Palmeiras: Investigação Mansur Abala Cúpula e Levanta Questões Legais

A sombra de uma grave investigação paira sobre o Palmeiras, envolvendo um de seus membros mais influentes. João Carlos Mansur, empresário de destaque e fundador da REAG Investimentos, encontra-se sob escrutínio da Polícia Federal. Ele é um dos alvos da Operação Carbono Oculto, que apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro ligado à facção criminosa PCC. Diante da delicadeza do cenário, a pergunta sobre uma eventual suspensão de Mansur do Conselho de Orientação e Fiscalização (COF) e do Conselho Deliberativo (CD) do clube recebeu uma resposta que ecoa o temor de muitos:

"Ninguém quer mexer com o PCC."

A relevância de Mansur no cenário alviverde é inegável. Ele foi o conselheiro mais votado na última eleição do COF, contando com o respaldo da atual gestão. Sua filiação à União Verde e Branca (UVB), grupo liderado por José Roberto Lammachia ? membro do Conselho Deliberativo e esposo da presidente Leila Pereira ? solidifica sua posição. Mesmo com conexões profissionais que abrangem outros clubes, SAFs e arenas, Mansur obteve um posto de destaque, conferindo-lhe acesso a informações sensíveis, como a gestão de fundos e documentos confidenciais do Palmeiras .

A apuração jornalística revelou um consenso entre diversos conselheiros palmeirenses consultados sobre o tema. Embora haja uma preocupação latente em relação à natureza da acusação, a maioria adota uma postura de aguardar os próximos passos da investigação antes de qualquer deliberação interna.

O Dilema do Conselho Alviverde: Entre a Cautela e a Exposição

Diante do cenário complexo, o presidente do COF, Carlos Degon, manifestou-se por meio de uma nota oficial à reportagem. Sua declaração reflete a linha de ação predominante:

"Eu não recebi nenhum pedido de conselheiros ou cofistas para retirada do João Carlos Falbo Mansur do órgão, até porque não acho justo punir uma pessoa sem nenhum tipo de sentença. Precisamos esperar o desenrolar de todo processo fora do clube para tomar qualquer tipo de decisão internamente. Esse é meu modo de pensar."

Paralelamente, informações obtidas indicam que a diretoria do clube tem como prioridade a prevenção de litígios. A avaliação interna é que um afastamento sumário de Mansur, seguido por uma eventual absolvição, poderia acarretar em um ônus financeiro significativo para o Palmeiras , na forma de indenização. Dessa forma, a manutenção do conselheiro em sua função, neste estágio, é interpretada pela gestão como uma medida pautada estritamente em fundamentos jurídicos.

A Postura da Diretoria: Legalidade Acima de Tudo?

Até o momento da veiculação desta matéria, as tentativas de contato com João Carlos Mansur para obter um posicionamento sobre as acusações não resultaram em resposta.