Abel Ferreira Detalha Problemas no Palmeiras: Gramado, Lesões e Saídas de Jogadores

A recente vitória do Palmeiras sobre o Grêmio, pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro, no Allianz Parque, foi ofuscada pelas declarações contundentes do técnico Abel Ferreira. O comandante português não hesitou em expressar sua insatisfação com a qualidade do campo de jogo, um tema recorrente na agenda do clube e de sua administradora, a WTorre.

Apesar das especulações sobre uma possível substituição do gramado sintético, Abel Ferreira demonstrou um ceticismo notável quanto à viabilidade de tal medida a curto prazo. Sua análise aponta para uma realidade complexa, onde a gestão do estádio e a agenda de eventos se entrelaçam com as necessidades do futebol.

A Condição Preocupante do Gramado

Em um desabafo direto, o treinador do Verdão detalhou a situação atual do campo, que, segundo ele, está aquém do ideal. "Vou ser sincero: o gramado está ruim. Agora está ruim. Como que vai trocar com a quantidade de espetáculos que tem? Só se for no final (do ano). É o que é", afirmou o técnico, evidenciando a dificuldade de conciliar o calendário de jogos com a manutenção adequada da estrutura.

Essa preocupação com o piso do Allianz Parque não é isolada e se soma a um cenário mais amplo de desafios físicos enfrentados pelo elenco palmeirense. Abel Ferreira, em sua explanação, conectou a questão do gramado à sobrecarga de jogos e ao crescente número de atletas no departamento médico.

O Desafio das Lesões e a Maratona de Jogos

O Palmeiras tem lidado com uma lista considerável de jogadores afastados por problemas físicos, como Paulinho, Bruno Rodrigues, Murilo e Felipe Anderson. Para o treinador, a intensidade do calendário do futebol brasileiro é um fator determinante para essa situação, dificultando a recuperação e a manutenção da saúde dos atletas.

Abel Ferreira aprofundou sua crítica sobre a rotina exaustiva, descrevendo a dificuldade de manter a performance e a integridade física dos jogadores. "Não há como. Nós, com a quantidade de jogos que temos, as soluções aparecem. Jogar de dois em dois dias é o que é. Jogos às nove da noite? esse é o outro ponto. Felizmente o jogo foi em casa. Mas imagina um jogo às nove da noite, jogando em Fortaleza, e dois ou três dias depois já estar competindo novamente. É difícil dar resposta a isso. Nós queremos qualidade naquilo que fazemos. Queremos os jogadores bem, disponíveis, e o treinador tendo tempo para tomar decisões. Não só pensando no presente, mas também no futuro?, pontuou o técnico, revelando a complexidade de gerir um elenco sob tamanha pressão.

O Impacto das Saídas no Elenco

Além das preocupações com a condição física dos atletas e do gramado, Abel Ferreira também expressou seu lamento pelas recentes saídas de jogadores importantes na janela de transferências. Nomes como Estêvão e Richard Ríos, que deixaram o clube, foram citados pelo técnico, que agora vê Mayke como o próximo a se despedir, com acerto encaminhado com o Santos.

Apesar das perdas, o treinador português ressaltou a capacidade do Palmeiras de encontrar alternativas internas, embora admita que as saídas não fortalecem o grupo. "Facundo voltou à posição para a qual nós o contratamos, que é para jogar ali na meia esquerda, quando não temos o Facundo temos o Riquelme. Não posso dizer que estamos mais fortes. Eu não posso dizer isto, mas arranjamos sempre soluções dentro para continuar a competir nas competições que estamos?, concluiu Abel, reiterando a filosofia de adaptação e resiliência do elenco .

Com esses desafios em mente, o Palmeiras se prepara para o próximo compromisso: o clássico contra o Corinthians, na Neo Química Arena, pela primeira partida das oitavas de final da Copa do Brasil, na próxima quarta-feira (30). Um novo teste para a capacidade de superação do time e de seu comandante.