Palmeiras: Gramado do Allianz Parque Muda em 2026 - Consequências e Debate Nacional

O Allianz Parque, palco de inúmeras glórias alviverdes, prepara-se para uma transformação significativa. A WTorre e o Palmeiras oficializaram o cronograma para a substituição completa do gramado da arena. Este processo, que se inicia ainda neste ano, projeta o retorno do time para atuar em seus domínios apenas no final de fevereiro de 2026, com a Arena Barueri servindo como casa provisória para o início das temporadas do Campeonato Paulista e do Brasileirão.

A decisão, que envolve um investimento estimado em R$ 10 milhões, visa aprimorar as condições de jogo, mantendo a característica sintética do piso. A intervenção é fruto de uma colaboração entre o clube, a construtora e a Soccer Grass, empresa responsável pela instalação e manutenção do campo desde sua inauguração em 2020. A complexidade do projeto desdobra-se em sete etapas distintas, cuidadosamente planejadas para garantir a excelência do novo tapete verde.

O Rigoroso Cronograma da Substituição

A renovação do gramado do Allianz Parque é um empreendimento meticuloso, dividido em fases estratégicas para minimizar o impacto no calendário do clube e da arena. A primeira fase, programada para o fim deste mês, consiste na remoção da cortiça e da areia que compõem a base atual do campo. Após esta etapa inicial, os trabalhos serão temporariamente suspensos para acomodar eventos previamente agendados no estádio.

Com a virada do ano, em 2026, as atividades serão retomadas com intensidade. O planejamento detalha a abertura dos ramais de drenagem, a retirada de quaisquer resíduos de preenchimento, a regularização e compactação da camada de pedrisco, e a instalação dos rolos choque pad, essenciais para a absorção de impacto. A fase final envolverá a aplicação dos novos tapetes sintéticos, a distribuição da areia e, por fim, a demarcação precisa do campo de jogo. A expectativa é que, ao término deste processo, o gramado recupere integralmente suas qualidades técnicas e funcionais.

A seguir, detalhamos as etapas da substituição do gramado:

Etapa	Descrição	Período Previsto
1	Remoção da cortiça e da areia	Até o fim do mês (atual)
2	Paralisação para eventos agendados	Após Etapa 1
3	Abertura dos ramais de drenagem	Início de 2026
4	Retirada de resíduos e regularização da camada de pedrisco	Início de 2026
5	Abertura dos rolos choque pad (camada de absorção)	Início de 2026
6	Instalação dos tapetes sintéticos	Início de 2026
7	Distribuição de areia e demarcação do campo	Início de 2026

A Razão da Mudança e a Visão do Palmeiras

A necessidade de troca surgiu em meados do ano, quando análises conjuntas entre Palmeiras , WTorre e Soccer Grass revelaram que o gramado havia perdido parte de sua "memória", uma característica crucial que permite às fibras retornarem à posição vertical após serem submetidas a peso. Essa degradação não passou despercebida, gerando inclusive críticas abertas por parte do técnico Abel Ferreira, que reiteradamente apontou problemas nas condições do piso.

A avaliação consensual é de que esta intervenção devolverá ao campo suas condições ideais, garantindo a performance esperada para o futebol de alto nível. Em comunicado oficial, o clube reforçou seu compromisso com a qualidade:

"O gramado do Allianz Parque conta com a aprovação da Fifa, entidade máxima do futebol, desde a sua implementação. A troca do piso atende ao compromisso do Palmeiras e da WTorre de proporcionar um campo em perfeitas condições para a disputa de jogos de alto nível, sempre priorizando a integridade física e a saúde dos atletas"

, declarou o Palmeiras, sublinhando a importância da integridade física dos atletas.

O Epicentro da Polêmica: Gramado Sintético em Debate Nacional

A decisão de reformar o gramado do Allianz Parque, embora planejada há meses, ganha um contorno ainda mais relevante em meio a um acalorado debate nacional sobre a utilização de pisos sintéticos no futebol brasileiro. Este embate atinge seu ápice em uma notável discórdia com o Flamengo, um dos principais rivais do Palmeiras nas competições domésticas e continentais.

Recentemente, o clube carioca protocolou junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) uma proposta para a padronização dos gramados no país, com a explícita sugestão de banir os pisos sintéticos, como o do Allianz Parque. A presidente do Palmeiras , Leila Pereira, reagiu prontamente, emitindo uma nota oficial que classificava os argumentos flamenguistas como "fake news" e clamando por um debate isento de clubismo sobre o tema.

O cenário se intensificou durante o Conselho Técnico da Série A, realizado no Rio de Janeiro. Dirigentes de parte significativa dos clubes da elite do futebol nacional solicitaram à CBF a suspensão da homologação de novos gramados sintéticos, pleiteando a realização de um estudo aprofundado antes de qualquer determinação definitiva. A discussão levantou a possibilidade de um veto futuro, com a imposição de uma transição obrigatória para campos naturais, embora, até o momento, não haja qualquer sinalização de que tal medida será adotada.

Em clara minoria, cinco clubes, incluindo o Palmeiras , manifestaram-se veementemente a favor da manutenção dos gramados sintéticos. Em sua defesa, argumentaram que

"um gramado sintético de alta performance supera, em diversos aspectos, os campos naturais em más condições presentes em parte significativa dos estádios do país"

. A CBF, por sua vez, indicou que o tema será novamente pautado em fevereiro ou março, em um novo encontro com os clubes, e que, em virtude da discussão em curso, não se espera que qualquer equipe pleiteie mudanças em seus estádios antes dessa nova reunião.