Palmeiras: Conselheiros Unem Forças por Cobrança a Abel Ferreira e Leila

As manifestações de descontentamento direcionadas a Abel Ferreira transcenderam as arquibancadas do Allianz Parque, após a recente eliminação do Palmeiras em seu próprio estádio, diante do seu maior rival. Nos corredores internos do clube, uma rara convergência de interesses se materializou: conselheiros tanto da oposição quanto da situação uniram-se em prol de uma demanda por maior rigor e cobrança de Leila Pereira em relação ao trabalho de Abel. Uma compreensão compartilhada permeia ambos os grupos: a percepção de que Abel Ferreira tem sido alvo de pouca exigência por parte da presidente Leila, especialmente considerando o vultoso investimento que ultrapassa os R$ 500 milhões em novas aquisições e a qualidade do futebol apresentado nesta temporada, que tem deixado a desejar.

Esta recente união de facções opostas do Conselho, motivada pela insatisfação com a postura da presidente, não é um evento isolado. No mês anterior, uma situação análoga ocorreu quando a informação de que um grupo de conselheiros articulava uma alteração no estatuto do clube, visando permitir um terceiro mandato para Leila Pereira, também gerou um alinhamento incomum. Naquela ocasião, nem mesmo todos os aliados tradicionais da presidente demonstraram concordância com tal movimento. Atualmente, a oposição, ciente de sua representatividade limitada ? pouco mais de 30 nomes em um universo de 300 conselheiros ? aguarda um posicionamento mais incisivo por parte da situação, na esperança de uma mudança na conduta de Leila, embora reconheça a complexidade do cenário.

O Descontentamento Cresce nos Bastidores Alviverdes

O movimento de desaprovação em relação a Abel Ferreira começou a ganhar corpo no final do ano anterior, impulsionado pelas eliminações precoces em competições de copa e por um encerramento de temporada que não atendeu às expectativas. Após a recente derrota para o Corinthians, que culminou na eliminação do time, parte da torcida tentou abafar as manifestações de repúdio ao treinador, mas tornou-se inegável que o coro de insatisfação se amplificou consideravelmente.

As declarações de Abel e Anderson Barros à imprensa, após a partida decisiva, também foram recebidas com ressalvas por alguns membros do Conselho. Abel reiterou publicamente que, antes de sua chegada, o Palmeiras era um time "desorganizado e sem rumo", enquanto Anderson Barros, por sua vez, corroborou a intenção da diretoria de renovar o vínculo com o treinador português. O entendimento predominante entre os críticos internos é que Abel desfruta de uma "carta branca" para tomar qualquer decisão, sem ser devidamente cobrado por Leila Pereira e Anderson Barros. Em contrapartida, a direção do clube defende que ninguém se cobra mais por resultados do que eles próprios e os jogadores, no dia a dia da instituição.

A Autonomia de Abel Sob Escrutínio Interno

O Palmeiras está agendado para retornar aos gramados no próximo domingo, às 16h (horário de Brasília), em confronto contra o Ceará, no Allianz Parque, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro.