Ramón Sosa: Por Que o Atacante Deixou a Premier League Pelo Palmeiras?

A Academia de Futebol foi palco hoje da formalização de um movimento estratégico que reverberou nos corredores do futebol sul-americano e europeu. Ramón Sosa, a mais recente aquisição do Palmeiras, e o terceiro investimento mais vultoso na história do clube, foi oficialmente apresentado, gerando discussões sobre a ousadia de sua transição do cenário inglês para o Alviverde. A chegada do atacante paraguaio, que custou uma cifra inicial de 12,5 milhões de euros (equivalente a R$ 81 milhões na cotação atual), com potencial para atingir 14 milhões de euros (R$ 91 milhões) em bônus, sublinha a ambição do clube paulista em fortalecer seu elenco com nomes de peso e projeção internacional.

O Salto da Premier League para o Gigante Brasileiro

O próprio Sosa, em suas primeiras declarações, ofereceu uma perspectiva clara sobre o que o motivou a trocar a competitiva Premier League pela realidade brasileira. Desmistificando qualquer noção de retrocesso, o atleta enfatizou a magnitude da oportunidade:

Um passo muito grande para mim e para minha carreira vir para cá. Não é retrocesso. O Palmeiras está em alto nível, briga por muitas coisas. Saiu do Mundial jogando de igual para igual com o Chelsea. Vou crescer muito como pessoa e como jogador aqui.

Sua passagem pelo Nottingham Forest, embora breve, com apenas nove meses de duração, registrou 23 aparições, três gols e uma assistência. Este histórico, ainda que modesto para os padrões da liga inglesa, não diminuiu o interesse do Palmeiras , que enxergou no atacante o potencial para uma adaptação rápida e um impacto significativo no cenário nacional e continental.

Versatilidade e Expectativas: O Papel de Sosa no Elenco

Com a camisa 19 às costas e um contrato que se estende até meados de 2030, Sosa detalhou suas características em campo, dissipando dúvidas sobre sua adaptabilidade tática. O paraguaio se apresentou como um jogador versátil, capaz de atuar em ambas as pontas do ataque, embora sua preferência recaia sobre o lado esquerdo.

Eu sou um atacante que joga pela esquerda e pela direita. Não tenho problema. No Nottingham, jogava pela esquerda. Na seleção, pela direita. Não terei problema. O Abel vai dizer por onde vou jogar.

A decisão de vir para o Palmeiras também foi influenciada por conexões pré-existentes no elenco . O zagueiro Gustavo Gómez, seu companheiro na seleção paraguaia, foi um interlocutor fundamental, tecendo elogios ao clube e à sua estrutura. O atacante Flaco López, por sua vez, atuou como um persistente incentivador, reforçando o coro pela sua vinda.

O Legado e a Pressão Alviverde: De Estêvão à Rivalidade

A experiência de Sosa na Premier League também o capacitou a comentar sobre a iminente transição de Estêvão para a liga inglesa, reconhecendo a competitividade do ambiente que o jovem talento enfrentará. Essa perspectiva reforça a compreensão de Sosa sobre o patamar de exigência que o aguarda no Palmeiras , um clube que, segundo ele, "briga por tudo". A chegada de um atleta com tal bagagem, e a projeção de seu custo, inevitavelmente aumenta a lupa sobre seu desempenho. Por fim, a curiosidade sobre a rivalidade local, especialmente com amigos no Corinthians como Romero e Garro, foi tratada com diplomacia. Sosa confirmou a amizade e o contato, mas garantiu que o tema da rivalidade ainda não havia sido pauta entre eles, demonstrando foco total em sua nova jornada.