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Palmeiras na Final da Libertadores: Análise da Vitória Épica Contra LDU

Por Redação FutVerdão em 30/10/2025 23:46

O Palmeiras, desafiando todas as projeções e paradigmas da semifinal da Libertadores, consumou uma virada de roteiro que poucos ousariam prever. O clube paulista não apenas superou uma desvantagem inédita para esta etapa do torneio continental, mas também garantiu sua presença na sétima decisão da "Glória Eterna", um feito que nem mesmo sua própria história ou a da LDU haviam testemunhado. A máxima proferida pelo técnico Abel Ferreira após o revés em Quito ? "90 minutos são de fato ''muito tempo'' dentro do Allianz Parque" ? revelou-se uma premonição tática, e não um mero clichê motivacional.

A concretização dessa vitória avassaladora, selada por um placar de 4 a 0 no tempo regulamentar, foi o resultado de um meticuloso planejamento e de um esforço coletivo notável, distanciando-se de qualquer insinuação de "pactos" ou meras casualidades. As intervenções estratégicas de Abel, notadamente as inclusões de Allan e Ramon Sosa no onze inicial, foram cruciais para a superioridade alviverde. Adicionalmente, a entrada de Raphael Veiga, que vinha oscilando em sua performance na temporada, foi um golpe de mestre, com o meio-campista emergindo do banco para balançar as redes em duas ocasiões decisivas.

A Estratégia de Abel: Modificações Decisivas no Onze Inicial

Para o confronto decisivo, Abel Ferreira delineou uma formação tática que visava intensificar a capacidade ofensiva de sua equipe. Allan foi posicionado na ala direita, enquanto Ramon Sosa ocupou o flanco esquerdo do ataque, conferindo maior profundidade e agressividade ao esquema. No setor defensivo, Bruno Fuchs foi escalado para compor a linha de três zagueiros ao lado de Gustavo Gómez e Murilo, uma escolha estratégica para a solidez do setor. Jogadores como Khellven, Giay, Felipe Anderson, Aníbal Moreno e Emiliano Martinez aguardavam sua oportunidade no banco de reservas.

Do lado equatoriano, Tiago Nunes também efetuou modificações. José Cuero assumiu a posição de ala-esquerdo, uma opção mais cautelosa em comparação com o desfalque Bryan Ramirez. No meio-campo, Cornejo retornou à titularidade, enviando Minda para o banco. Richard Mina manteve-se na zaga, e Allala iniciou a partida entre os suplentes. As escalações iniciais refletiam as intenções táticas de ambos os treinadores para o embate crucial:

Posição Palmeiras (Titulares mencionados) LDU Quito (Titulares mencionados)
Goleiro Carlos Miguel Dominguez
Defesa Bruno Fuchs, Gustavo Gómez, Murilo, Piquerez Richard Mina, Adé, Leonel Quiñónez
Meio-campo Andreas Pereira, Allan (direita), Ramon Sosa (esquerda) Gruezo, Villamil, Cornejo, Quintero, José Cuero
Ataque Maurício, Flaco López, Vitor Roque Alzugaray, Medina
Reservas Notáveis Palmeiras LDU Quito
Khellven, Giay, Felipe Anderson, Aníbal Moreno, Emiliano Martinez, Raphael Veiga Minda, Allala, Pastrán, Estrada, Alvarado, De la Cruz

A Imposição Tática e a Marcação Sufocante

Desde o apito inicial, o Palmeiras adotou uma postura proativa, exercendo uma pressão incessante que desestabilizou a LDU. A agressividade com a posse de bola foi complementada por um sistema de marcação individual implacável, que neutralizou qualquer tentativa dos equatorianos de construir jogadas a partir de trocas de passes. As designações eram precisas: Vitor Roque confrontava Mina, Flaco López travava duelos com Adé, e Maurício se encarregava de Leonel Quiñónez. Pelas laterais, Ramon Sosa e Allan monitoravam Quintero e Cuero, respectivamente, enquanto Andreas Pereira seguia de perto Gruezo. Na defesa, Bruno Fuchs avançava de sua posição para pressionar Villamil, Piquerez acompanhava Cornejo, Murilo marcava Alzugaray, e Gustavo Gómez cuidava de Medina. Essa cobertura total forçou o experiente goleiro Dominguez a recorrer a lançamentos longos, que invariavelmente eram interceptados pela defesa alviverde, permitindo ao Palmeiras retomar o controle da posse e acelerar o ritmo ofensivo.

No aspecto ofensivo, a estrutura montada por Abel Ferreira era clara. Allan e Ramon Sosa eram os responsáveis por dar amplitude, explorando os flancos. No centro, Maurício , Flaco López e Vitor Roque exerciam pressão constante sobre a última linha defensiva da LDU, forçando-a a recuar. Piquerez , vindo de trás, atuava como um elemento surpresa, oferecendo apoio a Sosa pela esquerda e buscando infiltrações entre Quintero e Mina. Andreas Pereira, por sua vez, orquestrava as ações pelo meio, distribuindo passes e ditando o ritmo do jogo. A solidez defensiva era garantida pelo trio Fuchs, Gómez e Murilo , que não só iniciava as jogadas, mas também realizava o "balanço defensivo". Apesar de uma certa e compreensível ansiedade na finalização, o volume de oportunidades criadas e os perigos constantes impostos à meta da LDU eram evidentes.

Gols e a Consagração da Superioridade Alviverde

A performance de Allan foi particularmente desequilibrante, com o jogador vencendo todos os confrontos diretos contra Cuero pela direita do ataque palmeirense. Sua atuação culminou na construção de diversas jogadas perigosas, incluindo a que originou o primeiro gol da equipe: Ramon Sosa, em uma infiltração precisa nas costas de Adé, desviou de cabeça um cruzamento milimétrico do talentoso canhoto. Allan ainda seria o protagonista de outra oportunidade clara, em um contra-ataque orquestrado pelo centro, que, contudo, foi desperdiçado por Vitor Roque em uma decisão equivocada. A movimentação incessante de Flaco López , Maurício e do próprio Vitor Roque na área adversária foi fundamental para as finalizações de inúmeros cruzamentos e para as associações em passes curtos. Piquerez também se destacou, contribuindo significativamente para o volume de arremates. A LDU, por sua vez, teve apenas lampejos de respiro, sem conseguir ameaçar o gol defendido por Carlos Miguel.

O domínio palmeirense na primeira etapa foi traduzido em impressionantes 19 finalizações ao longo de quase 50 minutos. Nos instantes finais antes do intervalo, o Verdão ampliou a vantagem. Após uma cobrança de falta curta na intermediária, Ramon Sosa levantou a bola na área. Vitor Roque escorou de cabeça, a jogada encontrou Gustavo Gómez , e a sobra foi inteligentemente aproveitada por Bruno Fuchs , que emendou de primeira no canto de Dominguez, consolidando a vantagem antes do descanso.

A Virada de Chave: Raphael Veiga e a Consumação da Classificação

No retorno para a segunda etapa, a LDU promoveu uma alteração forçada, com Pastrán substituindo Alzugaray, que sentiu o desgaste no final do primeiro tempo. O Palmeiras , mantendo a intensidade e a coesão coletiva, esteve próximo de liquidar a fatura logo aos três minutos, quando Dominguez realizou uma excelente defesa em cabeçada de Flaco López , após uma bela triangulação entre Piquerez e Sosa pela esquerda. Contudo, o ímpeto palmeirense diminuiu momentaneamente, e a equipe demorou a reativar Allan na direita. A LDU, por sua vez, conseguiu ajustar sua marcação e encontrou em Pastrán uma alternativa ofensiva mais consistente, demonstrando maior capacidade de retenção de bola.

Diante dessa leve mudança no cenário, Abel Ferreira interveio estrategicamente antes dos 20 minutos, substituindo Maurício e Ramon Sosa por Raphael Veiga e Felipe Anderson . Tiago Nunes respondeu com a entrada de Estrada no lugar de Medina. A entrada de Raphael Veiga foi um divisor de águas: o meio-campista, reencontrando a sintonia de seus melhores momentos, injetou nova dose de agressividade no ataque alviverde. Em seu primeiro minuto em campo, cobrou uma falta perigosa e, pouco depois, marcou o terceiro gol palmeirense, em uma jogada magistral: lançou Vitor Roque nas costas da defesa, correu para a área e recebeu de volta para finalizar com precisão.

O Golpe Final e a Confirmação da Vaga

Subsequentemente, Bruno Fuchs foi substituído por Khellven. A LDU ainda tentou reagir com as entradas de Alvarado e De la Cruz, que ocuparam os lugares de Cuero e Villamil, buscando renovar suas esperanças. No entanto, o Palmeiras voltou a acionar Allan com mais frequência, e a concretização do placar necessário para a classificação não demorou a ocorrer. O time construiu duas jogadas de grande perigo: na primeira, Vitor Roque não conseguiu finalizar um cruzamento rasteiro de Flaco López ; na segunda, o mesmo Vitor Roque desorganizou a defesa equatoriana e sofreu uma penalidade máxima, cometida por Gruezo dentro da área.

Raphael Veiga assumiu a responsabilidade da cobrança, consolidando sua condição de herói da noite. Com uma batida "sem peso", direcionou a bola para o centro do gol, enquanto Dominguez se jogava para o lado esquerdo, selando o quarto e decisivo tento alviverde. Com o resultado assegurado, que eliminava a necessidade de prorrogação ou disputa de pênaltis, o Palmeiras concentrou-se em controlar o jogo, reforçando sua estrutura defensiva com as entradas de Aníbal Moreno e Giay. Assim, após um hiato de três anos, o clube paulista retorna à grande final da Libertadores, onde enfrentará o Flamengo em um embate que promete ser épico.

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