Palmeiras: De Escárnio a Bicampeão da Libertadores em Tempo Recorde

A cena, inesquecível para a legião alviverde, desenrolou-se no Maracanã. Em um embate tenso contra o Santos, o Palmeiras assegurou uma vitória por 1 a 0, um triunfo que o coroou bicampeão da Conmebol Libertadores. Esse feito, celebrado com euforia, representava a culminação de uma jornada notável, ocorrida menos de sete anos após um dos momentos mais delicados da história recente do clube.

Para compreender a magnitude dessa conquista, é preciso revisitar um episódio de 29 de abril de 2014, um marco de profunda humilhação. Naquela ocasião, o então presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, orquestrou uma coletiva de imprensa controversa após a aquisição do atacante Alan Kardec, então jogador do Palmeiras . A movimentação gerou indignação por parte do dirigente palmeirense, Paulo Nobre, que expressou seu descontentamento publicamente.

Em um gesto provocativo, Aidar consumiu bananas durante a coletiva no Morumbi, um ato que, embora associado a uma campanha antirracismo da época, foi interpretado como uma ironia ao rival. Ele então afirmou que Nobre estaria "chorando" devido a um "passa-moleque" sofrido, antes de proferir uma declaração que ecoaria por anos, tornando-se um símbolo daquele período:

Demonstra o atual tamanho da Sociedade Esportiva Palmeiras, que ano a ano se apequena com demonstrações dessa natureza.

A Travessia do Deserto: Da Provocação à Resiliência

Entre aquele ato de escárnio de Aidar e o cabeceio decisivo de Breno Lopes, que garantiu o bicampeonato, reside uma complexa tapeçaria de eventos. Sete anos que testemunharam uma transformação profunda, uma reestruturação que catapultou o clube de um patamar de evidente vulnerabilidade para o topo do continente. Essa trajetória não foi apenas uma série de resultados, mas a consolidação de uma mentalidade vencedora e uma gestão estratégica que soube reverter um prognóstico sombrio.