profundo e deflagrou a imediata ação por parte das vítimas ou seus responsáveis.

A resposta da gestão do clube foi rápida e decisiva. Em setembro do ano passado, a presidente Leila Pereira agiu prontamente, determinando o afastamento preventivo de Celso Bellini por um prazo de noventa dias. Paralelamente a essa medida cautelar, a mandatária foi a responsável por instituir a comissão de sindicância, conferindo-lhe a responsabilidade de conduzir uma apuração detalhada e imparcial sobre o teor da denúncia.

Foto: (Fabio Menotti)

O Rigor da Investigação Interna

Ao longo dos últimos meses, a comissão de sindicância dedicou-se à meticulosa tarefa de coletar depoimentos e analisar evidências. O trabalho diligente resultou na compilação de um corpo probatório que, segundo os investigadores, corrobora a veracidade das acusações. Com base nas conclusões da sindicância, foi formalmente recomendado que o conselheiro Celso Bellini seja proibido de frequentar as instalações do clube social do Palmeiras pelo período de um ano, em face da conduta inapropriada e gravemente lesiva à imagem e ao ambiente do clube.

A votação, que definirá o desfecho deste complexo caso, está agendada para a próxima segunda-feira. Este evento representa um marco inédito nos anais do Palmeiras : é a primeira ocasião em que um conselheiro do clube é levado a julgamento por uma conduta inadequada e ofensiva praticada contra uma associada do gênero feminino. A decisão do Conselho Deliberativo, portanto, não apenas impactará o futuro do conselheiro, mas também estabelecerá um precedente significativo para a política de conduta e segurança dentro da instituição.

Consequências e Precedentes Históricos

Caso a maioria dos integrantes do Conselho Deliberativo opte por acatar a recomendação da comissão de sindicância e votar favoravelmente ao afastamento, Celso Bellini será imediatamente impedido de acessar as dependências do clube. Esta medida sublinha a seriedade com que a diretoria e o conselho do Palmeiras encaram as acusações de assédio, reafirmando o compromisso da instituição com a proteção de seus associados e a manutenção de um ambiente seguro e respeitoso para todos.