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Palmeiras e Santos: O Que Os Números Chocantes Revelam Pós-Libertadores
Por Redação FutVerdão em 14/11/2025 14:31
O cenário para o clássico de sábado (15) na Vila Belmiro entre Santos e Palmeiras não poderia ser mais contrastante. Enquanto o Alvinegro Praiano se empenha desesperadamente para evitar um inédito segundo rebaixamento em um curto período de três anos, o Verdão segue firme na corrida pela liderança do Campeonato Brasileiro, com a mente já voltada para mais uma final de Copa Libertadores no final do mês. Essa dicotomia atual torna quase inimaginável que, há apenas quatro anos, essas mesmas agremiações disputavam o título mais cobiçado do continente, a Libertadores de 2020, cuja decisão ocorreu em 2021 devido à pandemia.
A discrepância notável entre os dois gigantes do futebol paulista não é fruto do acaso. Uma análise aprofundada de indicadores-chave ao longo dos últimos cinco anos revela as raízes desse distanciamento. Em 2020, as trajetórias de Santos e Palmeiras exibiam uma proximidade notável; hoje, contudo, um fosso considerável os separa, com cada um navegando em realidades financeiras e esportivas diametralmente opostas.
O Crescente Descompasso Financeiro e Esportivo
Para ilustrar a magnitude dessa disparidade, examinamos três pilares fundamentais: a receita gerada pela venda de atletas formados em suas categorias de base, o engajamento de suas torcidas através dos programas de sócio-torcedor e o valor de mercado de seus respectivos elencos. Juntos, esses elementos delineiam a trajetória divergente que levou o Palmeiras a uma posição de destaque e o Santos a uma luta pela sobrevivência na elite.
A tabela a seguir sintetiza a evolução desses indicadores nos últimos anos, evidenciando o abismo que se formou entre os clubes desde a memorável final continental:
| Indicador | Santos (2020/2021) | Palmeiras (2020/2021) | Santos (Atual/Total 2020-2025) | Palmeiras (Atual/Total 2020-2025) | Diferença (Palmeiras - Santos) |
|---|---|---|---|---|---|
| Arrecadação Base (2020-2025) | R$ 57 milhões (2020/2021) | R$ 45 milhões (2020/2021) | R$ 551 milhões | R$ 1,3 bilhão | R$ 749 milhões |
| Sócios Adimplentes (Fev 2020) | 29 mil | 70 mil | 67 mil | 184 mil | 76 mil (ganho a mais) |
| Valor de Mercado Elenco (Final Libertadores 2020) | R$ 248 milhões | R$ 539 milhões | R$ 507 milhões (Atual) | R$ 1,3 bilhão (Atual) | R$ 793 milhões (Atual) |
A Força da Base Alviverde e a Divergência de Receitas
No que tange à arrecadação com a formação e venda de jogadores, Santos e Palmeiras apresentavam números relativamente próximos em 2020 e 2021, com o Peixe acumulando R$ 57 milhões em vendas, contra R$ 45 milhões do Alviverde. Contudo, nos anos subsequentes, a academia palmeirense experimentou uma ascensão meteórica, enquanto a base santista demonstrou uma produção mais inconstante. O resultado é estarrecedor: entre 2020 e 2025, o Palmeiras projetou uma arrecadação de R$ 1,3 bilhão com a venda de seus jovens talentos, ao passo que o Santos obteve R$ 551 milhões. Essa diferença colossal de R$ 749 milhões evidencia a capacidade do Palmeiras em capitalizar sobre seus ativos mais valiosos.
Engajamento da Torcida: O Salto do Sócio Avanti
A performance dos programas de sócio-torcedor também ilustra a distância crescente. Em fevereiro de 2020, antes da eclosão da pandemia, o Santos contava com 29 mil sócios adimplentes, enquanto o Palmeiras registrava 70 mil. Desde então, o programa santista expandiu, alcançando 67 mil associados. No entanto, o programa alviverde explodiu, saltando para 184 mil membros adimplentes. Em termos absolutos, o Palmeiras atraiu 76 mil torcedores a mais para seu programa de sócios desde 2020, solidificando uma base de apoio e receita que poucos clubes brasileiros conseguem replicar.
Valor de Mercado: A Escalada do Elenco Verde
A qualidade dos elencos, quando se enfrentaram no Maracanã, exibia uma diferença significativamente menor do que a atual. Àquela época, o time palmeirense, que sagrou-se campeão com o gol decisivo de Breno Lopes, era avaliado em R$ 539 milhões. O Santos, vice-campeão, possuía um valor de mercado de R$ 248 milhões, uma diferença de R$ 291 milhões. Cinco anos após aquela final, a disparidade é avassaladora: o elenco do Palmeiras é estimado em R$ 1,3 bilhão, enquanto o do Santos gira em torno de R$ 507 milhões. Isso significa que o Verdão entrará em campo na Vila Belmiro com um plantel R$ 793 milhões mais valioso que o de seu tradicional rival.
Os números apresentados não apenas contam uma história de sucesso para um e de desafios para o outro, mas também explicam a realidade atual de cada clube. O Palmeiras , com uma gestão robusta e investimentos estratégicos, consolidou-se como uma potência financeira e esportiva. O Santos, por outro lado, enfrenta as consequências de uma gestão menos eficiente e da dificuldade em manter o ritmo de seus pares, resultando em uma luta contínua pela manutenção de sua história na elite do futebol nacional. O clássico de sábado será, portanto, mais do que um jogo; será um reflexo palpável dessa profunda transformação.
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