Palmeiras e Flamengo: Maratona Recorde Antes da Final da Libertadores 2025

A iminente decisão da Copa Libertadores entre Palmeiras e Flamengo transcende a mera disputa por um título; ela se configura como o ápice de um desafio físico e mental sem precedentes. Ambas as equipes não atingem seu patamar ideal de performance na temporada de 2025, um reflexo direto do esgotamento físico de seus atletas. Os clubes protagonizam a mais extensa maratona já enfrentada por finalistas continentais no século XXI.

Nesta reta final da temporada, ambos os gigantes brasileiros atravessaram períodos de notável dificuldade. As interrupções para as Datas Fifa, em outubro e novembro, impuseram um desgaste adicional aos elencos considerados os mais qualificados do país, afetando a regularidade e a intensidade de jogo.

O Palmeiras , por exemplo, não conseguiu registrar uma vitória em seus quatro compromissos mais recentes, enquanto o Flamengo, apesar de uma sequência mais consistente no Campeonato Brasileiro, também demonstrou inconstância. A derrota por 2 a 1 para o Fluminense, em um clássico crucial, exemplifica essa vulnerabilidade rubro-negra; uma vitória naquele embate poderia ter catapultado o Alviverde à liderança do certame nacional.

A alta densidade de jogos na temporada, combinada com os compromissos internacionais, pode ser a principal justificativa para essa oscilação no nível técnico e para o evidente esgotamento físico dos jogadores. A última Data Fifa, inclusive, resultou em quase quinze desfalques combinados entre os dois finalistas, evidenciando o custo da intensidade do calendário.

O Custo do Calendário: A Maratona de Jogos dos Finalistas

Antes do confronto decisivo da Libertadores, Flamengo e Palmeiras acumularam um total impressionante de 145 partidas. O Verdão registrou 73 jogos, enquanto o Rubro-Negro carioca disputou 72. Este montante representa o maior número de jogos combinados já disputado por finalistas de uma competição continental no século atual, estabelecendo um novo recorde.

Esse volume de partidas supera marcas anteriores, como a registrada por Atlético-MG e Botafogo em 2024, que somaram 140 jogos antes de sua decisão, vencida pela equipe carioca. A predominância de finais envolvendo equipes brasileiras neste cenário de alta demanda de jogos não é mera coincidência; ela se deve, em grande parte, à singularidade do calendário da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que se distingue acentuadamente de outros calendários sul-americanos. Em contraste, a final entre Boca Juniors e River Plate, por exemplo, registrou o menor número de jogos até a decisão, com um total de 90 partidas, 45 para cada.

Análise Comparativa: Jogos Acumulados Antes da Final da Libertadores

Para contextualizar a dimensão do desafio enfrentado por Flamengo e Palmeiras , apresentamos uma comparação dos jogos acumulados por diferentes finalistas:

A Evolução do Formato da Libertadores e a Contagem dos Jogos

Desde 2001, a Copa Libertadores adota um formato padronizado, com fase de grupos seguida por mata-mata. Contudo, até 2016, o torneio era concluído antes do término do primeiro semestre, o que naturalmente resultava em um número menor de partidas acumuladas pelos finalistas antes da decisão. A partir de 2017, com a mudança para a final em jogo único, o cenário começou a se alterar.

O levantamento que embasa essa análise considerou os jogos disputados pelos times finalistas entre os anos de 2017 e 2025. É fundamental destacar que o critério adotado contabilizou todas as partidas até a data da decisão. Nos anos de 2017 e 2018, quando a final da Libertadores ainda era disputada em formato de ida e volta, o número de partidas foi computado até o segundo e decisivo duelo.

Adicionalmente, as temporadas de 2020 e 2021, profundamente afetadas pela pandemia, estenderam-se excepcionalmente até janeiro do ano subsequente. Para esses casos específicos, foram contabilizados os jogos disputados dentro da respectiva temporada esportiva, e não apenas no ano civil, garantindo a precisão dos dados frente às circunstâncias atípicas.