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Palmeiras Joga em Casa na Flórida: Torcida do Inter Miami Boicota Partida por Ingressos
Por Redação FutVerdão em 20/06/2025 05:51
De Miami, a cena que se desenha para o próximo confronto do Mundial de Clubes é, no mínimo, peculiar. O Palmeiras, uma das potências brasileiras, está prestes a desfrutar de uma atmosfera de "jogo em casa" mesmo atuando no território do Inter Miami, na Flórida. Este cenário inusitado é fruto de um profundo descontentamento por parte da torcida organizada do clube anfitrião, que decidiu promover um boicote em protesto contra a diretoria.
Palmeiras e o Efeito "Casa" em Solo Americano
A expectativa aponta para uma repetição de um cenário já presenciado em outras ocasiões: uma maioria avassaladora de torcedores palmeirenses. A vibrante torcida brasileira, já reconhecida nos Estados Unidos por seu fervor contagiante, está posicionada para criar uma atmosfera que remeta ao Allianz Parque, como já ocorreu em jogos anteriores no MetLife, em Nova York. Mesmo atuando na Flórida, no que seria o território do Inter Miami, a presença e o entusiasmo dos palmeirenses prometem ser avassaladores, transformando o Hard Rock Stadium em um reduto alviverde.
A Insatisfação da Torcida do Inter Miami: Boicote à Vista
A base de fãs do Inter Miami, predominantemente formada por imigrantes, muitos deles de origem argentina, expressa um profundo descontentamento com a postura da diretoria do clube. A controvérsia central reside na recusa em destinar cotas de ingressos para a Copa do Mundo de Clubes. Em resposta, o grupo organizado decidiu boicotar o próximo confronto de segunda-feira. Embora os membros individuais estejam livres para comparecer, a ausência de instrumentos musicais, faixas e uniformes sinaliza uma manifestação silenciosa de protesto, que já se fez notar na abertura do torneio contra o Al Ahly, onde a presença de torcedores egípcios se equiparou à dos locais.
A Cultura das "Barras" e o Impasse dos Ingressos
A torcida organizada do Inter Miami, que se autodenomina "la barra", emulando o modelo argentino de torcidas uniformizadas, busca um reconhecimento e apoio financeiro que consideram inerente a essa cultura. A essência do movimento é articulada pelo líder conhecido como JC, que declara: "Nos ofereceram apenas setenta ingressos e somos perto de mil pessoas. Ou vamos todos ou não vai ninguém. Quem quiser ir, que entre sozinho." Esta intransigência sublinha a natureza coletiva da demanda e a recusa em aceitar uma cota que consideram ínfima diante do volume de seus membros.
Agustina, uma torcedora que reside em Miami e é natural de Tucumán, divide sua paixão entre o Boca Juniors e o Inter Miami, além de atuar como voluntária da FIFA e integrar a "Barra" do clube local. Ela lamentou, na manhã do jogo de abertura, o contraste entre a generosidade da diretoria do Boca, que oferece bilhetes, e a política do Inter Miami, que exige 300 dólares por entrada. A resposta dos torcedores é categórica: "Não vamos!". Eles relatam que o Inter Miami tentou negociar, solicitando que a torcida levasse faixas, instrumentos e promovesse um ambiente de incentivo vocal. Contudo, o número de bilhetes oferecidos foi considerado irrisório, levando à rejeição da proposta. Agustina reitera: "Neste momento, não vamos", embora admita: "Estamos negociando". A ponte para essas negociações é JC, o líder do movimento, que tenta convencer a diretoria a liberar mais do que os setenta bilhetes propostos.
Inter Miami: Identidade, Estrelas e a Conexão Argentina
Fundado em 2018, com a co-propriedade do ex-jogador inglês David Beckham, o Inter Miami, apesar de suas raízes britânicas, consolidou uma forte conexão com a cultura futebolística argentina. A chegada de Lionel Messi em 2023, aliada à vasta comunidade argentina na Flórida e às contratações estratégicas de figuras como os espanhóis Alba e Busquets, o uruguaio Luis Suárez e o goleiro argentino Ustari, campeão mundial sub-20 em 2005, solidificou essa ligação. A prática de financiar ingressos para as "barras" ? as torcidas organizadas ? é um pilar da cultura futebolística argentina, e é exatamente a ausência dessa prática que gera o descontentamento dos torcedores locais. Consequentemente, a expectativa é de que o Hard Rock Stadium novamente não conte com a presença organizada da torcida do Inter Miami no confronto contra o Palmeiras , reforçando a sensação de que o time brasileiro jogará em casa.
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