Virada Histórica 1996: Marcelo Ramos Detalha Título Cruzeiro Sobre Palmeiras

O Cruzeiro ostenta o invejável título de maior campeão da Copa do Brasil, com seis troféus em sua galeria. Entre as memoráveis conquistas de 1993, 1996, 2000, 2003, 2017 e 2018, uma em particular ressoa com grande significado: a final de 1996 contra o Palmeiras. Um dos protagonistas daquela era dourada, o ex-atacante Marcelo Ramos, revisita com nostalgia os detalhes de um triunfo que desafiou prognósticos.

A trajetória rumo à taça em 1996 foi marcada por um roteiro digno de cinema. O confronto de ida, sediado no Mineirão, terminou em um empate por 1 a 1, deixando a decisão em aberto. No embate derradeiro, realizado em solo paulista, a atmosfera se tornou ainda mais tensa. Logo aos cinco minutos, Luizão abriu o placar para o Palmeiras , ampliando a vantagem. Contudo, a Raposa demonstrou resiliência. Roberto Gaúcho igualou o marcador aos 25 minutos, e a virada histórica se concretizou aos 38 da etapa final, com um gol decisivo de Marcelo Ramos, assegurando o título para a equipe mineira.

A relevância dessa vitória é amplificada pelo calibre do adversário. Naquela temporada, o Palmeiras apresentava um elenco recheado de talentos que figuravam na Seleção Brasileira. Essa constelação de estrelas, que tornava o Verdão um adversário temível, eleva ainda mais o patamar da conquista cruzeirense, transformando-a em um feito de proporções épicas.

A Virada Improvável: O Cenário da Decisão de 1996

Em depoimento recente, Marcelo Ramos trouxe à tona a magnitude do desafio. Ele recorda que o regulamento da época favorecia o Palmeiras , que necessitava apenas de um empate para levantar a taça, e já havia marcado um gol crucial no primeiro jogo. A abertura do placar no jogo de volta, logo no início, parecia selar o destino do confronto.

"O Palmeiras bastava empatar, fez o gol no Mineirão e o regulamento da época dava o título em caso de empate. O Palmeiras logo com cinco minutos faz o gol. Eu acredito que a idolatria da torcida comigo, e com aquela geração, Dida, Nonato, Roberto Gaúcho, tantos outros, justamente por aquela dificuldade, vários atletas da Seleção Brasileira"

salientou o ex-atacante, evidenciando a atmosfera de adversidade.

A percepção externa reforçava o favoritismo palmeirense. Segundo Ramos, a mídia da época já tratava o título do Verdão como uma mera formalidade, antes mesmo de a bola rolar para o desfecho. Esse cenário de antecipação e certeza por parte da imprensa apenas serviu para sublinhar a grandiosidade da reviravolta protagonizada pelo Cruzeiro.

Desafiando Prognósticos: A Resiliência da Raposa

O ex-jogador enfatiza que superar um adversário tão qualificado em seu próprio campo foi um fator determinante para a valorização daquela conquista.

"Dificuldade de vencer o Palmeiras lá, então acho que valorizou muito o nosso título, a nossa conquista, pelo fato de a imprensa já dar praticamente o Palmeiras como campeão. O futebol não se vence antes, tem que jogar primeiro para ver quem vai conquistar, sufoco grande e o Dida em noite inspirada. O título foi importante"

concluiu Marcelo Ramos, destacando a lição de que o futebol se decide apenas dentro das quatro linhas e a atuação primorosa do goleiro Dida naquela noite.