Palmeiras nas Quartas: A Verdade por Trás da Classificação Morna na Libertadores

A performance dominante exibida na capital peruana, onde o Palmeiras aplicou uma goleada sobre o Universitario, contrastou drasticamente com a exibição apática vista no Allianz Parque nesta quinta-feira. Embora a progressão para as quartas de final da Copa Libertadores fosse um desfecho amplamente antecipado e devidamente concretizado, a equipe de Abel Ferreira apresentou um futebol aquém do esperado, resultado, em parte, de escolhas táticas experimentais que comprometeram o desempenho.

O placar inalterado, que selou a passagem do clube alviverde para a fase seguinte do torneio continental, gerou insatisfação entre uma parcela dos torcedores. A passividade demonstrada contra um adversário de limitações técnicas notórias provocou tédio, e levanta a questão se um confronto contra um time de maior calibre teria culminado em um resultado diferente.

Esta é a décima terceira ocasião em que o Palmeiras alcança as quartas de final da competição, onde aguarda o vencedor do embate entre River Plate e Libertad. As datas exatas para esses confrontos ainda não foram definidas, mas estão previstas para as semanas de 16 e 23 de setembro. A vantagem de decidir em seus domínios foi assegurada pela excelente campanha na fase de grupos, que garantiu ao Verdão a melhor pontuação geral.

As Escolhas Táticas de Abel Ferreira em Debate

A partida pode ser encarada como uma lição valiosa para o técnico Abel Ferreira, um indicativo claro do que deve ser evitado em futuras formações. A opção por uma linha de três defensores, a improvisação do meia-atacante Felipe Anderson na lateral esquerda e, principalmente, o consequente enfraquecimento do setor criativo no meio-campo, comprometeram a fluidez ofensiva da equipe.

Surpreendentemente, o conjunto palmeirense chegou a ser encurralado pelo Universitario. Os visitantes peruanos nutriam a esperança de um gol precoce que pudesse reacender o sonho de um feito improvável. De fato, Concha balançou as redes após uma bela trama ofensiva, mas a jogada foi invalidada pela arbitragem, que considerou que Churín, em posição de impedimento, obstruía o campo de visão do goleiro Weverton.

Vale ressaltar que Weverton foi consideravelmente mais exigido do que seu colega na meta adversária. Em uma análise puramente meritocrática, o time peruano talvez merecesse deixar o Allianz Parque com um triunfo, mesmo que por placar mínimo.

Desempenho Individual e a Falta de Coletividade

A verdade é que o Palmeiras exibiu-se como um time desorganizado, com jogadores visivelmente confusos em relação às suas atribuições táticas. A formação inicial de Abel não resultou em um desempenho coletivo coeso, e o que se viu no Allianz Parque foram apenas raras demonstrações de talento individual. Vitor Roque buscou iniciativas, assim como Allan, que foi o único capaz de arrancar um breve lamento da torcida ao acertar o travessão com uma cabeçada nos acréscimos da etapa inicial.

Curiosamente, o promissor meio-campista de 21 anos, que se destacava como um dos poucos elementos lúcidos em campo, foi substituído pelo comandante técnico no intervalo. Lucas Evangelista, que entrou em seu lugar, não conseguiu agregar valor, seguindo o padrão de inoperância de seus colegas.

A partida, marcada por um estilo burocrático, pragmático e excessivamente focado em lançamentos longos e jogadas aéreas, falhou em cativar os 33 mil torcedores presentes no Allianz Parque. Em vez de gerar entusiasmo, a exibição provocou mais sonolência do que emoções positivas, deixando uma torcida que anseia por uma rápida evolução da equipe. Ao apito final, foram audíveis algumas manifestações de desaprovação.